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O processo de territorialização epistemológica da Bioética de intervenção : por uma prática Bioética libertadora

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2015-12-17T16:43:00Z
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2015_SauloFerreiraFeitosa.pdf: 1519656 bytes, checksum: 1b7fdd3d8b2a6629f3d0be35a42c860f (MD5) / Esse trabalho tem como finalidade descrever e analisar o processo de elaboração, surgimento, legitimação e propagação da teoria denominada Bioética de Intervenção. Conscientes da dimensão histórica, política e ideológica dessa proposição bioética, optamos por construir um texto na forma de registro historiográfico, com base numa hermenêutica crítica e dialógica capaz de comportar a pluralidade epistêmica que possa viabilizar a construção de um pluralismo bioético enraizado na realidade concreta da América Latina. Partimos do pressuposto de que a Bioética de Intervenção surgiu num contexto de contestação ao neoliberalismo e tendo a “periferia” como lugar de elaboração e enunciação de saber, se constitui numa proposta pluriversalmente aberta para as interações interepistêmicas com outros saberes que se colocam a serviço dos processos de construção das autonomias. Em seu horizonte está a libertação dos povos e dos grupos de pessoas oprimidas do Planeta, vítimas das injustas estruturas de poder que dão sustentação às relações de desigualdade historicamente construídas com base na conformação do Sistema-Mundo Capitalista. Com o propósito de contribuir com seu processo de consolidação epistemológica tecemos algumas considerações sobre o seu referencial teórico e apresentamos algumas sugestões objetivando a superação de algumas preocupações identificadas. Para evitar uma abordagem especista – dada sua forte vinculação aos direitos humanos –, estamos sugerindo a inclusão dos direitos da natureza dentro de seu arcabouço teórico. Como forma de insurgência contra a imposição da racionalidade ocidental pelas epistemologias dominantes propusemos a adoção de uma reflexão bioética interepistêmica e sentipensante na qual sentir e pensar (emoção e razão) interagem para produzir o conhecimento. Cuidando para que sua prática interventiva nunca ocorra de maneira intromissiva, desrespeitando o protagonismo e as autodeterminações dos sujeitos a quem se destina a ação bioética agregamos a perspectiva da interculturalidade crítica ao pluralismo bioético proposto pela Bioética de Intervenção. Considerando que o caráter político militante da Bioética de Intervenção implicará sempre no estabelecimento de relações com as instituições do Estado, refletimos sobre as tensões emanadas desse relacionamento e apresentamos a necessidade de refundação do Estado, buscando inspiração nas experiências recentes ocorridas na Bolívia e no Equador que resultaram na construção do Estado pluralista e inspirado pelo paradigma do Bom Viver. / This work has as its purpose describing and analyzing the creation, emergence, legitimization, and propagation process of the theory named bioethics of intervention. Aware of the historical, political, and ideological dimension of this bioethics’ position, we have opted to write a text in the shape of a historiographical register, based in a hermeneutic critic and dialogical capable of comporting the epistemic plurality which may be able to build a bioethical pluralism rooted in the concrete Latin-American reality. We work on the assumption that bioethics of intervention arose in a context of contestation against neoliberalism and having the “periphery” as the place of creation and enunciation of knowledge, it constitutes itself on a proposal, which is plurally and universally open to the inter-epistemic interaction of other knowledge that are at service to the autonomy building processes. In its horizon, there can be found the liberation of the oppressed people and groups from the planet, victims of unjust power structures which give support to the disparity relations historically built based on the need to conform capitalist world-system. With the purpose to contribute with its epistemological consolidation, we have made some considerations about the theoretical referential and we have presented some suggestions objectifying the overcoming of some identified concerns. In order to avoid a speciesist approach –given its strong connection to human rights–, we are suggesting the inclusion of nature’s rights in its theoretical framework. As a way of insurgence against western rationality by the dominant epistemologies, we have proposed the adoption of an inter-epistemic and sentipensante bioethical reflection, in which to sense and to think (emotion and reason) interacts with one another to produce knowledge. Ensuring that its interventional practice never takes place in an authoritarian manner, disrespecting the protagonism and auto-determination from the subjects to whom is destined bioethics action, we aggregate the critical inter-culturally perspective against bioethical pluralism proposed by the bioethics of intervention. We consider that the militant character of bioethics of intervention will always imply in the establishments of relations with the State’s institutions; we have reflected on the tensions provided from such relationship and we have presented the need to refound the State, looking for inspiration in the recent experiences in Bolivia and Ecuador, which in its turn have resulted in the construction of a pluralist State inspired by the Good Living paradigm.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/18950
Date23 February 2015
CreatorsFeitosa, Saulo Ferreira
ContributorsGarrafa, Volnei
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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