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Processos comunicacionais Kaingang: configurações e sentidos da identidade cultural, memória e mídia em perspectiva histórica

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Previous issue date: 2010-01-31 / Nenhuma / A pesquisa problematiza as configurações da identidade cultural em dimensão comunicacional e histórica, no contexto do grupo étnico Kaingang, focalizando os modos de ser dos públicos e suas interações peculiares com as mídias. Nosso propósito é compreender as marcas do ethos midiatizado, nos entrecruzamentos de culturas ancestrais e contemporâneas, tendo como base a expansão da cultura midiática em condições de desigualdade e de exclusão que constituem a nossa complexa diversidade cultural e a sua expressão no campo comunicativo. Tais configurações são investigadas no âmbito dos vínculos com a televisão e das demandas da visibilidade social indígena, tendo como objeto empírico as narrativas que emergem na história de vida comunicacional dos interlocutores/ouvintes/telespectadores/leitores, os quais têm como redes de pertencimento os coletivos kaingang situados nos fluxos da região metropolitana de Porto Alegre. Na coleta e tradução dessas narrativas utilizou-se metodologia inspirada no pensamento intercultural e na hermenêutica dialógica da diferença, que imbrica reconhecimento e redistribuição, valendo-se dos recursos da história oral, da antropologia e do materialismo geográfico humano, para conjugar a pesquisa de recepção em perspectiva crítica e dialética como história social. Nessa compreensão são relevantes as afinidades de matrizes milenares e comunicacionais, como a oralidade e os gêneros televisivos, num conjunto de mediações sociais, culturais, históricas e políticas identificadas na itinerância, na memória coletiva e na organização política dos Kaingang. O sujeito intercultural, portanto, é entendido nas relações de sobrevivência material e simbólica nas cidades, na luta pelos seus territórios e na sua percepção como índios de tradição, e na sua construção histórica como públicos, mediante estruturações de gostos, competência, interpelações e conflitos frente às imagens do índio midiático, que evidenciam os embates para demarcar o seu lugar no campo comunicativo, como ambiência compartilhada e como arena social do sentido. Dessa forma, a identidade cultural é traduzida em multiplicidade constitutiva, articulando luta pela terra e afirmação étnica, através da temporalidade dos telespectadores e cidadãos, na mestiçagem entre culturas ancestrais, globais, locais, urbanas, hegemônicas e contra-hegemônicas, que tecem as formas nativas de visibilidade social no campo comunicativo. / This research problematizes the configurations of the cultural identity in the communicational and historical dimensions; within the context of the ethnical group Kaingang, focusing on the public?s way of being and their peculiar interactions with the medias. Our goal is to understand the marks of the mediated ethos in the intersections of ancestral and contemporary cultures, having as a base the expansion of the mediatic culture in inequality and exclusion conditions which constitute our complex cultural diversity and its expression in the communication field. These configurations are investigated in the scope of the links with television and the demand for an indigenous social visibility, having as an empirical objective the narratives that emerge in the histories of communicational lives of the interlocutors/listeners/TV viewers/readers that belong to Kaingang groups situated in the metropolitan region of Porto Alegre. During the collection and translation of the narratives, a methodology inspired by the intercultural thought and the dialogic hermeneutics of difference, which imbricates recognition and redistribution, using the resources of oral history, anthropology and geographical human materialism, in order to conjugate the reception research in a critical and dialectical perspective as social history. In this comprehension, the affinities of millennial and communication matrices, as the orality and television genres, in a set of social, cultural, historical and political mediations identified in the itinerancy, in the collective memory and in the political organization of the Kaingang. The intercultural subject is, therefore, understood in the relations of material and symbolic survival in the cities, in the fight for its territory and in its perception as Indians of tradition, and in its historical construction as public by the structuring of tastes, competencies, interpellations and conflicts in relation to the images of the mediatic Indian, which show the clashes to demarcate their role in the communication field, as shared ambiance and as social arena of sense. This way, the cultural identity is translated in constructive multiplicity, articulating the fight for land and ethnical affirmation, through the temporality of TV viewers and citizens, on the mixture of ancestral, global, local, urban, hegemonic and counter-hegemonic cultures, which compose the native forms of social visibility in the communicative field.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/3307
Date31 January 2010
CreatorsPereira, Carmem Rejane Antunes
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/0850914521365876, Maldonado Gómez de la Torre, Alberto Efendy
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Unisinos, Brasil, Escola da Indústria Criativa
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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