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Representação política negra no Brasil pós-Estado Novo / Black political representation in Brazil after the Estado Novo

Este trabalho propõe uma análise de experiências políticas de lideranças do Partido Comunista do Brasil (PCB) e de ativistas ligados aos movimentos sociais negros, com o objetivo de compreender os processos relacionados ao surgimento de interpretações sobre raça e nacionalidade que foram operacionalizadas no campo da política pelos dois grupos, durante o período de abertura democrática seguinte ao final do Estado Novo, resultando em estratégias diferenciadas. De um lado, ativistas negros tenderam a enfatizar sua própria condição racial ao se apresentarem como representantes dos negros, esperando atrair o voto dessa parcela de eleitores, o que resultaria no surgimento do voto racial, enquanto fenômeno eleitoral no país. Por outro, comunistas se apoiaram no discurso voltado para o povo na construção de sua atuação político-partidária, sem, contudo, ignorar o debate sobre a situação da população negra na sociedade brasileira. A hipótese central para investigação das experiências de comunistas e ativista negros foi de que eles concorreram na cena política nacional com variações da noção que negro é povo no Brasil. As fontes utilizadas para realizar a pesquisa foram exclusivamente documentais: jornais, revistas, correspondências, registros elaborados ou arquivados por órgãos do Estado (a exemplo do Superior Tribunal Eleitoral e do Departamento de Ordem Política e Social), documentos de circulação interna e de divulgação tanto de partidos políticos quanto de organizações negras. O uso de variadas fontes podem contribuir para a revelação de como alguns acontecimentos foram reforçados e outros apagados do passado, assim como a forma que processos relacionados à composição e à percepção da história influenciam o presente. / This work intends to analyze the political experiences of the Communist Party of Brazil leaders and the black movements activists. It aims to understand the processes related to the emergence of interpretations on race and nationality, as well as the way both groups used these interpretations to support different strategies in the field of politics, during the democratic opening following the end of the dictatorship period named Estado Novo (1937-1945). On the one hand, black activists tended to emphasize their own racial condition in order to present themselves as representatives of blacks, hoping to attract this segment of voters, which would result in the emergence of the race-oriented voting in Brazil as electoral phenomenon. On the other hand, Communists employed a focused discourse on the idea of \"Brazilian people\" to formulate their political platform, without ignoring, however, the debate on the situation of blacks in Brazilian society. The central hypothesis of this dissertation is that both Communists and Black activists showed up in the national political scene with competing meanings for the notion: blacks are the people in Brazil. The sources used in this research were newspapers, magazines, correspondences, documents elaborated or reunited by authorities of the Brazilian State (such as the Superior Electoral Court or the Department of Political and Social Order), as well as documents of internal circulation and disclosure of political parties and black organizations in Brazil. The use of a wide range of sources helped to disclose how certain events have been reinforced and others virtually deleted in the construction of the past, but also how processes related to the composition and perception of history affect the present.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-03122015-134905
Date29 July 2015
CreatorsSotero, Edilza Correia
ContributorsGuimaraes, Antonio Sergio Alfredo
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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