Return to search

A transferência e a contratransferência na clínica dos estados-limite : o afeto como um recurso de elaboração do trauma

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2016. / Submitted by Marianna Gomes (mariannasouza@bce.unb.br) on 2016-12-16T12:45:33Z
No. of bitstreams: 1
2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-01-28T15:56:40Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-28T15:56:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Desde sua criação, a psicanálise é marcada pelas constantes discussões, construções e reelaborações de seu saber. Após a morte de Freud, a psicanálise se encontrou diante da necessidade de manter a essência da teoria freudiana e também avançá-la para os demais contextos pouco ou não abordados por Freud. É nesse contexto que surge o interesse, dentro da literatura psicanalítica, pelos denominados pacientes limítrofes, pacientes borderlines, ou estados-limite. Segundo a literatura pós-freudiana, esses pacientes são sujeitos que apresentam uma dificuldade significativa em se adaptar às regras clássicas da clínica psicanalítica, convidando seus analistas a se reinventarem diante de suas demandas. O presente trabalho elegeu esses sujeitos como objeto de estudo, retornando à busca das contribuições da teoria freudiana, em diálogo com os autores contemporâneos. Aproximamos o paciente limítrofe da teoria do trauma, tanto do trabalho de Freud, quanto do trabalho de Ferenczi, seu discípulo direto, partindo do princípio que o elemento traumático é fundamental para a compreensão dos conflitos internos de tais sujeitos. Discutimos as manifestações inconscientes de tais sujeitos, que aparecem também na clínica. Assim chegamos ao fenômeno da transferência e como ela se manifesta na lógica dos estados-limite. Partindo da manifestação transferencial em geral, discutimos a manifestação da transferência na clínica dos pacientes limítrofes e quais são as exigências que tal contexto apresenta ao analista ali presente. Por fim, discutimos um outro fenômeno que também é manifestado e salientado pela clínica psicanalítica em geral: a contratransferência. Fizemos um retrospecto da ideia da contratransferência desde a teoria freudiana, até a teoria dos demais autores contemporâneos. Partimos da ideia inicial de Freud de que a contratransferência é algo ruim em essência e deve ser evitado a qualquer custo, passamos pelas ainda contribuições de Freud acerca do papel do inconsciente do analista na relação analista-analisando, para chegarmos na ideia de que a contratransferência, quando bem manejada, pode ser um recurso técnico importante para a clínica psicanalítica do paciente limítrofe. Os estados-limite apresentam uma falha básica na capacidade de harmonizar seus afetos com as representações coerentes, portanto suas manifestações afetivas se apresentam de forma desproporcional e deslocadas de possibilidades satisfatórias de elaboração. Essas moções intensas de afeto são dirigidas também a figura do analista, que precisa ser capaz de conter tais reações intensas e manejar seus próprios afetos. Acreditamos que o afeto do analista, manifestado pela sua contratransferência, pode conter possibilidades importantes de compreensão dos afetos sem representação de seu paciente limítrofe. Discutimos nesse trabalho se o afeto do analista pode ser um recurso técnico de leitura e interpretação dos afetos dos estados-limite. Ao final do trabalho, apresentamos o fragmento de um caso clínico para auxiliar na visualização do papel da contratransferência na clínica dos estados-limite. / Since its creation, the psychoanalysis theory is marked by constant discussions, constructions and reworkings of its knowledge. After Sigmund Freud’s death, the psychoanalysis found the necessity of keeping the essence of Freud’s theory and, at the same time, moving forward to contexts that weren’t developed before. In this paradigm, we found the interest in the study of those called by psychoanalysis as borderline patients. According to the studies after Freud’s death, borderline patients are those people who have significant difficulties in adapting themselves to the classic rules of psychoanalytic clinic, inviting their analysts to adapt to their demands. This present work has chosen those patients as study object, searching for Freud’s theory contributions and also contemporary work’s help. We approached borderline patients to trauma’s theory inside Sigmund Freud’s and Sándor Ferenczi’s work because we believe that trauma is important to understand the borderline patient and their psychic conflicts. We discussed the unconscious manifestations of borderline patients, which also appeared in clinic context. In this context, we found the transfer phenomenon and how it manifests in borderline patient. We discussed first the transfer phenomenon in general terms, then we discussed transfer manifestation in borderline patient’s clinic and finally which transfer´s needs those patients direct to their analysts. At least, we discussed another clinic phenomenon, which is also manifested and evidenced in psychoanalytic clinic in general: the counter-transfer. We made a retrospect on the idea of counter-transfer since Freud’s theory until contemporary theories. We began with Freud’s first idea that counter-transfer is something bad and it should be avoided in every case. In a second moment, we discussed Freud’s idea about the importance of analyst’s unconscious in the relationship between patient and analyst, and then we reached the idea that counter-transfer could be, when it is well worked, an important technic resource to psychoanalytic clinic and to the borderline patients. We believed that analyst’s affects, when manifested by his counter-transfer, could contain certain important possibilities of comprehension of borderline patients’ affects, which normally appeared without any representation. We discussed in this work if analyst’s affects may be a technic resource to help analyst read and interpret borderline patient’s affects. At the end of this work, we presented a fragment of a clinical case to help visualize the role of counter-transfer in borderline patient’s clinic.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/22283
Date29 August 2016
CreatorsSantos, Paula França dos
ContributorsLazzarini, Eliana Rigotto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0027 seconds