Return to search

O brincar em sagüis Callithrix penicillata (Primates; Callitrichidae) sob o foco da teoria do excedente de energia

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2008. / Submitted by Jaqueline Ferreira de Souza (jaquefs.braz@gmail.com) on 2009-09-16T16:54:16Z
No. of bitstreams: 1
2008_MarcelleCastroCavalheiro.pdf: 3099533 bytes, checksum: 61afae9f52f7f075189b0bdfb88922f5 (MD5) / Approved for entry into archive by Luis Felipe Souza Silva(luis@bce.unb.br) on 2009-09-16T17:57:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2008_MarcelleCastroCavalheiro.pdf: 3099533 bytes, checksum: 61afae9f52f7f075189b0bdfb88922f5 (MD5) / Made available in DSpace on 2009-09-16T17:57:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2008_MarcelleCastroCavalheiro.pdf: 3099533 bytes, checksum: 61afae9f52f7f075189b0bdfb88922f5 (MD5)
Previous issue date: 2008 / Brincar é um conjunto de comportamentos que estão relacionados à manipulação do
ambiente físico ou social, com funções aparentemente fora do contexto de sobrevivência e
reprodução. A origem e função das brincadeiras são obscuras. Entre as teorias mais difundidas
para explicar o brincar está a Teoria do Excedente de Energia (TEE). Essa teoria prediz que,
uma vez satisfeitas as necessidades do indivíduo, há um impulso para drenar a energia em
brincadeiras. Entre primatas neotropicais, o brincar é pouco entendido, principalmente entre
os calitriquídeos. Esse estudo visou testar a TEE no comportamento do brincar em sagüis
selvagens (Callithrix penicillata). Dois grupos com aproximadamente 15 animais cada,
distribuídos em quatro categorias etário-reprodutivas foram estudados durante 8 meses, sendo
observados pelo método grupo focal e registro de todas as ocorrências. As principais variáveis
mensuradas foram as brincadeiras (sociais e solitárias), as características espaciais e temporais
do brincar e a distância percorrida por dia pelo grupo. Os sagüis se envolveram na maioria das
vezes em brincadeiras sociais. Os sagüis preferem brincar em áreas mais protegidas por
cobertura aérea e estrato baixo da floresta, dentro do espectro de atividades moldadas por
defesa contra predadores. Os jovens brincaram mais do que os filhotes e estes mais do que os
adultos. Os reprodutores brincaram minimamente. A relativa independência locomotora e de
capacidade de se auto-sustentar dos jovens em relação aos filhotes justificam essas diferenças.
O fardo das atividades do grupo é maior para os adultos em relação aos jovens e filhotes, o
que pode ter limitado o nível de brincadeiras nessa categoria e particularmente nos
reprodutores. A concentração de brincadeiras para jovens e filhotes na fase intermediária do
dia está dentro do espectro de ritmo de atividades da espécie, ainda talvez como parte de
termorregulação e acúmulo de energia (nutrientes) nas horas antecedentes. Os adultos
brincaram ao final do dia, devido ao acúmulo de energia ao longo do período e como
complementação das atividades de interação social, podendo dispor de energia para brincarNão houve uma relação entre a distância percorrida e a freqüência média de brincar, nem as
variáveis climáticas se correlacionaram com o brincar. Contudo, analisando por categoria
etário-sexual e por níveis de distâncias percorridas, observou-se que em menores distâncias os
jovens brincaram menos, um resultado diametralmente oposto ao esperado pela TEE. A
explicação mais plausível para esse resultado está na ocorrência de chuvas durante alguns dos
dias de observações, quando a atividade geral de sagüis é diminuída como um todo. Concluise
que a TEE mostrou-se plausível para explicar as brincadeiras em sagüis, porém novas
teorias devem ser analisadas e testadas para entender de forma abrangente as brincadeiras
nesta espécie. ________________________________________________________________________ ABSTRACT / Playing is a set of behaviors related to the manipulation of physical and social
environment, apparently with no functions of survival and reproduction. The origin and
function of plays are obscure. Among the most widespread theories that explain the play is the
Surplus Energy Theory (SET). It predicts that, once met the needs of the individual, there
exists an impetus to drain energy in play. Among Neotropical primates, little is known about
the play, particularly among calitrichids. This study aimed to test the SET in the behavior of
wild marmosets (Callithrix penicillata). Two groups with about 15 individuals each, divided
into four age-reproductive categories were studied for eight months, observed by the focal
group method and recording of all occurrences. The main variables measured were play
(social and solitary), the spatial and temporal characteristics of play and daily distance
travelled by the group. The marmosets have engaged mostly in social games. They prefer to
play mostly in areas protected by aerial cover and low stratum of the forest, in a spectrum of
activities shaped by defense against predators. Young ones played more than infants that
played more than the adults. Breeders played minimally. The relative independence and
locomotor ability of self-sustaining justify such differences between the young and infants.
The burden of the activities of the group is greater for adults, which may have limited the
level of play in that category, and particularly in breeding. The concentration of games for
youngsters at the intermediate stage of the day is within the spectrum of activities rhythm of
the species, perhaps even as part of thermoregulation and accumulation of energy (nutrients)
in the previous hours. The adults played at the end of the day, due to the accumulation of
energy over the period and to complement the activities of social interaction. There was no
relationship between the distance traveled and the average frequency of play, nor are the
climatic variables correlated with the play. However, by analyzing age-sex category and by
level of traveled distance, it was observed that in smaller distances young played least, a
diametrically opposite result expected by the SET. The most plausible explanation for this
result is the occurrence of rain during a few days of observations, when the general activity of
marmosets is reduced. It follows that SET proved to be partially plausible to explain the
games in marmosets, but the theory is weak in order to understand in a comprehensive way
the play in this species. Other theories should be tested to complement the understanding of
the origins and functions of play in marmosets.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/1688
Date January 2008
CreatorsCavalheiro, Marcelle de Castro
ContributorsSouza, Vanner Boere
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0022 seconds