O desenvolvimento humano tem ocorrido de forma desequilibrada: a maximização da riqueza econômica, paradoxalmente, maximiza a desigualdade social e a degradação ambiental. As organizações são os principais agentes do capitalismo, de modo que a estratégia das companhias interferem no desenvolvimento socioambiental e econômico. Neste contexto, a abordagem da criação de valor compartilhado (CVC) parece ter potencial para minimizar este paradoxo do desenvolvimento, ao considerar a geração de valor socioambiental como core business da organização. No entanto, existe sobreposição deste conceito com o conceito de negócios sociais. Assim, este estudo busca compreender como a estratégia de CVC está integrada aos negócios sociais em clínicas populares de saúde preventiva, a fim de identificar como a CVC e os negócios sociais podem contribuir para o equilíbrio do desenvolvimento econômico, social e ambiental. Para atingir este objetivo, foi conduzida uma pesquisa exploratória e descritiva desenvolvida por meio do método de estudo de múltiplos casos com dois negócios sociais que atuam no ramo de clínicas populares de saúde. Utilizou-se a entrevista em profundidade, o questionário e a observação direta. Os dados coletados foram comparados, buscando encontrar padrões comuns e aspectos conflitantes em cada um dos casos. Privilegiou-se a análise de conteúdo como técnica do estudo. Os casos foram classificados e comparados num continuum de negócio sociais, que varia de lógica de mercado a lógica social. Como resultado, verificou-se que os negócios sociais estudados criam valor compartilhado, apesar da limitação conceitual dos entrevistados. Notou-se que o continuum de negócios sociais não é suficiente para delimitar um negócio social, de modo que qualquer organização, independentemente do modelo, pode ser classificada entre lógica social e de mercado. Ademais, foram identificados dezenove fatores essenciais e periféricos para a CVC em negócios sociais, de modo que sete são essenciais e doze periféricos. As conclusões apontam que CVC e negócios sociais apresentam propósito semelhantes, mas se diferenciam em sua concepção. Observou-se que a CVC, assim como os negócios sociais, podem contribuir para o equilíbrio do paradoxo do desenvolvimento, mas não são suficientes para eliminá-lo. A resolução deste paradoxo depende de mudanças de paradigmas que vão além dessas estratégias. / Human development has occurred in an unbalanced way: maximizing economic wealth, paradoxically, maximizes social inequality and environmental degradation. Organizations are the main agents of capitalism, so that companies\' strategies interfere with socio-environmental and economic development. In this context, the shared value creation (SVC) approach seems to have the potential to minimize this development paradox by considering the generation of socio-environmental value as the organization\'s core business. However, there is overlap of this concept with the concept of social business. Thus, this study seeks to understand how the SVC strategy is integrated into social business, in order to identify how the SVC and social business can contribute to the balance of economic, social and environmental development. In order to achieve this goal, an exploratory and descriptive study was carried out using a multiple case study method with two social businesses that work in the field of popular health clinics. The in-depth interview, the questionnaire and the direct observation were used. The data collected were compared, seeking to find common patterns and conflicting aspects in each case. Content analysis was privileged as study technique. The cases were classified and compared in a social business continuum, which varies from market logic to social logic. As a result, it was verified that the social businesses studied create shared value, despite the conceptual limitation of the interviewees. It was noted that the social business continuum is not sufficient to delimit a social business, so that any organization, regardless of the model, can be classified between social and market logic. In addition, nineteen essential and peripheral factors were identified for the SVC in social businesses, so that eight are essential and eleven peripherals. The conclusions indicate that SVC and social businesses have similar purposes, but differ in their conception. It was observed that the SVC, as well as social business, can contribute to the balance of the development paradox, but they are not enough to eliminate it. The resolution of this paradox depends on paradigm shifts that go beyond these strategies.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-04102018-160830 |
Date | 09 August 2018 |
Creators | Rafael Toniolo da Rocha |
Contributors | Elizabeth Krauter, Kavita Miadaira Hamza, Sonia Valle Walter Borges de Oliveira, Claudio Antonio Rojo |
Publisher | Universidade de São Paulo, Administração de Organizações, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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