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Criatividade na produção de textos : a concepção de criatividade entre professores de portugues que lecionam de 5a. a 8a.serie

Orientador: Carlos Alberto Vidal França / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-07-21T15:34:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1996 / Resumo:Interessados no processo criativo, e com a finalidade de entender as condições de seu desenvolvimento no contexto escolar, especialmente no campo da escrita dos alunos, interpelamos aleatoriamente um grupo de professores da Disciplina de Português que trabalham de 5a. a 8a. série do 10. Grau. Em resposta à nossa pergunta: O que é Criatividade na produção de textos? Obtivemos dados que preenchem um largo espectro que inclui a conceituação de criatividade, seus pré requisitos, e o papel do professor no processo de desenvolvimento dela. A criatividade na produção de textos foi definida como a liberdade de expressar um novo, seja ele manifestado por uma maneira pessoal de usar a Língua ou pela apresentação de idéias originais, produzidas a partir da elaboração individual de experiências. Nesta elaboração participam os sentimentos do sujeito. A Criatividade é, portanto, um rompimento com o que já existe, tanto no nível formal como no nível conceptual, resultante de uma "soma" original de conhecimentos adquiridos. A Criatividade na produção de textos relaciona-se, segundo o discurso dos professores, com a imaginação, com a capacidade crítico-reflexiva, com o ambiente em que o aluno vive, sua auto estima e segurança, com o domínio que o aluno tem da Língua e com o seu repertório. O conhecimento possuído pelos alunos, na maioria das vezes referido como repertório, é abordado pelos professores ora de forma superficial, como mera soma de informações, ora de modo enigmático, através de palavras como transfiguração ou elaboração; o repertório é a condição de produção criativa mais freqüentemente mencionada como pertencente à esfera de ação do Professor. A aquisição de domínio da Língua é basicamente relacionada pelos professores entrevistados com atividades de leitura, a qual é muitas vezes referida como a melhor, senão a única forma de instrumentalizar lingüisticamente o aluno e proporcionar-lhe vivências vicárias. O uso da expressão "instrumentalizar" revela, no contexto das falas, o conceito de instrumento visto como auxiliar para, e não como constitutivo de. A linguagem é vista como uma aquisição instrumental para que o aluno adquira sua identidade, para que tenha acesso aos livros, à informação, à cultura letrada. Não aparece como sendo constitutiva dessa identidade, como algo que atue simultaneamente como construtora e construída. Especificamente, os pré requisitos para uma produção de textos criativa residiriam em o aluno: 1. conhecer as diferentes formas do uso da Língua e saber lidar com elas; 2: saber ler, isto é, entender o texto com que se defronta, ser capaz de inferir o significado de um termo pelo contexto; 3: dominar um registro culto, primeiro na fala, depois na escrita; 4: estar familiarizado com o ato de escrever; 5: conhecer o assunto sobre o qual vai escrever; 6: ampliar suas informações e entrar em contacto com "modelos"; 7: gostar de escrever e estar motivado; 8: usar a imaginação; 9: ter o professor como interlocutor de seu texto; 10: ter um professor criativo. O papel do professor é visto como o de levar o aluno a preencher todos estes pré requisitos, e os professores descreveram sua prática nas entrevistas, detalhando suas atividades com os alunos na preparação deles para a produção de textos. Essa prática é em geral bastante coerente com afirmações em teoria, feitas no correr da entrevista, e revela que o professor percebe intuitivamente relações necessárias entre diferentes habilidades e competência linguística para que o processo criativo se dê. As falas dos professores, em seu conjunto, nos levaram a refletir sobre o papel da linguagem verbal no processo criativo e a aventar a possibilidade de que ambos (linguagem verbal e processo criativo) estejam profundamente ligados, guardando entre si uma relação de dependência mútua. Esperamos que nossa leitura das entrevistas feitas com estes professores possa aclarar as relações entre produção de textos e criatividade e permitam a emergência de novos focos de atenção no estudo destas relações / Abstract: A random sample of Portuguese teachers of the fifth to eighth grades was selected for the study of the development of the creative process in the school context, especially in the area of student writing. Answers to the question "What is creativity in the production of texts?", provided a wide range of data, including a definition of the concept of creativity and the delineation of the pre-requisites for its development, as well as the role of the teacher in this processo Creativity in the production of texts was defined as the freedom to express something new, whether manifested in a unique manner of using the language or through the presentation of original ideas based on the unique elaboration of experiences. Thus, creativity is a rupture of what already exists, not only on the formal levei, but also on the conceptual levei, resulting in something new: an original expression of acquired knowledge. According to these teachers, creativity in the production of texts is related to imagination, a capacity for critica I reflection, the environment in which the student lives, his/her self-esteem and security, his/her control of the language, and his/her knowledge about the world. The question of acquired knowledge ("repertório") is dealt with in a rather superificial manner by the teachers, at times being considered a mere accumulation of information and at others mentioned rather enigmatically through expressions such as "transfiguration" or "elaboration"; the possession of such knowledge is the condition for creative production most frequently linked to the sphere of action of the teacher. Acquisition of linguistic control is basically related to activities of reading, which are often referred to as the best, if not the only, form of linguistically instrumentalizing the student and providing him/her with vicarious experiences. In this context, the use of the expression "instrumentalize" reveals the concept of instrument seen as an aid for action rather than constitutive of such action. Language is seen as an instrument providing access to identity, as well as to books, information, and the culture of literacy, but it does not appear as constitutive of this identity; it functions simultaneously as constructor and constructed. The pre-requisites for the production of creative texts are located within the student: 1) know the different forms of language use and how to deal with them; 2) know how to read, Le., understand a text and be capable of inferring the meaning of a term from the context; 3) dominate the formal register, first in speech and later in written form; 4) be familiar with the act of writing; 5) be familiar with the subject about which he/she will write; 6) increase the amount of information available and come into contact with "models"; 7) like to write and be motivated to do so; 8) use his/her imagination; 9) interact with the teacher as interlocutor of the text; and 10) have a creative teacher. The role of the teacher is seen as one of creating the conditions for the student to have or develop these pre-requisites, and in the interviews the teachers describe their practice in detail, furnishing information about their activities with the students to prepare them for the production of texts. The educational practices mentioned are generally quite coherent with theoretical statements made during the interviews and reveal that the teacher intuitively understands the necessary relationship between different abilities and linguistic competence so that the creative process can develop. The speech of these teachers as a whole leads us to a reflection about the role of verbal language on the creative process and we suggest the possibility that language is inextricably linked to the creative process in a mutually dependent relationship. It is hoped that this "reading" of the interviews conducted with these teachers can clarify the relationship between text production and creativity and lead to the emergence of new foci of attention in the study of these relations / Doutorado / Psicologia da Educação / Doutor em Educação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/252319
Date13 September 1996
CreatorsGiglio, Zula Garcia, 1949-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, França, Carlos Alberto Vidal, 1945-
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format205 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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