Submitted by Reginaldo Soares de Freitas (reginaldo.freitas@ufv.br) on 2018-05-28T13:12:32Z
No. of bitstreams: 1
texto completo.pdf: 1257101 bytes, checksum: 042d22b14b31a5bf9b031a89d8200110 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-28T13:12:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
texto completo.pdf: 1257101 bytes, checksum: 042d22b14b31a5bf9b031a89d8200110 (MD5)
Previous issue date: 2017-11-24 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Nas últimas décadas, as famílias brasileiras passaram por muitas transformações. Especificamente, ocorreram várias mudanças demográficas na sociedade, especialmente aquelas relativas à redução da mortalidade e da fecundidade, aumento da longevidade, e aos novos valores associados a este comportamento. Simultaneamente, houve mudanças no tamanho e na composição das famílias (redução no número de filhos, aumento do número de famílias constituídas por casais sem filhos, por mães com filhos, e por pessoas que moram sozinhas), nas relações de gênero e nos padrões de consumo. Assim, devido à existência de uma grande diversidade de arranjos familiares, mais heterogêneos quanto a sua composição e cada vez menores, analisar o padrão de consumo entre os arranjos familiares brasileiros tem grande relevância, pois considerar as especificidades dos distintos grupos pode trazer ganhos significativos para a análise. Para tanto, foram elaborados dois ensaios. O primeiro ensaio buscou analisar o padrão de consumo em grandes categorias agregadas (alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde, educação, recreação e cultura, e outras despesas de consumo) em diferentes arranjos domiciliares no Brasil utilizando dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008-2009. Para isso, foram estimadas Curvas de Engel, levando em consideração o tipo de arranjo domiciliar, o sexo e a escolaridade do responsável pelo domicílio, a renda familiar, presença de crianças, dentre outras variáveis demográficas. Os resultados indicaram a existência de diferenças no padrão de consumo das famílias associadas ao sexo do responsável pelo domicílio, sobretudo nos arranjos do tipo “monoparental” e “unipessoal”. Essas diferenças são mais evidentes nas despesas com Habitação, Saúde e Educação-recreação, em que o os gastos mensais per capita são muito menores para o “monoparental masculino” e “unipessoal masculino” em relação ao “monoparental feminino” e “unipessoal feminino”. Além disso, a hipótese de que a composição da família (presença de filhos, idosos e tamanho da família) afeta as decisões de consumo das famílias também foi verificada. Por exemplo, filhos com idade entre 0 a 6 anos e entre 7 a 12 anos afetam positivamente os gastos per capita com Habitação e Saúde, e afetam negativamente as despesas com Alimentação quando comparados com aqueles domicílios em que não há filhos nessa faixa etária. Já a presença de filhos com idade entre 13 a 18 anos afetam positivamente os gastos per capita com Vestuário e Educação-Recreação. Ademais, notou-se que a presença de idosos influenciam positivamente os gastos per capita com Saúde. Quanto ao tamanho da família, observou-se um efeito maior sobre as despesas com Habitação, Alimentação, Transporte, indicando que as famílias podem se beneficiar dos ganhos de economia de escala e consumo conjunto. Já o segundo ensaio teve como objetivo principal determinar o padrão de demanda de alimentos no Brasil considerando a importância do tipo de arranjo familiar, utilizando dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009. Para isso, foi estimado um sistema de demanda para 14 alimentos utilizando o modelo QUAIDS. Observou-se que tanto a renda quanto a idade do responsável pelo domicílio, embora exerçam um efeito pequeno, possuem uma relação de U invertido com a probabilidade de a família consumir a maioria dos alimentos. Pessoas mais escolarizadas tem menor probabilidade de consumo de alimentos básicos. Quanto à composição da família, observou-se que a presença de crianças tem uma influência positiva sobre o consumo de doces. Já a presença de idosos reduz a probabilidade de o domicílio consumir alimentos menos nutritivos, como Açúcar e Alimentos preparados. Além disso, o tamanho da família afeta positivamente a probabilidade de um domicílio adquirir produtos mais básicos. Por fim, foi observado que de fato o tipo de arranjo familiar tem influência sobre a probabilidade de consumo e sobre a quantidade consumida de alimentos pelas famílias. Por exemplo, famílias do tipo “casal com filhos” têm maior probabilidade de consumir os alimentos da amostra, o que pode indicar que as famílias desse tipo realizam mais refeições dentro do domicílio. Já nos arranjos em que a mulher é responsável pelo domicílio, “monoparental feminino” e “unipessoal feminino”, a probabilidade de consumir alimentos no domicílio é menor. Verificou-se também que homens sozinhos consomem mais Alimentos preparados em relação às famílias compostas por “casal com filhos”. / In the last decades, Brazilian families have undergone great transformations. Specifically, there have been several demographic changes in society, especially those related to the reduction of mortality and fertility, longevity increase and new values associated with this behavior. At the same time, there were changes in the size and composition of families (reduction in the number of children, increase in the number of families consisting of couples without children, single mothers, people living alone), gender relations and consumption patterns. Thus, due to the existence of a great diversity of family arrangements, which are more heterogeneous in their composition and smaller, analyzing the pattern of consumption among Brazilian family arrangements has great relevance, since considering the specificities of the different groups can bring gains to the analysis. Therefore, we wrote two essays in the subject. The first essay sought to analyze the pattern of consumption in large aggregate categories (food, housing, clothing, transportation, health, education, recreation and culture, and other consumption expenses) in different household arrangements in Brazil using data from the 2008-2009 Brazilian Household Budget Survey - Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). We estimated Engel Curves taking into account the type of household living arrangement, the gender and the education level of the person in charge of the household, family income, the presence of children, among other demographic variables. Results indicated the existence of differences in the patterns of consumption of families associated to the gender of the person in charge of the household, especially in “single parent type with children” and “one person households” living arrangements. These differences are most evident in expenditure on housing, health, education-recreation, in which the monthly per capita expenditure is much lower for single fathers and men living alone relative to single mothers and women living alone. Besides that, we verified the hypothesis that the composition of the family (presence of children, elderly people and family size) affects household consumption decisions. For example, children from 0 to 6 and between 7 and 12 years old positively affect per capita spending on Housing and Health, and negatively affect Food expenses when compared to households where there are no children in this age group. The presence of children from 13 to 18 years old positively affects per capita expenditures on Clothing and Education-Recreation. In addition, the presence of elderly people influence positively the per capita expenses on Health. Regarding the size of the family, we observed a greater effect on Housing, Food and Transportation, indicating that the families can benefit from the gains from scale economies and joint consumption. The second essay had as main objective to determine the pattern of food demand in Brazil considering the importance of the type of family arrangement, using data from the 2008-2009 POF. For that, we estimated a demand system comprising 14 foods products using the QUAIDS model. We observed that both the income and the age of the head of household, although having a small effect, have an inverted U-ratio with a probability of a family consuming most of the food products. People that are more educated are less likely to consume staple foods. As for the composition of the family, the presence of children had a positive influence on the consumption of candies. On the other hand, the presence of elderly people reduced the probability of the household consuming less nutritious foods, such as Sugar and Prepared Foods. In addition, family size positively affects the probability of a household purchases staple food products. Finally, we observed that the type of family arrangement do have influence on the probability of consumption and on the quantity of food consumed by families. For example, a “couple with children” family is more likely to consume food, which may indicate more family-like meals within the household, while in the arrangements where the woman is responsible for the household," single mothers” and "women living alone", the probability of consuming food is lower. We also found that men living alone consume more prepared food compared to families composed by "couple with children”.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:123456789/19835 |
Date | 24 November 2017 |
Creators | Sette, Ana Beatriz Pereira |
Contributors | Coelho, Alexandre Bragança |
Publisher | Universidade Federal de Viçosa |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFV, instname:Universidade Federal de Viçosa, instacron:UFV |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0032 seconds