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Harmonia e ruptura: a crítica da faculdade do juízo e os rumos da arte comtemporânea

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Previous issue date: 2006 / This dissertation posits double sides of Kant’s “Critique of aesthetical judgment”, examining its development in the understanding of the aesthetic phenomenon. The first side is represented by the pleasure of beauty, an indication of harmony between the way in which the natural world gets organized and the cognitive powers (imagination and understanding) in free play. Although the judgments of taste are reflective and not determined by a concept, the pleasure that comes with them works as a kind of sensitive guarantee of our general power of conceptualizing. The second side is represented by the experience of the “shock”, the rupture of such harmony, which is called sublime. Sublime, along with the genius and the aesthetic ideas, indicates the insufficiency of the subject, seen as someone who has concepts, in the understanding of certain objects. Taking into account this negative strength, sublime allows us a way to examine the contemporary art, mainly in the literature. The novel The Unnamable, by Samuel Beckett, is an example of a piece in which it is possible to perceive the developments of the experience of sublime, seen from three basic points of view: 1) the construction of a narrative which formal dynamics is characterized by constant doubts and self-negations, preventing an aesthetic comprehension from happening as organic totality; 2) the presence of poetical passages that evoke in the reader the meeting with the unsayable and the “non-silence” that is hidden there; 3) the manner the self-conscious “self” and organizer of the world, a common element in the philosophy of consciousness, is transformed into a minimum “self” characterized by the suspicion about his / her own existence. / O trabalho expõe a dupla face da “Crítica da faculdade de juízo estética” de Kant, explorando seus desdobramentos na compreensão dos fenômenos estéticos. A primeira face é representada pelo prazer da beleza, índice de harmonia entre o modo como o mundo natural se organiza e as faculdades do conhecimento (imaginação e entendimento) em livre-jogo. Apesar de os ajuizamentos de gosto serem reflexivos, não determinados por um conceito, o prazer que os acompanha funciona como uma espécie de garantia sensível da nossa capacidade de conceptualizar em geral. A segunda face é representada pela experiência do abalo, da ruptura de tal harmonia, que leva o nome de sublime. O sublime, juntamente com as figuras do gênio e das idéias estéticas, indica para a insuficiência do próprio sujeito como portador de conceitos na compreensão de certos objetos. Considerando essa força negativa, o sublime fornece uma porta de entrada para o exame da arte contemporânea, principalmente na literatura. O romance O inominável, de Samuel Beckett, é um dos casos em que é possível constatar os desdobramentos da experiência do sublime, a partir de três aspectos básicos: 1) a construção de uma narrativa cuja dinâmica formal é caracterizada por constantes dúvidas e autonegações, impedindo uma compreensão estética como totalidade orgânica; 2) a presença de passagens poéticas que evocam no leitor o encontro com o indizível e o “não-silêncio” que aí se esconde; 3) como o “eu” autoconsciente e organizador do mundo, elemento recorrente da filosofia da consciência, é transformado num “eu” mínimo marcado pela suspeita sobre sua própria existência.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_PUC_RS:oai:meriva.pucrs.br:10923/3428
Date January 2006
CreatorsTrombetta, Gerson Luís
ContributorsFlickinger, Hans Georg
PublisherPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da PUC_RS, instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, instacron:PUC_RS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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