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AO REDOR DA MESA: A CIRCULAÇÃO DA PALAVRA IMPRESSA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII LUSITANO

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Previous issue date: 2017-02-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Being in contact with sources and having a bibliography with excellent analysis is what the historian expects. And when the sources are produced by the bibliography itself? The history of the book and the reading exposes this pleasant paradox, and the circulation of books under the control of Portuguese censorship in the second half of the eighteenth century provided a broad documentary collection that allows to analyze the Luso-Brazilian cultures in this context and the attempts to build barriers That would limit these cultures to the understanding of what could or could not be remembered or forgotten. From this documentation, a quantitative analysis will be carried out on the type of books circulating in the Atlantic, disembarking in Rio de Janeiro, time in Oporto and qualitative, giving meaning to the vestiges present in applications that were written to the censorship requesting permissions to be able to do To circulate these books both in their aesthetic product of the official regiemento and the customs acquired by the ordinary action of investigating and controlling, as well as between the lines that indicated behaviors and interests produced by the books in their circulation. The demands of censorship have acquired a paradox that has built up not obedient and honest people as to the rules for transporting or sending books, but people who were part of the legal world at the same time as they smuggled the illegal world of book smuggling. At this juncture the documentation, although most of them require legal book lists, some problems still occur, with some being held at the customs for investigation or even sent to the Bureau because they are forbidden to travel. On paper, the manuscripts translate control based on the Portuguese illustration, of a utilitarian character, which valued scientific development, but at the same time it moved away from the most radical ideas existing in the eighteenth century in Europe, in defense of the Catholic faith and of the royal power . Robert Darnton points out that the tool of censorship, far from being merely the exercise of cutting, suppressing, prohibiting and punishing, served as an endorsement of the world of books, adding positive values that elevated publishing and profit in the book market. In Portugal, as in France, which Darnton studied in the same context, censors participated in the book market, according to Curto, the president of the Real Mesa Censoria of the Pombal period, Manuel do Cenáculo, was also one of the most active consumers of books, Of the most important Lusitanian scholars, as observed by Rui Tavares. It is not by chance that the Cenacle maintained close relations with booksellers like Jorge Rey, who was also a book editor. That is why around the table the books circulated and built roads that led the book market to one of the wealthiest businesses of the eighteenth century, mainly through clandestinity, but also in legality, in view of some lists of books by resident French booksellers In Portugal that are part of the documentation, which contained about two, three hundred books of the most varied titles and were destined for Rio de Janeiro. Of breaking this movement has a sense produced. / Estar em contato com as fontes e ter à disposição uma bibliografia com excelente análise é o que o historiador espera. E quando as fontes são produzidas pela própria bibliografia? A história do livro e da leitura expõe esse agradável paradoxo, e a circulação de livros sob o controle da censura portuguesa na segunda metade do século XVIII proporcionou um acervo documental amplo que permite analisar as culturas luso-brasileiras nesse contexto e as tentativas de construir barreiras que limitassem essas culturas ao entendimento do que podia ou não ser lembrado ou esquecido. A partir dessa documentação, será feita a análise quantitativa, sobre o tipo de livros que circulavam pelo atlântico desembarcando hora no Rio de Janeiro, hora no Porto e qualitativa, dando sentido aos vestígios presentes em requerimentos que eram escritos à censura solicitando permissões para poder fazer circular esses livros, tanto na sua estética produto do regiemento oficial e dos costumes adquiridos pela ação corriqueira de investigar e controlar, quanto nas entrelinhas, que indicavam comportamentos e interesses produzidos pelos livros em sua circulação. As exigências da censura adquiriram um paradoxo que construiu não pessoas obedientes e honestas quanto às regras para transportar ou enviar livros, mas pessoas que faziam parte do mundo legal ao mesmo tempo em que alimentavam clandestinamente o mundo ilegal do contrabando livreiro. Nessa conjuntura a documentação, apesar de trazer em grande maioria requerimentos com listas de livros legais, algus problemas ocorrem mesmo assim, com alguns que são retidos na alfândega para averiguação ou mesmo encaminhados à Mesa Censória por estarem proibidos de circular. No papel, os manuscritos traduzem o controle baseando-se na ilustração portuguesa, de caráter utilitarista, que valorizava o desenvolvimento científico, mas ao mesmo tempo se afastava das ideias mais radicais existentes no século XVIII europeu, em defesa da fé católica e do poder real. Robert Darnton salienta que a ferramenta da censura, longe de ser apenas o exercício de cortar, suprimir, proibir e punir, servia de endosso ao mundo dos livros, agregando valores positivos que elevavam as edições e o lucro no mercado livreiro. Em Portugal , como na França que Darnton estudou no mesmo contexto, os censores participavam no mercado livreiro, segundo Curto, o presidente da Real Mesa Censória do período pombalino, Manuel do Cenáculo, era também um dos mais ativos consumidores de livros, além de um dos mais importantes eruditos lusitanos como observou Rui Tavares. Não é à toa que Cenáculo manteve relações muito próximas com livreiros como Jorge Rey, que também era editor de livros. Por isso ao redor da Mesa, os livros circulavam, e construíam caminhos que conduziram o mercado livreiro a um dos negócios mais abastados do século XVIII, principalmente através da clandestinidade, mas também na legalidade, tendo em vista algumas listas de livros de livreiros franceses residentes em Portugal que fazem parte da documentação, que continham, cerca de duas, três centenas de livros dos títulos mais variados e tinham como destino o Rio de Janeiro. De quebra esse movimento tem um sentido produzido.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2.uepg.br:prefix/389
Date16 February 2017
CreatorsSilva, Hevilton Wisnieski da
ContributorsDenipoti, Claudio, Leitão, Ana Rita Bernardo, Pegoraro, Jonas Wilson
PublisherUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, Programa de Pós Graduação em História, UEPG, BR, História, Cultura e Identidades
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG, instname:Universidade Estadual de Ponta Grossa, instacron:UEPG
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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