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Estimulações cerebrais não invasivas na avaliação e tratamento de indivíduos com Migrânea

Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-04-20T13:14:55Z
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Previous issue date: 2016-07-12 / CAPES / A presente dissertação consiste em dois estudos que se propõem a compreender o padrão
de atividade elétrica cortical de indivíduos migranosos (quando comparado à de indivíduos
com outros tipos de cefaleia e saudáveis – estudo 1) e a qualidade da evidência do uso da
estimulação cerebral não invasiva (ECNI) para o controle da dor de pacientes com
migrânea (estudo 2). No primeiro estudo, os indivíduos foram submetidos a avaliações da
excitabilidade do córtex visual e motor, no período interictal, antes e imediatamente após a
estimulação visual por padrão reverso (EVPR). A resposta da excitabilidade do córtex
motor foi realizada através das medidas de: (i) limiar motor de repouso (LMR), (ii) inibição
e facilitação intracortical e (iii) amplitude do potencial evocado motor (PEM). A resposta da
excitabilidade do córtex visual foi avaliada pela determinação do limiar de fosfeno (LF). A
EVPR consistiu em um padrão quadriculado, alternando 600 vezes a uma frequência de
3,1 Hz. Durante a estimulação, foi avaliado o potencial evocado visual (PEV) a fim de
observar se houve ou não habituação em cada indivíduo. Para garantir o mascaramento
dos avaliadores, após as avaliações os indivíduos foram classificados em três grupos: (i)
GM - migrânea; (ii) GOC - outros tipos de cefaleia e (iii) GS- saudável. Tal classificação foi
feita de acordo com três diagnósticos concordantes: (i) avaliação clínica por um
neurologista, (ii) avaliação segundo os critérios da International Classification of Headache
Disorders, e (iii) de acordo com as respostas do diário de cefaleia, durante um mês. Dos
59 indivíduos incluídos no estudo, 25 foram classificados nos grupos GM, 23 no GOC e 11
no GS. Não houve diferença intergrupo quanto às características antropométricas e
comportamentais, exceto para as variáveis inerentes à cefaleia. Também não houve
diferença intergrupos antes e após a EVPR, em relação às medidas de excitabilidade
cortical visual e motora. Detectou-se apenas uma redução significativa do LF após a
estimulação, no GM (Z=-3,545, p=0,001) e GOC (Z=-3,608, p=0,000). Não houve diferença
em relação às medidas de PEV intra e intergrupos. Em relação à ocorrência de habituação
em cada grupo, não houve diferença entre grupos (X²=0,739; p=0,691). Desta forma,
conclui-se que indivíduos com migrânea e com outras cefaleias apresentam aumento na
excitabilidade do córtex visual após a EVPR. Pode-se inferir também que a ocorrência de
déficit de habituação pode não estar associada exclusivamente aos mecanismos
fisiopatológicos da migrânea. O segundo estudo foi uma revisão sistemática com
metanálise em que se incluiu artigos (sem restrição linguística) das seguintes bases de
dados: Medline, LILACS, CINAHL, Scopus, Web of Science e CENTRAL. Ao total, oito
ensaios clínicos foram incluídos na análise quantitativa (153 migranosos submetidos ao
protocolo real de ECNI e 143 à estimulação fictícia). Quatro estudos investigaram os
efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e quatro, os efeitos da
estimulação magnética transcraniana (EMT). Não foi encontrado resultado significante na
metanálise de efeitos das ECNI para intensidade da dor (tamanho do efeito – TE=-0,61;
p=0,11), número de crises (TE=-0,44; p=0,22) e ingesta de medicamento (TE=-0,57;
p=0,08). Ao considerar apenas os efeitos da ETCC, foi encontrada uma redução
significativa para todas as variáveis de controle da dor (intensidade da dor: TE=-0,91,
p=0,04; número de crises: TE=-0,75, p=0,004; ingesta de medicamento: TE=-0,64;
p=0,03). Cefaleia e sonolência foram os efeitos adversos mais reportados durante ou após
a aplicação das ECNI, sem diferença significativa de ocorrência em relação à estimulação
fictícia, exceto para a cefaleia (odds ratio=3,55; p=0,02). A qualidade da evidência atual
acerca do uso da ECNI no controle da dor de indivíduos com migrânea apresenta-se baixa
ou muito baixa, e sugere que as ECNI não são efetivas quanto ao tratamento da migrânea.
Contudo, a análise por subgrupo demonstra que a ETCC possui efeito de moderado a alto,
e desta forma, pode ser uma alternativa não farmacológica promissora para o controle da
dor, principalmente para a redução de ingesta medicamentosa. / The present dissertation was composed by two studies that aimed to understand what is
the pattern of cortical electrical activity of individuals with migraine (study 1) and to evaluate
the body of evidence of NIBS treatment for pain control in migraineurs (study 2). In the first
study, the volunteers were submitted to an evaluation of motor and visual cortical
excitability (before and immediately after visual stimulation), realized in interictal period.
Motor cortical excitability was measured by: (i) resting motor threshold (RMT); (ii)
intracortical inhibition and facilitation; (iii) motor evoked potential (MEP). Visual cortex
excitability was evaluated by phosphene threshold (PT) assessment. Visual stimulation
consisted of a checkerboard pattern, reversed for 600 times at a frequency of 3.1 Hz.
During visual stimulation, the visual evoked potential (VEP) was measured, in order to
evaluate the occurrence of habituation for each individual. After evaluation, subjects were
classified into the groups, performed according to agreement of diagnoses in three steps:
(i) evaluation by a neurologist (for clinical diagnosis); (ii) evaluation by International
Classification of Headache Disorders criteria; (iii) evaluation by headache diary responses,
filled in one month. The 59 included volunteers were classified in the groups: MG - migraine
(n=25); OHG - other types of headache (n=23) and HG - healthy subjects (n=11). There
was not intergroup difference in anthropometric and behavioral characteristics, except for
variables related to headache. There were no differences between groups before and after
stimulation regarding to measures of visual or motor cortical excitability. However, it was
observed a decrease of PT after stimulation in MG (Z=-3.545, p=0.001) and OHG (Z=3.608,
p=0.000). There was not difference in VEP measures within or between groups.
Regarding to habituation occurrence in each group, there was not found difference
(X²=0.739; p=0.691). Thus, individuals with migraine and other types of headache have an
increase of visual cortex excitability after visual stimulation. We can also infer that the lack
of habituation cannot be associated exclusively to the physiological mechanisms of
migraine. The study two was a systematic review of clinical trials. The literature search
comprised the following databases: MEDLINE, LILACS, CINAHL, Scopus, Web of Science
and CENTRAL, with no language restriction. Eight studies were included in quantitative
analysis (153 migraineurs submitted to the NIBS and 143 to sham stimulation). Four
studies investigated tDCS effects and four TMS effects. It was not found significant results
in the overall effect meta-analysis (tDCS and TMS effects) for pain intensity (SMD=-0.61;
p=0.11), number of attacks (SMD=-0.44; p=0.22) and painkiller intake (SMD=-0.57;
p=0.08). In subgroup analysis, it was found a significant decrease for all pain control
measures (pain intensity: SMD=-0.91, p=0.04; frequency of attacks: SMD=-0.75, p=0.004;
painkiller intake: SMD=-0.64; p=0.03), only for tDCS. Headache and sleepiness were the
most reported adverse effects during or after NIBS application, without difference in relation
to sham stimulation (except to headache in sensitivity analysis (odds ratio=3.55; p=0.02).
Therefore, quality of evidence in relation to NIBS treatment on pain control for migraineurs
still remains low or very low. Perhaps NIBS are not effective for migraine treatment.
However, subgroup analysis suggests that tDCS have moderate to high effect, with
moderate level of recommendation. These results may indicate that tDCS could be a
promising nonpharmacological approach for pain control, mainly for painkiller intake
reduction.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/18608
Date12 July 2016
CreatorsNASCIMENTO, Lívia Shirahige Gomes do
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/1081515399161086, SILVA, Kátia Karina do Monte, ARAÚJO, Maria das Graças Rodrigues de
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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