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Previous issue date: 2012-03-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Diante do importante avanço nos cuidados perinatais das últimas décadas, houve um aumento no número de nascimentos de bebês cada vez mais prematuros e com peso mais baixo. Com isso, houve também um aumento na preocupação quanto ao desenvolvimento desses bebês expostos a diversos fatores de risco. O uso de escalas padronizadas e validadas é fundamental para a detecção de alterações e para o direcionamento precoce dessas crianças para a estimulação neuropsicomotora. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo comparar a escala Brunet-Lézine modificada com as escalas Bayley-III na avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças nascidas com peso <1500g nos grupos de 1-6 meses, de 6-12 meses e de 18-24meses. Foram selecionados intencionalmente 88 participantes. Cada criança foi avaliada pelas duas escalas no mesmo dia, em ordem de aplicação aleatória, por dois avaliadores diferentes. Os escores da Bayley-III foram corrigidos com a redução de 7 pontos tendo em vista sua já criticada superestimação dos desempenhos. A análise estatística dos resultados foi feita pelo SPSS versão 17.0, onde, para comparar as médias das áreas nas duas escalas, foi utilizado o teste t pareado ou Wilcoxon. Para calcular a correlação entre as duas escalas, foi usado o teste de Pearson ou Spearman. A acurácia, sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos (VPP) e negativos (VPN) foram analisados na amostra agrupadamente. Não houve diferença entre os grupos em relação à variável peso (p=0,739) e idade gestacional (p=0,501). Na área da motricidade grosseira a escala Brunet-Lézine modificada apresentou maiores médias que a Bayley-III nos três grupos (p<0,001), com diferenças entre elas de 35,8 pontos no grupo 1, 32,2 pontos no grupo 2 e 22,1 pontos no grupo 3. Ainda na motricidade grosseira, a correlação entre as escalas foi moderada nos grupos 2 e 3 (ρ=0,484, p=0,03 e ρ=0,468, p=0,037, respectivamente). Na motricidade fina, a Brunet-Lézine modificada apresentou maiores médias nos grupos 1 e 2 (p=0,038 e p=0,001, respectivamente) com diferenças de 14,3 pontos no grupo 1 e 7,7 pontos no grupo 2. No grupo 3 as médias foram semelhantes (p=0,655), com diferença de 1,7 pontos em favor da Bayley-III. A correlação entre as escalas na motricidade fina foi moderada nos grupos 1 e 2 (ρ=0,448, p=0,01 e r=0,489, p=0,02, respectivamente). Na linguagem, a Brunet-Lézine modificada também apresentou médias maiores nos três grupos (p<0,001, p<0,001, e p=0,001, respectivamente), com diferenças entre as médias de 55,4 pontos no grupo 1, de 12,2 pontos no grupo 2 e 14,1 pontos no grupo 3. A correlação entre a linguagem das duas escalas foi fraca no grupo 1 (ρ=0,383, p=0,030) e forte no grupo 3 (r=0,890, p<0,001). Na sociabilidade, a Brunet-Lézine modificada apresentou maiores médias nos grupos 1 e 2 (p=0,002 e p<0,001, respectivamente) com diferenças de 24,9 pontos no grupo 1 e 32,2 pontos no grupo 2, enquanto no grupo 3 as médias foram semelhantes (p=0,204), com diferença de 4,2 pontos em favor da Bayley-III. A correlação da sociabilidade foi moderada somente no grupo 2 (r=0,435, p=0,008). Na motricidade grosseira, a Brunet-Lézine modificada apresentou valores de sensibilidade de 10%, especificidade de 96,2%, VPP de 25%, VPN de 89,3% e acurácia de 86,4%, com percentual diagnóstico de 4,5%, enquanto o da Bayley-III foi de 11,4%. Na motricidade fina, a Brunet-Lézine modificada apresentou valores de sensibilidade 20%, especificidade de 95,2%, VPP de 20%, VPN de 95,2% e acurácia de 90,9%, com percentual diagnóstico de 5,7% em ambas as escalas. Na linguagem, a Brunet-Lézine modificada apresentou valores de sensibilidade de 75%, especificidade de 95,2%, VPP de 43%, VPN de 98,8% e acurácia de 94,3%, com percentual diagnóstico de 8%, enquanto o da Bayley-III foi de 4,5%. Na sociabilidade, a Brunet-Lézine modificada apresentou valores de sensibilidade de 13%, especificidade de 96,3%, VPP de 25%, VPN de 91,7% e acurácia de 88,6%, com percentual diagnóstico de 4,5%, enquanto o da Bayley-III foi de 9,1%. A partir desses resultados, concluímos que: a Brunet-Lézine modificada superestimou o desenvolvimento em todas as áreas no 1º ano de vida e também na motricidade global e sociabilidade entre 18 e 24 meses; com exceção da linguagem, a Brunet-Lézine modificada apresentou reduzida capacidade diagnóstica; na área motora fina e linguagem da Bayley-III é preciso corrigir mais do que 7 pontos; a escala Brunet-Lézine modificada mostrou-se válida para a avaliação da linguagem no grupo de 18 a 24 meses; a Brunet-Lézine modificada apresentou baixa sensibilidade, alta especificidade, VPP baixo, VPN alto e acurácia aceitável em todas as áreas, no entanto, sugerimos cautela na interpretação dos resultados clínico-epidemiológicos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.udesc.br #179.97.105.11:handle/253 |
Date | 02 March 2012 |
Creators | Cardoso, Fernanda Guimarães Campos |
Contributors | Rosa Neto, Francisco |
Publisher | Universidade do Estado de Santa Catarina, Mestrado em Ciências do Movimento Humano, UDESC, BR, Ciência do Movimento Humano |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UDESC, instname:Universidade do Estado de Santa Catarina, instacron:UDESC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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