A análise dos provérbios franceses como argumentos requer um estudo prévio de suas origens, de seu papel histórico-cultural e de suas características. Os elementos principais que o diferem de outros gêneros de frase são o seu conteúdo sentencioso, a sua fixação formal que lhe permite ser reconhecido como frase autônoma, a sua natureza implicativa e sua relação com a natureza humana. Os provérbios nos textos atuam principalmente como uma transposição metafórica, mas possuem um duplo valor semântico que permeia entre o sentido hiponímico e o hiperonímico. Além disso, a subjetividade do gênero, permite uma debreagem do EU enunciativo, apoiando-se num enunciador não identificável e em múltiplas enunciações anteriores, constituindo assim um discurso de autoridade, que provém de uma sabedoria anônima incontestada. Todas estas propriedades linguísticas colaboram com a sua força argumentativa. Para a análise do provérbio como forma de argumentação foram utilizadas as três provas da retórica Aristotélica: o ETHOS, considerando o provérbio como elemento simbólico, que constroe o caráter do enunciador apoiando-se na tradição paremíaca, o PATHOS , à partir da hipótese da análise do provérbio como modalidade epistêmica, trabalhando com as supostas lexicalidades que estariam envolvidas na manipulação discursiva entre enunciador e enunciatário e, o LOGOS constituindo à partir das premissas argumentativas uma prova racional, baseada no silogismo e no entimema. O gênero de texto escolhido foi as crônicas de arte onde um provérbio serve como argumento, devido ao seu caráter atemporal, a sua riqueza estilística e a sua importância como meio de comunicação contemporâneo que através da arte contesta e polemiza comportamentos e padrões sociais de uma forma irônica e sutil. / The analysis of French proverbs as arguments requires a previous study of their origins, historical and cultural role and their characteristics. The main elements that differ them from other sentence genres are their sentence content, their fixed form that allows them to be recognized as an independent sentence, their implicative nature and their relationship with human nature. The proverbs in texts mainly act as a metaphorical trasnposition, but they have double semantic value permeating between the hipernymy and hyponymy sense. Additionally the genre subjectivity allows a débrayage of enunciative I on the basis of an unidentifiable enunciator and a number of previous enunciations, thus constituting an authority speech that derives from an unquestioned anonymous wisdom. All these linguistic properties cooperate with their argumentative force. To analyze the proverb as a form of argumentation, three proofs of Aristotelian rhetoric have been used : ETHOS considering the proverb as a symbolic element that creates the enunciator character on the basis of paroemiac tradition; PATHOS from the hypothesis of proverb analysis as an epistemic modality, working with the supposed lexicalities that would be involved in the discursive manipulation between enunciator and enunciatee; and, LOGOS constituting a reasonable proof from the argumentation premises on the bases of syllogism and enthymeme. The text genre chosen is the art chronicle in wich a proverb serves as an argument due to its non-temporal character, stylistic richness and importance as a means of contemporary communication that ironically and subtly contests and polemizes behaviors and social standards through art.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-04022009-114358 |
Date | 20 October 2008 |
Creators | Côrtes, Maria Tereza Guimarães |
Contributors | Mouzat, Alain Marcel |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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