Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2016. / Texto liberado parcialmente pelo autor. Conteúdo restrito: Artigo 1 e Artigo 2. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-09-12T19:01:11Z
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2016_NaiaraWindmöller_Parcial.pdf: 1157511 bytes, checksum: 968968e30a0cce833297af2bc1cfedbd (MD5) / Diante da incipiência de pesquisas em saúde mental que levem em consideração o viés de gênero, a presente dissertação se propõe a discutir a “depressão masculina” seguindo os aportes teóricos dos estudos das masculinidades advindos dos movimentos e debates feministas. Estudos de gênero afirmam que a ideia de potência, de virilidade está no cerne da dominação masculina. E nesse sentido, os homens sofreriam, também, com esta dominação? E de que forma e por quais razões? A literatura tem feito a relação entre os fatores de risco e os fatores de proteção a saúde mental com as categorias analíticas de gênero e raça? No que diz respeito à depressão, esta foi construída como categoria, no ocidente, ao longo dos séculos e tem sido abordada em larga medida pelos grandes manuais psiquiátricos (DSM E CID). Diante de tais reflexões teóricas, o presente trabalho está constituído por dois artigos, os quais foram resultantes de duas etapas distintas da pesquisa. O primeiro artigo resulta de um levantamento bibliográfico e de uma revisão sistemática sobre o referido tema em duas das principais plataformas científicas brasileiras, a saber: LILACS e SciELO Brasil, entre os anos de 2003 a 2013. Foram encontrados na plataforma LILACS 1378 artigos e na base SciELO Brasil 386. Dentre os dezessete artigos analisados, enquadrados nos critérios de inclusão, a maioria foi de caráter epidemiológico e comparativo com as mulheres e foram quase inexistentes as pesquisas qualitativas com esse público. Além disso, as categorias analíticas tais como gênero e raça foram em sua maioria, menosprezadas pelos/as pesquisadores/as. Devido à inexistência de pesquisas qualitativas e que levassem em consideração as interseccionalidades referidas, o segundo artigo visou fomentar uma discussão sobre as masculinidades e a depressão, que ouvisse, então, as narrativas masculinas. Diante desse propósito, foi realizada uma pesquisa qualitativa, em que foram ouvidas e analisadas três histórias de vida de homens diagnosticados com depressão (sem comorbidades), em um hospital público em uma capital brasileira. Em todas as histórias narradas, percebe-se que falta a eles uma consciência de gênero no sentido de não percepção do sofrimento relacionado às normativas de gênero. Houve especificidades nos achados quanto à faixa etária e interseccionalidades de classe e raça. Sobretudo, as queixas, em geral, se localizaram na esfera sexual e laborativa, seja pela falta do que não se pode ser/realizar no passado, marcada pelo pretérito imperfeito ou pela ruptura da idealização no presente. São afetos e vivências caracterizados pelo endurecimento do corpo e dos afetos, pela competição e comparação com outros homens, com tonalidades de culpa e fracasso. Diante dessa pesquisa, portanto, sugere-se o investimento e o desenvolvimento de mais pesquisas que levem em consideração os aportes teóricos das masculinidades e que conversem com a psicologia clínica, e que podem ser efetivas e úteis para as políticas públicas de saúde mental e de saúde do homem no Brasil. Ademais, que possam romper com a psicologização e a essencialização do “masculino”, ao considerar as contribuições dos estudos de gênero e das masculinidades. _________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Given the paucity of mental health research that takes into account the gender bias, this thesis is to discuss the "male depression" according to the theoretical contributions from the studies of masculinities originated from feminist movements and debates. Gender studies claim that the power in the idea of manhood is at the heart of male dominance. In this sense, would men suffer too with this rule? How and for what reasons? Has the literature pointed out the relationship between risk factors and protective factors to mental health and the analytical categories of gender and race? As far as depression is concerned, it was built as a category in the West over the centuries and has been addressed largely by major psychiatric manuals (DSM and ICD). Given these theoretical reflections, this study is composed of two articles, resulting from two distinct stages of research. The first article originates from a literature survey and a systematic review on the topic in two main Brazilian scientific data bases, namely LILACS and SciELO Brazil between the years 2003 to 2013. LILACS platform provided 1378 articles and SciELO Brazil 386. Most of the seventeen articles analyzed, after passing the inclusion criteria, were of epidemiological character and comparative with women. Qualitative research with men was almost nonexistent. In addition, analytical categories such as gender and race were mostly overlooked by the researchers. Due to the absence of qualitative research that took into account those intersectionalities, the second article aimed to foster the discussion on masculinities and depression, having an ear to male narratives. With this purpose, a qualitative survey was conducted, in which three life stories were heard and analyzed of men diagnosed with depression (without comorbidities) in a public hospital in a capital city of Brazil. In all the stories it was clear that the men lack gender consciousness in the sense that they do not perceive the suffering generated by gender norms. There were specifics on the findings regarding age and class and race intersectionalities. Above all, complaints were generally related to sexual and productive work sphere, either because of not having done or been in the past, marked by the past continuous, or because of disruption of idealization in the present. Those are feelings and experiences characterized by hardening of the body and the emotions, by competition and comparison with other men, with shades of guilt and failure. It is suggested, therefore, investment on and development of further research that takes into account the theoretical contributions of masculinities, and that dialogues with clinical psychology. This research can be effective and useful for public policies on mental health and men’s health in Brazil. Moreover, it can break the psychologizing and essentializing the "masculine", when considering the contributions of gender and masculinities studies. _________________________________________________________________________________________________ RESUMEN / Delante de la insipiencia en investigaciones en salud mental que lleven en consideración la cuestión de género, la presente disertación se propone discutir la "depresión masculina" siguiendo los aportes teóricos de los estudios de las masculinidades derivadas de los movimientos y debates feministas. Estudios de género afirman que la idea de potencia, de virilidad está en el centro de la dominación masculina ¿Y en este sentido, los hombres sufrirían también con esta dominación?¿De qué forma y por cuales razones? ¿La literatura ha hecho la relación entre los factores de riesgo y los factores de protección a la salud mental con las categorías analíticas de género y de raza? En lo que dice respecto a la depresión, esta fue construida como categoría, en occidente, a lo largo de los siglos ha sido abordada en larga medida por los grandes manuales psiquiátricos (DSM y CID). Frente a tales reflexiones teóricas, el presente trabajo está constituido por dos artículos, los cuales fueron resultantes de dos etapas distintas del estudio. El primer artículo resulta de un levantamiento bibliográfico y de una revisión sistemática sobre el referido tema en dos de las principales plataformas científicas brasileñas, estas son: LILACS y SciELO Brasil, entre los años 2003 y 2013. Fueron encontrados en la plataforma LILACS 1378 artículos y en la base SciELO Brasil 386. Entre los diecisiete artículos analizados, encuadrados en los criterios de inclusión, la mayoría fue de caráctere pidemiológico y comparativo con las mujeres y fueron casi inexistentes las investigaciones cualitativas con ese público. Además de eso, las categorías analíticas tales como género y raza fueron en su mayoría, menospreciadas por los/las investigadores/as. Debido a la inexistencia de investigaciones cualitativas y que llevasen en consideración las interseccionalidades referidas, el segundo artículos buscó fomentar una discusión sobre las masculinidades y la depresión, que escuchara, entonces, las narrativas masculinas. Frente a este propósito, fue realizada una investigación cualitativa, en que fueron oídas y analizadas tres historias de vida de hombres diagnosticados con depresión (sin comorbilidades), en un hospital público en una capital brasileña. En todas las historias narradas, se percibe que les falta una conciencia de género en el sentido dela no percepción del sufrimiento relacionado a las normativas de género. Hubo especificidades en lo encontrado en cuanto al rango etario e interseccionalidades de clase y raza. Principalmente, las quejas, en general, se localizaron en la esfera sexual y laboral, sea por la falta de lo que no se puede ser/realizar en el pasado, marcada por el pretérito imperfecto o por la ruptura de la idealización en el presente. Son afectos y vivencias caracterizados por el endurecimiento del cuerpo y de los afectos, por la competición y comparación con otros hombres, con tonalidades de culpa y fracaso. Frente a esta investigación por lo tanto, se sugiere la inversión y desarrollo de más investigaciones que lleven en consideración los aportes teóricos de las masculinidades y que conversen con la psicología clínica, que en ocasiones pueden ser efectivas y útiles para las políticas públicas de salud mental y de la salud del hombreen en el Brasil. Además, que puedan romper con la psicologización y la esencialización del masculino, al considerar las contribuciones de los estudios de género y de las masculinidades.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/21691 |
Date | 18 July 2016 |
Creators | Windmöller, Naiara |
Contributors | Loyola, Valeska Maria Zanello de |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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