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Conservação da natureza e emancipação social : um estudo de caso sobre a comunidade de Santa Maria do Caiaué e sua relação com a Floresta Nacional Pau-Rosa, Maués, Amazonas

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2012. / Submitted by Elna Araújo (elna@bce.unb.br) on 2012-07-13T22:37:29Z
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2012_JacquelineMartinsGomes.pdf: 1839646 bytes, checksum: f783f1e13ba60c3f1c3a6a8338fcf2b7 (MD5) / O atual cenário de crise ambiental tem justificado cada vez mais o estabelecimento de áreas protegidas para a conservação da natureza, das quais as Unidades de Conservação (UCs) são no Brasil uma especialização. Esse cenário concretiza-se na ampla destruição e degradação de florestas e rios, na perda da biodiversidade, em catástrofes climáticas, nas injustiças ambientais e na diminuição da qualidade de vida dos seres humanos. Ele resulta do modo hegemônico de desenvolvimento social pautado na apropriação materialista da natureza como fonte para o crescimento econômico e orientado por uma noção cientificista que inferioriza saberes não-científicos assim como valores, práticas sociais e modos de vida deles decorrentes. A legitimidade exclusiva da ciência moderna para compreender e intervir no mundo fragmenta saberes e dificulta uma compreensão crítica dos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da problemática ambiental. A crise ambiental é, portanto, crise social, o que indica que a busca pela conservação da natureza deve ser ao mesmo tempo a busca pela emancipação social. Há que se garantir no âmbito dessa política ambiental territorial processos educadores ambientais comprometidos com uma perspectiva crítica e emancipatória. Contudo, as UCs são fruto do mesmo arcabouço conceitual que orienta o paradigma de desenvolvimento hegemônico, baseado em uma visão dicotômica sobre a relação sociedade-natureza, embora ao longo de sua consolidação tenham sido incorporadas algumas concepções de base socioambiental. As distintas concepções inerentes às categorias de UCs podem influenciar as práticas pedagógicas que delas decorrem e isso se torna relevante ao considerarmos que, por influenciarem processos sociais e territoriais, as UCs têm grande potencial educador. Diante disso, com base nos referenciais da pesquisa qualitativa, esta pesquisa objetivou discutir a configuração do contexto socioambiental de uma comunidade cabocla amazônica relacionada a uma UC para compreender os desafios pedagógicos que se colocam para essa política à luz de uma concepção crítica e emancipatória de Educação Ambiental. O estudo foi feito na comunidade Santa Maria do Caiaué, município de Maués – AM, Médio Amazonas, abrangida territorialmente pela Floresta Nacional Pau-Rosa. Partiu-se da origem Munduruku dessa comunidade para discutir a relação de sua configuração socioambiental com questões socioculturais, políticas e econômicas mais abrangentes sobre a região. A alienação quanto à origem indígena e sua desvalorização em paralelo com a necessidade de resgatar essa história, a emancipação do sistema de patronato, as iniciativas locais de organização coletiva para produção de alimentos regionais, a supervalorização de produtos alimentícios de origem industrial e a percepção da escassez de alguns recursos naturais apontam para a necessária missão da Educação Ambiental de promover a ampliação de olhares e compreensão crítica sobre a problemática socioambiental bem como de resgatar e pôr em evidência experiências locais que contribuam para tal. Se a política pública ambiental pretende que as UCs, ao protegerem extensas áreas florestais, contribuam para promover a superação da crise ambiental, não é possível pensar seu papel somente na garantia de amostras de ecossistemas. Sua gestão deve trazer à tona a diversidade social e cultural e os saberes associados que emanam de seus territórios, nos quais residem as possibilidades de construção e de fortalecimento das alternativas societárias à lógica hegemônica que opera na construção do atual cenário de crise ambiental. As UCs devem ser essencialmente pedagógicas em sua gestão e para isso os princípios da Educação Ambiental crítica e emancipatória devem entranhar todo esse processo se o objetivo é contribuir para a superação da crise ambiental ao invés de sua simples atenuação. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The present environmental crisis has justified the creation of protected areas as a solution to nature conservation, such is the Brazilian case with the conservation units. The scenario of the crisis is characterized by great the destruction and degradation of forests and rivers; by the loss of biodiversity; climate catastrophes; environmental injustice and finally by the bad quality of human way of life. This scenario is also a result of the hegemonic kind of social development, characterized by the material appropriation of nature, by the scientific notion that underestimates the non-scientific knowledge and by patterns of values, social practices and ways of life. The way that modern science turns understandable our world is shattering knowledge and avoiding a critical comprehension of political, economic, social and cultural issues of the present environmental crisis that is also a social one. So, the search for the conservation of nature cannot be separated of the search for social emancipation. Environmental education must be a part of the environmental policies because it is the way to make them critical and emancipated ones. Otherwise the conservation units come from the same conceptual source framed by the paradigm of the hegemonic development process that is based on a dichotomous vision of the relation of nature and society. The different conceptions of conservation units can both influence the educational practices and be influenced by them. Based on this conceptual framework and on the qualitative research this work presents the social environmental context of an Amazon cabocla community living in a UC, this work shows which are the educational challenges to be faced by the public policies. The community where the research was developed is Santa Maria do Caiaué, in Maués, Amazon State. The territory where this community lives is a part of Pau-Rosa National Forest. The research shows the Munduruku origin of this community and the consequent challenges which come from it, due to by one side the ignorance of their origin and by the other side the need to rescue their history of collective organization to produce food, of emancipation from the employers and from the high prices of industrial products. All these questions demonstrate how important is the use of Environmental Education as a method of critical comprehension of the social environmental problems as well as the use of local experiences to solve them. If the objective of the public environmental policies is to get large protected forest areas in conservation units and in the same way to contribute to get over the environmental crisis they cannot be limited to protect samples of ecosystems. Indeed the public policies, especially the environmental education should get advantage of the social and cultural diversity found in these areas to promote critical and emancipation values which could help to get over the environmental crisis.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/10941
Date20 March 2012
CreatorsGomes, Jacqueline Martins
ContributorsMartins, Leila Chalub
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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