Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico. Programa de Pós-Graduação em Serviço Social. / Made available in DSpace on 2012-10-23T12:27:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1
242376.pdf: 423935 bytes, checksum: f83ec01a085322843d6dea2cfb422ac9 (MD5) / Este trabalho coloca em discussão a violência contra a mulher enquanto uma questão de saúde. As discussões aqui realizadas partiram do final dos anos de 1970, quando no Brasil, a violência contra a mulher ganha maior visibilidade social passando a ser abordada também na esfera pública, seja pela inclusão do tema na pauta dos objetos de pesquisas ou como objeto de intervenção do Estado. No campo da saúde, o debate da violência também encontra espaço neste período sendo sua inserção fundamentada pelo aumento, nas Américas, de traumas e mortes decorrentes de causas violentas. No Brasil, abrem-se espaços para a discussão à medida que emerge um grande movimento em prol da mudança do modelo teórico-assistencial e político de pensar e fazer saúde no país, o Movimento Sanitário. A discussão que se deu em torno da saúde brasileira marcou esse período onde diversos segmentos sociais e governamentais discutiram as condições de vida da população e, a partir disso, propuseram ações que se traduziram em um novo modelo de atenção à saúde denominado de Saúde Coletiva. Nessa perspectiva, considerou-se o contexto histórico que possibilitou a implantação do atual modelo de saúde brasileiro, ou seja, reconheceu-se que a gênese da construção das bases que sustentam e compõem esse modelo de atenção está relacionada com as discussões advindas desde o movimento pela Reforma Sanitária, o qual se manifestou em prol do rompimento de um modelo restrito de perceber as questões que envolvem o processo saúde doença, e das lutas do movimento de mulheres pela consideração da violência enquanto questão presente no cotidiano das mulheres e merecedora de abordagens para além do setor policial. Assim, o objetivo deste trabalho é discutir a temática da atenção às mulheres em situação de violência no âmbito da saúde, com ênfase na atenção básica à saúde. Para tanto, realizou-se um debate sobre a relação entre o modelo de saúde coletiva, as ações destinadas às mulheres em situação de violência e a operacionalização nos serviços de atenção cuja centralidade está na compreensão da violência contra a mulher enquanto questão de saúde. E, a partir dessa operacionalização da atenção analisou-se como a temática da violência contra a mulher aparece no cotidiano dos serviços básicos de saúde de Florianópolis e como os profissionais inseridos neste âmbito estão preparados para trabalhar com tal demanda. Buscando contemplar os objetivos propostos o estudo está delineado pela revisão bibliográfica e pela pesquisa qualitativa, enquanto procedimento metodológico empírico, realizada junto a nove Unidades Locais de Saúde do município de Florianópolis/ SC. Os resultados da pesquisa apontam para algumas dimensões que possibilitam e dificultam a atenção às mulheres em situação de violência no nível de atenção básica, como: a invisibilidade da temática nos serviços de atenção básica à saúde; a qualificação e/ou formação insuficiente dos trabalhadores em saúde para o atendimento as demandas das mulheres em situação de violência; a indefinição do papel da saúde na atenção as situações; a perspectiva das políticas publicas em relação a atenção as mulheres em situação de violência e a organização do serviço que não favorece a integralidade da atenção.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/90568 |
Date | January 2007 |
Creators | Furlanetto, Cleidiamar Aparecida |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Mioto, Regina Célia Tamaso |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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