O presente trabalho tem por objetivo investigar as concepções de professores da educação básica a respeito do que significa ser branco. Para sua efetivação foram analisados trabalhos teóricos sobre a questão racial, em especial aqueles dedicados ao estudo da branquitude, bem como realizei pesquisa empírica que englobou observação participante em curso sobre a temática racial destinado a docentes e entrevistas com professores de diferentes pertenças raciais. As análises evidenciaram que a condição de ser branco se relacionou a duas dimensões: uma corpórea, construída com base em características físicas que permitem a classificação de pessoas e grupos como brancos, e outra não material (simbólica). Esta última subdividiu-se em dois patamares: um idealizado, em que se verificavam associações arbitrárias entre ser branco e valores e outro relacionado às experiências vividas por pessoas brancas, fossem os docentes entrevistados, neste caso os autoclassificados brancos, fossem pessoas com as quais os docentes negros e brancos conviveram. O primeiro patamar foi denominado idealização branca e caracterizou-se pela construção do branco como grupo privilegiado e como ideal ético, estético, econômico e educacional a ser alcançado pelos sujeitos. O segundo patamar da brancura não só desmistificou a idealização branca por meio de descrições que sugeriam que as experiências de vida de pessoas brancas eram entrecortadas por eixos de subordinação diferentes do de raça, como a reforçou, já que certos relatos ratificaram alguns significados de ser branco, principalmente os relacionados à opressão racial e ao privilégio institucional concedido a brancos e citado por eles mesmos ou por docentes negros. / The aim of this study is to examine the meanings of being white to teachers of Basic Education in the city of São Paulo, State of São Paulo, Brazil. In order to accomplish it, theoretical studies concerning race, specially those on whiteness, were analysed and empirical study that included participant observation in a course about race adressed to teachers and interviews with racially diverse teachers were carried out. The analyses of the interviews showed that the condition of being white was related to two dimensions: a bodily one, which refers to physical features such as skin color and hair type, upon which individuals and groups are classified as whites, and a symbolic dimension. The latter revealed two levels of meaning. In the first level, called white idealization, whiteness was arbitrarily associated to generic values, while the second one included the senses of being white experienced by the teachers in their own lives. White idealization corresponded to a set of ideas about white people as a privileged group and an aesthetic, ethical, educational and economic ideal that people aim to achieve. This set of ideas either lost its force in descriptions that showed different subordination factors social class, gender and geographic origin superposing to whiteness or was reinforced by accounts in which whiteness was linked to racial oppression and white privilege.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-14062010-153851 |
Date | 26 April 2010 |
Creators | Luciana Alves |
Contributors | Marilia Pinto de Carvalho, Nilma Lino Gomes, Flavia Ines Schilling |
Publisher | Universidade de São Paulo, Educação, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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