Return to search

Padrões ecológicos do sagui-do-nordeste Callithrix jacchus (Primates, Callitrichidae) em uma área de caatinga no alto sertão sergipano

The common marmoset, Callithrix jacchus, is endemic to the Brazilian Northeast, where it is found in the humid Atlantic Forest and the more arid Caatinga. While there have been numerous studies in the Atlantic Forest, the ecology of the species in the Caatinga is poorly known. The present study aimed to provide a systematic data base on the ecology of the species in this semiarid environment, and contribute to the understanding of its specializations for survival under extreme conditions. Three groups (G1, G2, and G3) were monitored in the Grota do Angico Natural Monument (Sergipe, Brazil) between October, 2001, and September, 2012. Data were collected on the behaviour and feeding ecology of G1 and the home ranges of all three groups. Quantitative behavioural data were collected in focal animal samples (adults only), with 5-minute samples being collected at 5-minute intervals throughout the daily activity period. The position of the group during each sample was recorded with a GPS, and mapped on a virtual 50 m x 50 m grid for the measurement of the home range. The members of group G1 spent most of their time at rest (36.26%), foraging (29.26%), and moving (17.17%), and much less time engaging in social activities (1.81%). Considerable variation was observed during the course of the year in the duration of the daily activity period, but an adjusted time budget revealed only slight variation in behavioural pattern over the course of the year. Up to a point, the diet of the study group was typical of C. jacchus, being based primarily on the consumption of plant exudates and insects, but the consumption of unusual alternative resources peaked in some months, with leaves contributing up to 39.74% of the diet in December, nectar 30.81% in November, and toxic fruit 23.08% in August. Terrestrial bromeliads and cacti were other also included in the diet. The groups were relatively small in size, with between two and eight members, but occupied unexpectedly large home ranges 14.94 hectares for G1, 41.16 ha for G2, and 26.15 ha for G3, many times larger than those recorded in other environments. Overall, the results of the present study re-emphasise the adaptive potential of C. jacchus for survival in extreme conditions of climate and resource availability, with clear evidence of the adoption of alternative ecological strategies in the Caatinga in comparison with the Atlantic Forest. / O sagui do nordeste Callithrix jacchus é nativo do nordeste brasileiro, e pode ser encontrado desde regiões de Floresta Atlântica até áreas mais secas como a Caatinga. É uma espécie de primata amplamente estudada em outros biomas, mas as informações disponíveis para a Caatinga são extremamente limitadas. Este estudo visou fornecer dados sistemáticos sobre a ecologia da espécie neste bioma semiárido e contribuir para o entendimento das especializações adotadas frente às condições extremas do ambiente. Três grupos (G1, G2 e G3) foram monitorados no Monumento Natural Grota do Angico (Sergipe, Brasil) entre outubro de 2011 e setembro de 2012. Os dados de padrões comportamentais e de alimentação foram coletados para G1 e as áreas de vida descritas para os três grupos. Os dados comportamentais foram coletados através da amostragem Animal Focal (apenas os adultos) com sessões de cinco minutos e intervalo de cinco minutos entre elas, durante o período diário de atividades. A posição do grupo foi marcada com um GPS a cada focal e inserida em um grid virtual de 50 x 50 metros para obter a área de vida. Os membros do grupo G1 passaram a maior parte de tempo estacionários (36,26%), em forrageio (29,26%) e em deslocamento (17,17%) e menos tempo e se dedicando às atividades sociais (1,81%). Foram observadas variações consideráveis ao longo do ano na duração do período diário de atividades do grupo, mas um ajuste de tempo no orçamento de atividades revelou apenas uma ligeira variação no padrão do comportamento ao longo do período de estudo. Até certo ponto a dieta do grupo de estudo foi típica para C. jacchus, baseada primariamente no consumo de exsudatos de plantas e insetos, mas o consumo de recursos alternativos incomuns atingiram picos em alguns meses, com folhas contribuindo com 39,74% da dieta em dezembro, néctar com 30,81% em novembro e frutas tóxicas com 23,08% em agosto. Bromélias terrestres e cactos também foram inclusos na dieta. Os grupos foram relativamente pequenos em tamanho, de dois a oito indivíduos, mas inesperadamente ocuparam grandes áreas de vida 14,94 hectares para G1, 41.16 ha para G2, e 26.15 ha para G3, áreas muito maiores que aquelas registradas para outros ambientes. No geral, os resultados obtidos no presente estudo reenfatizam o potencial adaptativo de C. jacchus para sobrevivência em condições extremas de clima e disponibilidade de recursos, com claras evidências da adoção de estratégias ecológicas alternativas na Caatinga em comparação à Floresta Atlântica.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/4422
Date27 February 2013
CreatorsAmora, Tacyana Duarte
ContributorsFerrari, Stephen Francis
PublisherPós-Graduação em Ecologia e Conservação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0023 seconds