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Os castanhais do sudeste do Pará: cotidianos e discursos (1930-1964)

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Previous issue date: 2018-07-11 / O objetivo central desta pesquisa é mostrar que os fatores políticos foram determinantes na formação da estrutura econômica dos castanhais do sudeste do Pará, e que o seu desenvolvimento se deu conforme as ideologias e os engajamentos partidários de três lideranças, a saber: Deodoro Machado de Mendonça, Joaquim de Magalhães Cardoso Barata e
Nagib Mutran. Com eles, os castanhais do sudeste paraense foram regulamentados, e o período
de maior intervenção partidária na região foi registrado entre 1930 e 1964. Destacamos, inicialmente, a regulamentação empregada aos castanhais em 1930, pelo então interventor paraense Magalhães Barata, atitude que contrariou as pretensões patrimonialistas de governos anteriores, representados por Deodoro de Mendonça. Neste momento, nasceram às disputas políticas que determinaram à dinâmica de funcionamento dos castanhais da região, caracterizadas pelo baratismo e o antibaratismo. Essa rivalidade em âmbito estadual foi adequada aos castanhais do sudeste paraense pelo líder local, Nagib Mutran. Assim, a disputa política em torno dos castanhais permaneceu até 1951, quando Barata foi derrotado nas eleições
para governador do Pará. A partir de então, os projetos federais para a valorização econômica da Amazônia, iniciados em 1952, aceleraram as apropriações de terras no sudeste do Estado, o
que gerou o enfraquecimento da economia extrativista e a derrocada econômica dos castanhais
da região em início de 1960. Porém, os castanhais do sudeste paraense não se resumiram aos discursos e aos projetos econômicos, paralelo a eles, no interior dos castanhais, haviam os castanheiros locais com suas ações cotidianas peculiares ao espaço da floresta. Por ser a economia da castanha uma atividade sazonal, esses habitantes dos castanhais se acostumaram a realizar outras ações que, por sua vez, passaram a fazer parte do dia-a-dia na floresta. Os habitantes dos castanhais, não eram apenas castanheiros, eram também agricultores, caçadores,
pescadores e devotos. Essas atividades, por serem todas elas importantes e rotineiras, orientavam os habitantes dos castanhais a regularem suas ações cotidianas munidos de certa autonomia, não sempre condizentes com as decisões políticas. / The main objective of this research is to show that political factors were fundamental in the formation of the economic structure of Brazil Nut Zones in southeastern Pará, and that their development was marked by the ideologies and the political engagement of three leaders, namely Deodoro Machado de Mendonça, Joaquim de Magalhães Cardoso Barata and Nagib Mutran. With them, the Brazil Nut Zones in southeastern Pará were regulated, and the main period of political partisan intervention was registered between 1930 and 1964. We highlight, initially, the regulations employed in 1930, by the Intervenor of Pará Magalhães Barata, whose attitude contradicted the claims of the of previous Governments, representing the traditional landowner elite, especially Deodoro de Mendonça. At that moment, were born the political disputes that determined the dynamics of the Brazil Nut production in the region, characterized by baratism and antibaratism. This rivalry at state level was transferred to the Brazil Nut Zones of southeastern Pará by the local leader, Nagib Mutran. Thus, the political dispute over the Brazil Nut Zones remained until 1951, when Barata was defeated in the elections for governor of Pará. Since then, the federal projects for the economic valorization of the Amazon region, initiated in 1952, accelerated the appropriations of lands in the southeastern part of the state, which led to the weakening of the extractive economy and the economic collapse of the region's Brazil Nut Zones in the early 1960s. However, the Brazil Nut Zones in southeastern Pará were not confined to discourses and economic projects. Parallel to them, inside the production zones, there were the local Brasil Nut gatherers with their daily actions, peculiar to the environment of the forest. Because the Brazil nut economy is a seasonal activity, these inhabitants of the zones have become accustomed to other activities that, in turn, made part of the daily life in the forest. The inhabitants of the Brazil Nut Zones were not only gatherers, they were also farmers, hunters, fishermen and devotees. These activities, because they were all important and routine, directed the inhabitants of the Brazil Nut Zones to regulate their daily actions with a certain autonomy, not always in accordance with the political decisions.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/10284
Date11 July 2018
CreatorsCARNEIRO, Aldair José Dias
ContributorsARENZ, Karl Heinz, PETIT PEÑARROCHA, Pere
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em História, UFPA, Brasil, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Source1 CD-ROM, reponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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