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O sonho de Descartes: o homem das paixões

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Previous issue date: 2006-06-29 / This dissertation is an audacious proposal to closely examine the personality of René Descartes which could perhaps, lead us to a theory about his mission in life which is intimately fused with his philosophy. The complexity of his psyche as revealed by his first biographer Baillet is expressed in the progression of his writings. We have chosen our course of direction from one of the higher points selected from the Cartesian philosophical work: the development of a human being incorporating his passions. René Descartes was a man enamored with the truth and for this very reason he merged highly powerful statements, doubts, biases, flights of fantasy and deviations, of which conventional man is incapable.

René Descartes was a man who inspired hope: a better future for mankind, without concern merely in relation to his own future. It is impossible to classify René Descartes as an atheist, Catholic, Protestant, libertine or laborer. This classification task is an impossible one because each biographer has imbued his own particular interests in their works at that time. We know all knowledge acquired is linked to a one s own peculiar cause which is also the case in relation to biographers. Descartes himself was to a great extent responsible for these widely disparate viewpoints since his own accomplishments in this world were exactly as he had described his life in his childhood diary, confined within a shrouded world.

The period in history was horrifying and all those who dared contradict the Catholic dogmatic order were persecuted. The group of servile yes men and accomplices were by far greater in number and permeated society at the time. This left René Descartes with little choice but to employ masks to enable him to at least continue living. The Catholic dogmas could not be contradicted under threat of punishment by the Inquisition. René Descartes nevertheless conducted his life much like Hegel would write in his definition of the role of the hero and thereby he endeavored and managed to restore philosophy to it rightful place among research, reflection and wisdom.
René Descartes wrote his most fundamental text, the Discurse de la Metode (Discourse on Method) in French. This extraordinary event was founded on the right of all people to acquire knowledge, especially women. This uncommon and libertine attitude is just one of the facets of this man, who based on his own freedom to act and think, at no time adhered to any system, school of philosophy or politics; nor did he allow anything to stand in the way of his being truly free. He was very much aware that his attitude would fuel the fires of the moralists from whom anything can be expected or from the cynics who deprive themselves of nothing that is not self serving.

His philosophical project in life was enormous; metaphysics comprising the roots of this philosophical tree while the trunk represents physics sucking up the sap running from the roots branching in to the leafy boughs of Mechanics, Medicine and Morals. The project of an integrated human being is intimately connected to Medicine, Ethics and Morals, constituting the Cartesian project. The other project of making nature understandable in the light of reason which edifies science is as he writes in a letter to his friend, Farther Mersenne: Physics dissipates the celestial myths proffered by the poets and painter, which keep God occupied opening and closing the gates to the winds, spilling dew on the flowers and launching lightening bolts against the rocks. Descartes in relation to his reflections and writings in the Discourse of Method, under the fear of its creation, replicates one of the masks, thus writing: do not speak of this to anyone (...) expose the subject as if it were a sample of your philosophy (...) hidden behind the painting to hear to what to say.

Our attempt was to endeavor to understand this Cartesian path, conducting hypothetical interpretations about the Descartes´ dream, which according to our fanciful interpretation reveals the paths chosen by Descartes, his fears to be respected, some of the pain he was subjected to but particularly in regard to his defamation. We are aware of and privileged to hold Our interpretation fantasies and leave the texts themselves intact, to survive our comments. / Essa dissertação se propõe a uma ousadia: perscrutar a personalidade de René Descartes que poderá, talvez, nos conduzir a hipóteses sobre seu projeto de vida que é amalgamada com sua filosofia. A complexidade de sua psique revelada desde seu primeiro biógrafo Baillet se expressa na evolução de seus escritos. Escolhemos a direção de um dos vértices que elegemos da obra filosófica cartesiana: a construção de um ser humano integrado às suas paixões. René Descartes foi um homem apaixonado pela verdade, por isso mesmo, misturada a afirmações mais contundentes, a dúvidas, vieses, fugas, desvios, que um homem convencional não seria capaz.

René Descartes foi um homem que se lançou a uma esperança: um melhor futuro para a humanidade, não se preocupando somente com o seu próprio futuro. É impossível classificar René Descartes como ateu ou católico ou protestante, libertino ou trabalhador. Essa tarefa classificatória é fugidia uma vez que, cada biógrafo o revestiu de seus particulares interesses daquele momento. Sabemos que toda confissão se encontra atada a uma própria e particular causa, assim também acontece com os biógrafos. Descartes contribuiu e muito para essa controversa forma de visualizado, uma vez que, sua atuação no mundo se deu como ele mesmo escreve em seu diário juvenil, adentrando ao mundo mascarado.

Eram tempos terríveis de perseguição a todos aqueles que se atrevessem a contradizer a ordem católica dogmática. O grupo dos aliciadores, cúmplices e servis estavam em maior numero e em toda a sociedade. Restava a René Descartes usar de máscaras a fim de poder, no mínimo, continuar vivo. Os dogmas católicos não podiam, sob pena da Inquisição, serem contrariados. René Descartes desenvolve uma vida como Hegel escreverá, na qualidade de herói, onde tentou e conseguiu restaurar a filosofia ao seu verdadeiro território de pesquisa, reflexão e sabedoria.

René Descartes escreverá seu texto fundamental, o Discurso do Método, em francês. Realiza esse extraordinário acontecimento atuando sobre o direito do saber a todos os seres humanos, especialmente as mulheres. Esta atitude incomum e libertaria compõe uma das facetas desse homem, que pela própria liberdade de ação e pensamento nunca aderiu a nenhum sistema ou escola filosófica ou política, jamais permitiu que algo o impedisse de ser verdadeiramente livre. Sabia que sua atitude aqueceria os moralistas, de quem tudo se pode esperar ou dos cínicos que a tudo privilegiam em interesse próprio.

Seu projeto filosófico era grande, a metafísica compondo as raízes desta árvore-filosófica, o caule representado a física, e sorvendo da seiva radicular ramifica-se em ramos frondosos: a Mecânica, a Medicina e a Moral. O projeto de um ser humano integrado, a intima interligação entre a Medicina e a Ética ou Moral, constituem o projeto cartesiano. O outro projeto o de tornar a natureza compreensível sob a luz da razão que edifica a ciência, como escreve em carta a seu amigo padre Mersenne: A física dissipa os mitos celestes desenvolvidos pelos poetas e pintores , que ocupam Deus em abrir e fechar as portas dos ventos, em derramar o orvalho sobre as flores, e em lançar o raio sobre os rochedos. . Descartes quando da evolução de suas reflexões e escritos no Discurso do Método, sob o temor de sua produção, reproduz uma das máscaras, assim escrevendo: não falar sobre isso com ninguém (...) exporá o assunto como uma amostra de sua filosofia (...) escondido atrás do quadro para escutar o que disser.

Nossa tentativa foi a de tentarmos entender esse percurso cartesiano, efetuando interpretações hipotéticas sobre o sonho de Descartes, que segundo nossa interpretação-fantasia revelava os caminhos eleitos por Descartes, seus temores a serem respeitados, as dores submetidas, entre elas e em particular a calúnia. Sabemos e privilegiamos as Nossas fantasias de interpretação que deixam intactos os próprios textos, que sobrevivem a nossos comentários.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/15527
Date29 June 2006
CreatorsBriganti, Carlos Rosario
ContributorsNeder, Mathilde
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica, PUC-SP, BR, Psicologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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