Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-25T20:41:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
297525.pdf: 2597498 bytes, checksum: 78153c61aa18c54c335152a0a011231d (MD5) / Este trabalho tem por objetivo elucidar a construção do espaço transitório socialista, com ênfase para o seu desenvolvimento no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Santa Catarina, Brasil, de 1985 a 2010. Segundo o referencial teórico desta pesquisa, o espaço transitório socialista atua como espaço de superação do capitalismo, segundo o movimento autônomo da classe trabalhadora, em vista do acirramento das contradições sociais geradas pelo desenvolvimento hegemônico do capital. Destaque-se que o referido modo de produção social permite o crescimento das forças produtivas da sociedade com base na ampliação do trabalho coletivo (cooperação); porém, mediante a dominação do capital, as forças produtivas do trabalho coletivo impulsionam o processo da alienação do trabalho, em vista da crescente apropriação privada dos meios de produção sociais. O capitalismo produz, assim, ao passo da maior concentração e
centralização do capital, forças sociais, cada vez mais, destrutivas, materializadas na crescente miséria da classe trabalhadora, incluindo os povos tradicionais, também tornados proletários, enfim, desprovidos do acesso aos meios de produção sociais. Partindo disso, buscou-se enfatizar o movimento histórico desencadeado autônoma e contraditoriamente pela classe trabalhadora, na perspectiva da superação do capitalismo, como base para o desenvolvimento das ações constituídas pelo MST, também no caso de Santa Catarina, entre 1985 e 2010. O método científico aqui reunido buscou inspiração, principalmente, na práxis dialético-materialista desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels que, partindo do estudo das condições de produção da existência social em cada período histórico, identifica a luta de classes como motor do desenvolvimento social, notadamente, no período de ascensão da propriedade privada, que em se tratando do capitalismo desenvolve-se a partir da oposição entre capital e trabalho. Observe-se, ainda, em termos do período atual, a teorização de Milton Santos sobre o desenvolvimento da #globalização# capitalista como hegemonia contraditória das ações movidas verticalmente pelos grandes capitais transnacionais, em conflito com a organização horizontal dos #homens pobres e lentos# do planeta; bem como a teoria de Eleutério Prado sobre o desenvolvimento da pós-grande indústria moderna, que indica a maior centralidade da produção científico-tecnológica na atualidade # a qual repercute, também, na definição do atual sujeito revolucionário. Já no que se refere à produção da vida realizada pelo MST, verificou-se a tentativa de superação das oposições historicamente constituídas entre a base técnica de produção da sociedade e sua respectiva atividade política e cultural, também em vista da realização de uma superior cooperação. Ademais, repercute também no interior do Movimento Sem Terra a contradição entre capital e trabalho, cuja superação se relaciona não apenas ao MST, mas ao desenvolvimento da luta de classes em geral, caracterizada, atualmente, sob o ponto de vista dos trabalhadores, pela luta popular e anti-imperialista, que diz respeito ainda à práxis do MST, para a qual esta pesquisa buscou contribuir através do diálogo com a práxis científica aqui reunida. / The objective of this paper is to analyse and explain the construction of a transitory socialist space, emphasizing the Movement of the Landless Rural Workers (MST) in Santa Catarina, Brazil, from 1985 to 2010. According to the various literature as part of this research, this transitory socialist space acts as a means of this independent working class movement overcoming capitalism, and taking into account social contradictions engendered by economic development. The aforementioned way of social production allows the growth of the productive forces in society. This is based on the increase of co-operative work. However, through capital domination, the productive forces of cooperative work then stimulate the process of alienation with regard to increasing private appropriation of forms of social production. As such, capitalism produces social forces that are more and destructive due to the greater concentration and centralization of capital. This results in the suffering of traditional rural people who also become working class and who are ultimately unable to gain access to ways of social production. Therefore this study has sought to emphasize the historical movement that emerged in an autonomous and contradictory way from the working class in its efforts to overcome the capitalism, on the basis of development of actions by the MST, and also in the case of Santa Catarina between 1985 and 2010. The scientific method gathered here found particular inspiration in the dialectical materialism praxis developed by Karl Marx and Friedrich Engels who, having as reference conditions of social production in each historical period, indentified the class struggles as an engine of social development. This was most apparent in the private property boom, which developed from the opposition between capital and labour. Of equal importance are the current theories of Milton Santos regarding the development of capitalist #globalization# as contradictory hegemony of actions in vertical motion by large multinational capitals, in conflict with the horizontal organization of the #poor and weak#; As Eleutério Prado#s theory about the development post-large modern industry, which indicates the bigger centrality of scientific and technological production in recent times which is relevant to the definition of a revolutionary man. In terms of life production carried out by MST, one can verify their attempt to overcome historical oppositions by comparing technical production in society and the movement#s political and cultural activities # the aim being for a superior level of cooperation. Moreover, the contradiction between capital and labour in the Movemnet of Landless Rural Workers is evident. The overcoming of this is not just related to the MST, but to the development of class struggles in general, characterized, in workers view, by popular struggle and anti-imperialism. But the last one is related to the MST praxis, for which this research tried to contribute towards through dialogue with scientific praxis gathered here.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95106 |
Date | 25 October 2012 |
Creators | Ferreira, André Vasconcelos |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Aued, Idaleto Malvezzi |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 1 v.| il., tabs.; grafs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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