Orientador: Pedro Paulo Zahluth Bastos / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia / Made available in DSpace on 2018-08-13T09:20:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Lima_UallaceMoreira_M.pdf: 1885054 bytes, checksum: 4ecca5ee5615b44440f28397d6abf8e6 (MD5)
Previous issue date: 2009 / Resumo: Nas décadas de 1980 e 1990, narrativas liberais sobre o desenvolvimento econômico brasileiro desde a década de 1930 procuraram compará-lo, em conjunto com demais países latino-americanos, ao modelo de desenvolvimento aberto ao comércio exterior do Leste e Sudeste Asiático. Segundo a interpretação liberal, o modelo de proteção do mercado interno para substituir importações teria levado as empresas brasileiras a um desenvolvimento tecnológico precário e à incapacidade de exportar produtos manufaturados em larga escala. Esta dissertação seleciona o ramo industrial tipicamente mais intensivo em tecnologia, o ramo de bens de capital, e procura analisar o comércio exterior setorial para avaliar historicamente a validade da interpretação liberal no período 1974-1989. À luz da investigação histórica e de um balanço de teorias liberais e não-liberais sobre a relação entre desenvolvimento econômico e comércio exterior, a dissertação mostra que, na década de 1970, havia uma expansão simultânea do mercado interno e das exportações de bens de capital, que foi interrompida pela crise macroeconômica da década de 1980. Esta expansão simultânea refuta a distinção liberal entre modelo de substituição de importações e modelo de substituição de exportações, e é explicada pelo processo cumulativo de aquisição de economias de escala e aprendizado que acompanha o desenvolvimento de ramos industriais emergentes em economias com crescimento acelerado do mercado interno, ampliando abruptamente também sua competitividade externa. Na década de 1980, a tendência de crescimento baixo e instável provocada pela crise da dívida externa determinou uma nítida desvantagem do ramo de bens de capital em relação aos demais ramos industriais: como eles reduziram investimentos depois da crise, a recuperação de sua demanda em razão de surtos de consumo interno e/ou exportações mal se traduzia em recuperação do setor de bens de capital. Assim, enquanto vários ramos industriais foram capazes de aproveitar incentivos de política econômica e a alta rentabilidade no mercado interno protegido, para ofertar preços competitivos no mercado externo e sustentar a ampliação de exportações, o setor de bens de capital (particularmente o ramo de máquinas e equipamentos) não pôde fazê-lo com o mesmo êxito. Ele sofreu tanto a queda de demanda oriunda dos investimentos privados, quanto particularmente a redução brusca do investimento das empresas estatais, sendo incapaz de compensar a perda de receita interna com aumento de exportações, nem apoiar o drive exportador em receitas internas. Esta evidência histórica sustenta a conclusão de que, em vista da necessidade de apoiar a competitividade internacional em um processo cumulativo de exploração de economias de escala e aprendizado, o dinamismo do mercado interno tende a ser condição e não óbice para um comércio exportador vibrante, na indústria em geral, mas particularmente no setor de bens de capital. Ao contrário do proposto por teorias liberais, não foi a expansão acelerada de um mercado interno protegido, mas o fim desta expansão acelerada, que limitou a expansão das exportações nos ramos tecnologicamente mais dinâmicos e a continuidade da melhoria da pauta exportadora nacional. / Abstract: In the 1980s and 1990s, liberal narratives about the Brazilian economic development since the 1930s tried to compare it, together with other Latin American countries, the open model of development to foreign trade in East and Southeast Asia. According to the liberal interpretation, the protection model of the internal market to substitute imports would have led the Brazilian's enterprises to a precarious development and to an inability to export products manufactured on a large scale. This thesis selects the industry typically more intensive in technology, the capital goods. It aims to analyze the foreign trade sector to assess the validity of the historically liberal interpretation in the period 1974-1989. In the light of historical research and a balance of liberal theories and non-liberals on the relationship between economic development and foreign trade, the dissertation shows that in the 1970s, there was a simultaneous expansion of domestic market and exports of capital goods, which was interrupted by the macroeconomic crisis of the 1980s. This expansion simultaneously rejects the distinction between liberal model of imports substitution and exports substitution model, and it is explained by the cumulative process of acquisition of learning and economies of scale that accompanies the development of industries in emerging economies with rapid growth of the internal market, also sharply increasing its external competitiveness. In the 1980s, the trend of low growth and instability caused by foreign debt crisis led to a clear disadvantage in the industry of capital goods for other industries: how they reduced investments after the crisis, the recovery of their demand due outbreaks of domestic consumption and / or exports have not resulted into a recovery of the capital goods sector. Thus, while several industries were able to take advantage from the economic policy incentives and high profitability in the protected domestic market, to offer competitive prices in the foreign market and support the expansion of exports, the capital goods sector (particularly machinery and equipment) was not likely successful. It suffered a drop in demand from the private investment, particularly with the steep reduction in investment by state enterprises, being unable to compensate for the loss of revenue with an increase in domestic exports, neither to support the exporter drive in domestic revenue. The historical evidence supports the conclusion that, in view of the need to support international competitiveness in a cumulative process of exploitation of economies of scale and learning, the dynamism of the domestic market tends to be a condition, not an obstacle to exporting vibrant trade in industry in general, but particularly in the capital goods sector. Unlike the theories proposed by liberals, it was not the rapid expansion of a protected domestic market, but the end of its rapid expansion, that restricted the expansion of exports in more technologically dynamic sectors and continuously improvement of the national export tariff. / Mestrado / Historia Economica / Mestre em Desenvolvimento Econômico
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/285728 |
Date | 13 August 2018 |
Creators | Lima, Uallace Moreira, 1979- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Bastos, Pedro Paulo Zahluth, 1971-, Sarti, Fernando, Colistete, Renato Perim |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Economia, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 234 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0027 seconds