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Currículo da educação física na educação básica: Diálogo entre prática e teoria em uma Perspectiva autoarqueológica

No campo acadêmico e profissional da Educação Física, desde o início da década de 80 do século 20,
tem-se produzido, em diferentes perspectivas e com objetivos diversos, distintas proposições. Uma
dessas perspectivas foi a do movimento renovador crítico que se propôs a transformar a Educação
Física escolar, entendida até então como atividade pedagógica, em um componente curricular. Nesse
contexto, enquanto professor de Educação Física, reconheço em mim a influência desse movimento
teórico, tanto na forma de conceber quanto na de realizar minha prática pedagógica. Sinto-me
integrante ativo desse movimento, por isso apresento este trabalho, que tem como objetivo
sistematizar um diálogo entre minha prática pedagógica e a discussão teórica da Educação e da
Educação Física, particularmente no que se refere à produção do currículo. Este estudo sistematizou a
minha experiência profissional de 13 anos de docência na Educação Física escolar, com um recorte
descritivo do trabalho realizado nos últimos 8 anos em uma escola pública estadual do município de
Ijuí (RS). Trata-se de um estudo em que o objeto pesquisado é a prática curricular do próprio
pesquisador. O trabalho foi organizado em quatro capítulos. Inicialmente, as escolhas metodológicas
que sustentaram o desenvolvimento do trabalho. O movimento analítico do conjunto da dissertação e a
forma que foram elaborados os três Capítulos seguintes, tratam, respectivamente: a) da sistematização
da prática curricular, b) da imersão teórica e c) do diálogo entre essas dimensões. Tendo, então, como
metodologia a autoarqueologia, descrevo a prática curricular e pedagógica a partir da experiência do
meu trabalho com a Educação Física escolar. Este estudo foi um processo de interpretação da prática
curricular com base nos meus vestígios materiais gerados em todos esses anos de trabalho, distribuídos
na escola e nos arquivos como pesquisador. A organização dos materiais (vestígios) desenterrados
permitiu mostrar um pouco do trabalho, o diálogo com o contexto e sua transformação no tempo. Na
sequência sistematizei sobre a prática curricular em um conjunto de autores presente no debate
contemporâneo acerca da Educação escolar e da Educação Física. O foco é o currículo e suas
proposições teóricas, principalmente no campo da Educação Física. Por fim, estabeleço um diálogo
entre a prática pedagógica que desenvolvi e o que apresentam autores da Educação e da Educação
Física sobre a prática curricular. A partir de critérios produzidos na pesquisa teórica do terceiro
Capítulo, tensiono a prática textualizada no segundo Capítulo, assim como busco tensionar, com base
nessa experiência, as propostas curriculares para a Educação Física escolar. Para realizar esse
escrutínio de mão dupla, formulo e respondo perguntas sobre convergências e divergências entre a
minha prática curricular e o que é proposto no campo da Educação Física escolar. Nas convergências
destaco: a) a tematização da diversidade das manifestações da cultura corporal de movimento; b) a
proposição de uma sequência/progressão de conteúdos; e c) as diversas formas de ensinar mobilizadas
no desenvolvimento das diferentes Unidades Didáticas trabalhadas no período de 2006 a 2013. Nas
divergências, tendo a teoria como referência para tensionar a prática curricular, ficaram em evidência
inconsistências: a) na articulação entre o discurso legitimador da Educação escolar que enunciava e o
papel defendido para a Educação Física no Ensino Fundamental; b) entre as práticas avaliativas
efetivadas na prática e o papel que o olhar sobre as aprendizagens deveria ter nesse processo. Ainda
nas divergências, mas, desde uma perspectiva inversa, tomando os conhecimentos profissionais como
referência para interpelar as proposições teóricas, destaquei que: a) é imprescindível trabalhar em
longo prazo para poder fazer constatações e correções de percurso; b) a proposta que desenvolvi para
essa escola não poderia ser imaginada/projetada em termos semelhantes antes de realizá-la; e c) é
necessário desenvolver as propostas a partir da proximidade com a realidade escolar e o próprio
professor. Para finalizar, apresento algumas mudanças a partir da minha experiência profissional. A
primeira se refere à organização da proposta curricular, a segunda é sobre o planejamento do
componente curricular, e a terceira aponta para o material didático que serviu de apoio durante as
aulas. / 153 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/5047
Date14 June 2018
CreatorsWiercinski, Gilmar
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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