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Os mamíferos pleistocênicos de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco: aspectos tafonômicos, taxonômicos e paleoambientais

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Previous issue date: 2007 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O objetivo deste trabalho é o estudo tafonômico, taxonômico e geocronológico de mamíferos
pleistocênicos em depósito de tanque, para subsidiar interpretações paleoecológicas e
paleoambientais. A área de estudo situa-se na Localidade Incó, Fazenda Nova, Brejo da
Madre de Deus, Pernambuco. A pesquisa envolveu levantamento bibliográfico, cartográfico,
trabalhos de campo e laboratoriais. O material coletado foi incorporado à Coleção Científica
de Macrofósseis da UFPE, constando de 235 exemplares de dentes, osteodermos, ossos
cranianos e pós-cranianos de mamíferos pleistocênicos. O depósito de tanque teve quatro
fases de preenchimento sedimentar por fluxos de detritos, estando os fósseis, principalmente,
na segunda camada, um conglomerado com ossos e dentes desarticulados, inteiros e
fragmentados, de disposição caótica, densamente empacotados na rocha (bone bed) com
cimento calcífero (calcrete). A associação fossilífera é monotípica-poliespecífica. Houve
preservação da biomineralização original da hidroxioapatita, permineralização e substituições
por calcita, cloroapatita e wagnerita. Foram identificadas três ordens de mamíferos
pleistocênicos -Xenarthra, Notoungulata e Proboscidea, e seis táxons - Eremotherium
laurillardi, Glyptodon clavipes, Panochthus greslebini, Toxodon platensis, Stegomastodon
waringi e Holmesina paulacoutoi, sendo essa última espécie, inédita para o Estado de
Pernambuco. A fauna pleistocênica é representada por mamíferos predominantemente
herbívoros, classificados pelos hábitos alimentares como podadores, herbívoros-onívoros e
megaherbívoros. Foram obtidas idades de ressonância paramagnética eletrônica (EPR) de
63.000 ± 8.000 anos e 60.000 ± 9.000 anos para os dentes de Stegomastodon waringi da
segunda camada, sugerindo que esses animais habitaram essa região durante um interestadial,
fase mais quente do Pleistoceno Superior. A datação obtida por 14C do cimento calcífero da
mesma camada foi de 19.400 anos AP., confirmando que a cimentação foi posterior ao
soterramento dos fósseis e durante o último máximo glacial. Os dados isotópicos e
geocronológicos integrados à associação faunística auxiliaram na interpretação e reconstrução
do paleoambiente, sugerindo para o Pleistoceno Superior da região, quando habitavam
megamamíferos de hábitos alimentares distintos, um possível ambiente de savana aberta com
árvores e arbustos esparsos, predomínio de plantas C3 seguido de plantas CAM sugerindo
alteração climática no paleoambiente da região de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6492
Date January 2007
Creatorsda Silva Alves, Rosembergh
ContributorsMagnólia Franca Barreto, Alcina
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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