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Previous issue date: 2016-11 / Ao se realizar um diálogo entre a psicologia e as ciências sociais, observamos que
as tendências hegemônicas da psicologia apresentam pouca sensibilidade às
variações culturais de nações com cenários multiculturais e híbridos, como o Brasil.
Assim, os cânones exclusivamente eurocentrados da psicologia, como vem sendo
ensinados e praticados em ambientes acadêmicos brasileiros não oferecem
atenção à especificidade histórico-cultural das realidades locais, e por isso, correm
o risco de atuarem como tecnologias de subjetivação ocidental. Por contraste,
esse estudo descolonizatório, pretende investigar formas de cuidado e caminhos
terapêuticos especificamente afro-brasileiros, como o candomblé e a umbanda,
gerados a partir da subjetividade social brasileira historicamente constituída, como
formas de atender as demandas de sofrimento e angústia da população desse
território, composto em sua maior parte por descendentes dos negros africanos, e
dos nativos, indígenas. Essas tradições se apresentam como tecnologias de
subjetivação afro-brasileiras, onde o transe é uma experiência ritual, normal e
fundamental na organização pessoal e na promoção de saúde dos sujeitos afrobrasileiros.
Ao contrário de outras leituras, psicopatologizantes, construidas a
partir das subjetividades sociais ocidentais. Tendo como referências a teoria da
subjetividade de González Rey e o paradigma da corporeidade de Csordas,
realizamos uma etnografia e dinâmicas conversacionais com os adeptos do
terreiro Tumba Nzo Jimona dia Nzambi, no intuito de compreender os processos
de subjetivação afro-brasileira a partir da subjetividade social do candomblé de
angola e da umbanda e os benefícios para a saúde. Como parte do processo de
investigação, enfatizamos a construção interpretativa e coletiva do conhecimento,
em uma aproximação metodológica apoiada na epistemologia qualitativa e na
observação participante, com a imersão subjetiva, sensorial e corporal nas
celebrações e na convivência cotidiana do terreiro, durante um período de 12
meses. Como o conhecimento e os saberes dos povos bantos, que deram origem
ao candomblé de angola se encontram em sua maior parte, ainda, no campo da
oralidade, tendo sido objeto de uma quantidade reduzida de estudos acadêmicos,
em comparação à outras nações do candomblé, essa dissertação também traz
acréscimos e realiza contribuições para a literatura acadêmica acerca dessa
cultura.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.uniceub.br:235/9672 |
Date | January 2015 |
Creators | Ramos, Rodrigo Maciel |
Contributors | Bizerril Neto, José |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional do UniCEUB, instname:Centro de Ensino Unificado de Brasília, instacron:UNICEUB |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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