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Comércio solidário na prática : o Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia

A dissociação entre ação econômica e ação ecológica, assim como o desenraizamento dos fatores sociais inerentes à economia, levaram à construção de sociedades marcadas por desigualdades sociais e por problemas distributivos. É neste contexto que se consolida o projeto político do desenvolvimentismo econômico com base produtivista. Ao mesmo tempo, historicamente, também se formam ‘resistências’ aos modelos hegemônicos. Aqui, tratamos destas resistências através das expressões contemporâneas da Agroecologia e da Economia Solidária – cujos paradigmas se direcionam para a construção de uma sociedade (ou de sociedades) justas e equilibradas. E é no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde agricultores e consumidores agrupam-se no Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia, conformando um ciclo local de produção e consumo de alimentos agroecológicos, que esta pesquisa se desenvolve. Objetivamos, através da realização de uma observação participante, identificar como se dá a autonomia – entendida como a autogestão dos grupos que conformam a Rede e, também, em relação à dependência dos mercados ‘hegemônicos’ – através da articulação de grupos organizados em rede. Para tanto, identificam-se os atores deste núcleo, caracterizando-os, e analisando as interdependências que se estabelecem através das relações que se estabelecem. Sendo que a cooperação é uma característica inseparável dos processos de desenvolvimento social, procuramos verificar se a participação na rede está motivada por respostas sociais, ambientais e culturais, e não somente por questões econômicas (no sentido utilitarista) e, também, se tais ações, entendidas sob a ênfase da economia solidária, depende de arranjos institucionais mediados para se constituírem, ao mesmo tempo que sua continuidade necessita da apropriação dos atores envolvidos. A existência de uma rede com estas características supõe a articulação de uma economia plural, ou seja, relações sociais que se estabelecem, nestas cadeias produtivas, dotados de significações mais amplas sobre o fazer econômico. Observamos que tais circuitos alternativos se caracterizam por diversas formas de autonomia, como a suficiência e a qualidade alimentar, e que diversos elementos não monetários motivam as ações econômicas. A associação entre a práxis da economia solidária e da agroecologia torna-se tanto evidente quanto importante para novas pesquisas e para corroborar com a formulação de políticas públicas no sentido do desenvolvimento rural sustentável. / The dissociation between economic and ecological action, as well as the un-embeddedness of social factors that are inherent from economy has led to the organization of societies marked by social inequalities and distribution problems. In this context, the political project of economical development with a productivity basis gets consolidated. Historically, at the same time, there can also be found resistances to these hegemonic models. This work discusses these types of resistances through the reviewing of contemporary expressions on agroecology and solidarity economy – whose paradigms point to wealth and just societies. It is in the Northern Coast of Rio Grande do Sul where small farmers and consumers has formed a nuclear group called Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia, establishing a local cycle of production and consumptions of agroecological food. The aim of this research is to identify, through means of a participant observation, how does autonomy takes place in the groups that are organized inside this net. Autonomy here is understood as the selfmanagement of the groups that are part of a greater net, and also, their dependency to hegemonic markets. The actors of this nucleus were identified, as well as the established relations of interdependency were characterized and analyzed. Taking into consideration that cooperation is an inseparable characteristic of the processes of social development, this investigation tries to find out if people’s participation in the net is motivated by social, environmental and cultural responses, and not only by economic questions (having a utilitarian sense). Moreover, it also is investigated if such actions, understood under the light of solidarity economy, depends on institutional arrangements that are mediated to be constituted, and at the same time that its continuity needs the appropriation of the involved actors. The existence of a net with these characteristics supposes the articulation of a plural economy, which means that the social relations that are established in theses production chains provide several different meanings to the economical practice. It was observed that alternative circuits are characterized by different forms of autonomy, such as sufficiency and food quality, and that different elements that are not monetary motivate such actions. The association between solidarity economy and agroecology becomes as much evident as important to new researches and to corroborate the formulation of public politics that defend a sustainable rural development.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/15362
Date January 2008
CreatorsSouza, Julia Zarpelon Coelho de
ContributorsFilippi, Eduardo Ernesto, Dal Soglio, Fabio Kessler
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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