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Escola kaingang : concepções cosmo-sócio-políticas e práticas cotidianas

Este trabalho, intitulado Escola Kaingang: Concepções Cosmo-sócio-políticas e Práticas Cotidianas, apresenta a dissertação de mestrado desenvolvida por uma pesquisadora indígena, cuja pesquisa principal foi realizada nas Escolas Indígenas Antonio Kasĩn Mĩg e Mũkẽj, da Terra Indígena Guarita – municípios de Redentora, RS e Tenente Portela, RS, respectivamente. A escolha dessas escolas para desenvolver a pesquisa de campo se deu a partir do conhecimento prévio da realidade e do sentimento de pertencimento étnico; mas, igualmente, foi movida pela preocupação de refletir sobre o tratamento dado aos valores e costumes da tradição Kaingang, nas práticas escolares que caracterizam e qualificam a escola como indígena. A temática da educação escolar indígena tem sido tema de reflexões sistemáticas, e essa abordagem considera a problemática das especificidades culturais e linguísticas. A escola que foi imposta como um instrumento de dominação hoje se constitui com importância para a comunidade, como um instrumento de luta e de conquista de direitos, que são inalienáveis. A pesquisa foi desenvolvida através de aproximações, escuta sensível, entrevistas e diálogo, direcionados para as questões linguísticas e culturais. Para compreender o universo da educação foram realizadas observações no cotidiano escolar, estudos dos documentos que dão sustentação à estrutura escolar e a participação em um seminário sobre a cultura Kaingang. As reflexões dialógicas mostraram as possibilidades de interculturalidade no contexto pedagógico escolar. Porém, percebi também que se trata de um exercício desafiador, pois na estrutura colonialista do sistema escolar, onde estão inseridas as escolas indígenas, muitas vezes transcorre um conflito silencioso, devido ao trato desigual dado às culturas indígenas e à sociedade envolvente. A pesquisa foi fundamentada com os estudos sobre as concepções pedagógicas de Paulo Freire e sobre as línguas indígenas de Eunice Dias de Paula, Wilmar D’Angelis e Marcia Nascimento. Também traz a abordagem das concepções de aprendizagem e alfabetização num contexto bilíngue e a filosofia de autores indígenas. Nesse processo busquei evidenciar a importância da valorização das práticas culturais existentes nas escolas, na educação bilíngue e no cotidiano escolar, traçando um fio condutor do perfil do educador comprometido com a perspectiva da pedagogia da autonomia de Paulo Freire. Na trajetória de construção e compreensão do trato investigativo para busca de informações, foram realizadas entrevistas e diálogos com professores e lideranças da comunidade sobre a importância da língua e da cultura nos ensinamentos escolares. Observei que os professores e integrantes das comunidades indígenas possuem sentimentos e pensamentos unânimes sobre a necessidade de dispensar maior atenção às atividades linguísticas e culturais nas práticas educativas. Essa condição vai possibilitar que as escolas sejam indígenas, de fato e de direito. / Este trabajo titulado Escuela Kaingang Concepciones cosmo-socio-políticas e prácticas cotidianas, presenta la disertación de maestría desarrollado por una investigadora indígena, cuya investigación principal fue realizada en las Escuelas Indígenas Antonio Kasĩn Mĩg e Mũkẽj del territorio indígena de la Guarita, municipio de Redentora, RS y Tenente Portela, RS, respectivamente. La escogencia de estas escuelas para desarrollar la investigación de campo se dio a partir del conocimiento previo de la realidad y sentimiento de pertenencia étnica, pero igualmente, motivada por la preocupación de reflexionar sobre el tratamiento dado a los valores, las costumbres de la tradición Kaingang , en las prácticas escolares que caracterizan y cualifican a la escuela como indígena. La temática de la educación escolar indígena ha sido tema de reflexiones sistemáticas, y este abordaje considera la problemática de las especificidades culturales y lingüísticas. La escuela fue impuesta como un instrumento de dominación, hoy se constituye con importancia para la comunidad como un instrumento de lucha y de conquista de los derechos, que son inalienables. La investigación fue desarrollada a través de varias aproximaciones, escucha sensible, entrevistas y diálogo, direccionados para las cuestiones lingüísticas y culturales. Para comprender el universo de la educación, fueron realizadas observaciones en la cotidianidad escolar, estudio de los documentos que sustentan la estructura escolar y la participación en un seminario sobre cultura Kaigang. Las reflexiones dialógicas mostraron las posibilidades de interculturalidad en el contexto pedagógico escolar. Sin embargo, percibí también que se trata de un ejercicio desafiante, donde muchas veces transcurre un conflicto silencioso por el trato desigual dado a las culturas y de la sociedad que nos envuelve en la estructura colonialista del sistema escolar donde están insertas las escuelas indígenas. La investigación se fundamentó en los estudios de las concepciones pedagógicas de Paulo Freire sobre las lenguas indígenas de Eunice Dias de Paula, Wilmar D’Angelis y Marcia Nascimento. También trae el abordaje de las concepciones de aprendizaje y alfabetización en un contexto bilingüe y la filosofía de autores indígenas. En este proceso busqué evidenciar la importancia de valorizar las prácticas culturales existentes en las escuelas, en la educación bilingüe, y en el cotidiano escolar, trazando un hilo conductor del perfil del educador comprometido con la perspectiva de la Pedagogía de la Autonomía de Paulo Freire. En la trayectoria de construcción y comprensión del proceso investigativo para la búsqueda de la información, fueron realizadas entrevistas y diálogos con profesores y lideres de las comunidades sobre la importancia de la lengua y de la cultura en la enseñanza escolar. Observé que los profesores e integrantes de las comunidades indígenas, poseen sentimientos y pensamientos unánimes sobre la necesidad de prestar mayor atención a las actividades lingüísticas y culturales en las prácticas educativas. Esa condición va a posibilitar que las escuelas sean indígenas, de hecho y de derecho.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/163813
Date January 2017
CreatorsFreitas, Maria Inês de
ContributorsBergamaschi, Maria Aparecida
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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