Orientador: Heloisa Andre Pontes / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-15T05:39:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2010 / Resumo: A tese analisa os usos sociais e significados simbólicos presentes no uniforme de trabalho, adotado em uma grande siderúrgica, a Usiminas, sediada em Ipatinga (MG). Esse uniforme tem a particularidade de ser um dos maiores símbolos de prestígio na região, já que todos os funcionários o vestem, independentemente do nível hierárquico ou gênero (até mesmo o presidente da companhia o usa, sob a justificativa de se igualar a todos). Entretanto, a rígida hierarquia da empresa - herdada dos japoneses - aponta para diferenças (nos cargos, salários, diplomas e exercícios de poder). Assim, para apreender a eficácia simbólica do uniforme no contexto em que foi implantado e usado, a análise articula antropologia simbólica, cultura material e história social, recuperando o percurso histórico quanto à sua adoção nas fábricas brasileiras, bem como o contexto em que a Usiminas foi implantada, possibilitando consolidar
uma elite local e hierarquizar as classes. No processo de disputas simbólicas no espaço urbano, o uniforme foi útil para moldar comportamentos e "civilizar" os operários. Entretanto, o controle que ele possibilita foi transformado em símbolo de status. Dentre as estratégias que favorecem essa transubstanciação simbólica, estão as performances do presidente como "um igual" e os rituais ricamente elaborados pela empresa. Em uma perspectiva relacional de gênero, a pesquisa aponta que a siderúrgica foi concebida como locus de homens. Apesar disso, a gradual participação feminina nesse espaço e o uso de um uniforme "masculinizado" - que a princípio visava o controle da sexualidade - conferiram novas oportunidades às mulheres que chegaram a ocupar postos de comando na hierarquia da empresa. Por acompanhar a dinâmica da sociedade, o significado do uniforme mudou ao longo das gerações, envolvendo um misto de prestígio, disputas e tensões. Perpassando diversas instâncias da sociedade local, os dados evidenciam que, mais que um material inerte destinado a proteger os trabalhadores, o uniforme materializa relações de gênero e de classe, possui uma vida social essencialmente dinâmica, "impregnada" de memórias, sonhos e conquistas, além de ser marcado por perseguições, demissões, medo e dor. / Abstract: The thesis examines the social uses and symbolic meanings which are present in the working uniform adopted by a large steel company, Usiminas, located in Ipatinga (MG). This uniform has the particularity of being one of the greatest symbols of prestige in the region, since all the employees wear it, regardless of hierarchy level or gender (even the president of the company wears it, under a discourse of equality). However, the rigid hierarchy of the company - inherited from the Japanese - points to differences (in position, salary, qualifications and exercise of power). Thus, to grasp the symbolic effectiveness of uniform, in the context in which it was implanted and used, this analysis articulates symbolic anthropology, material culture and social history, restoring the historical trajectory regarding its adoption in Brazilian factories, as well as the context in which Usiminas was constructed, allowing to consolidate the local elite and to rank the classes. In the process of symbolic disputes in urban areas, the uniform was useful to shape behaviors and "civilize" the workers. However, the control that it provides has been transformed into a status symbol. Among the strategies that favor the symbolic transubstantiation, there are the president's performances as "an equal" and the rituals which are richly drawn by the company. In a relational perspective of gender, the study reveals that the steel company was conceived as a locus of men. In spite of that, the progressive female participation in this space and the adoption of a "masculinized" uniform - which at first aimed to control the sexuality - have given new opportunities to women who have come to occupy positions of leadership in the company hierarchy. Following the dynamics of the society, the meaning of the uniform has changed over the generations, involving a mix of prestige, disputes and tensions. Bypassing various levels of the local society, the data show that, rather than an inert material to protect the workers, the uniform materializes gender and class relations, has an essentially dynamic social life, "impregnated" by memories, dreams and achievements, besides being marked by harassment, layoffs, fear and pain. / Doutorado / Doutor em Antropologia Social
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/280377 |
Date | 15 August 2018 |
Creators | Farias, Rita de Cassia Pereira |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Pontes, Heloisa André, 1959-, Debert, Guita Grin, Lopes, Maria de Fatima, Bonadio, Maria Claudia, Idargo, Alexandre Bergamo |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 320 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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