A angiogênese é um processo essencial para a formação placentária. Dentre os muitos fatores envolvidos neste evento biológico, destaca-se de forma preponderante o Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF), cuja produção é controlada por genes, que podem apresentar variantes polimórficas diversas. As conseqüências funcionais destas variações não estão ainda completamente elucidadas, embora algumas tenham sido já associadas a um comprometimento da angiogênese em diversos sistemas biológicos. Por outro lado, alterações morfológicas na formação, distribuição e arranjo dos vasos placentários foram descritas na placenta de gestantes com distúrbios hiperglicêmicos como a Diabete mellitus e a hiperglicemia moderada. Particularmente nos casos de hiperglicemia moderada, a adaptação vascular observada parece estar relacionada à manutenção da capacidade funcional placentária. Na diabete, este achado foi correlacionado à expressão protéica e gênica atípica de determinados fatores angiogênicos na interface materno-fetal, enquanto que em outras condições hiperglicêmicas a provável participação destes fatores ainda não foi completamente determinada. Desta forma, partindo da hipótese de que as alterações placentárias vasculares em gestantes hiperglicêmicas podem ser decorrentes da expressão ou produção atípica do VEGF e que esta por sua vez pode ser decorrente de polimorfismos gênicos, o objetivo deste estudo foi avaliar polimorfismos do gene deste fator de crescimento em placentas de gestantes com distúrbios hiperglicêmicos. Foi realizada a análise dos polimorfismos -460C/T, -634G/C e 936C/T do gene do VEGF em fragmentos de vilos coriônicos de gestantes normoglicêmicas, com hiperglicemia moderada e com Diabete mellitus prévia à gestação, denominados respectivamente de grupo IA, IB e IIB. Todo o material foi fornecido pelo Serviço de Diabetes e Gravidez da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP. A genotipagem dos polimorfismos do VEGF foi realizada através da Reação de Polimerase em Cadeia (PCR), seguida de digestão por enzima de restrição. As freqüências de distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos do VEGF foram comparadas entre os grupos hiperglicêmicos (IB e IIB) e 6 o grupo controle. As freqüências genotípicas estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Foram observadas diferenças significantes nas freqüências genotípicas e alélicas do polimorfismo -460C/T do gene do VEGF em placentas de gestantes hiperglicêmicas (grupos IB e IIB) quando comparadas entre si, mas não com o grupo controle. Diferenças estatísticas nas freqüências genotípicas e alélicas do polimorfismo -634G/C VEGF foram detectadas nos grupos hiperglicêmicos em geral comparados ao grupo controle. Não foram identificadas diferenças nas freqüências genotípicas e alélicas do polimorfismo 936C/T do VEGF entre os grupos avaliados. Em conjunto, nossos achados sugerem que a resposta placentária a distúrbios hiperglicêmicos pode estar correlacionada à presença dos dois polimorfismos: -460C/T e 634C/G. No entanto, nenhuma correlação direta funcional positiva foi observada com a angiogênese observada nas placentas de gestações associadas à hiperglicemia moderada. / The angiogenesis is a process essential for placental formation. Among the many factors involved in this biological event, the factor most active is the vascular endothelial growth factor (VEGF), whose production is controlled by genes, which may present different polymorphic variants. The functional consequences of these changes are not yet fully elucidated, although some have been associated with an impairment of angiogenesis in various biological systems. Moreover, morphological changes in distribution and arrangement of the placental vessels were described in the placenta of pregnant women with hyperglycemic disorders such as diabetes mellitus and mild hyperglycemia. Particularly in cases of mild hyperglycemia, the observed vascular adaptation seems to be related to the maintenance of functional placenta. In diabetes, this finding was correlated with the atypical gene and protein expression of certain angiogenic factors in maternalfetal interface, while in other hyperglycemic conditions the likely participation of these factors has not been fully determined. Thus, based on the hypothesis that placental vascular changes in hyperglycemic pregnant women may be due to atypical expression or production of VEGF and that this in turn may be caused by gene polymorphisms, the objective of this study was to assess polymorphisms of this gene factor growth in placentas of women with hyperglycemic disorders. The analysis of the polymorphisms of the VEGF gene was performed in fragments of chorionic villi of normoglycemic, mild hyperglycemic and diabetic pregnant women, respectively named of group IA, IB and IIB. All specimens were provided by the Serviço de Serviço de Diabetes e Gravidez da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP. Genotyping of the VEGF gene polymorphisms -460C/T, -634G/C and 936C/T was done by the polymerase chain reaction (PCR) and restriction fragment length polymorphism methods. The frequency of VEGF alleles and genotype distribution were compared among the hyperglycemic and control groups. The genotype frequencies were in Hardy-Weinberg equilibrium. We have observed significant differences of VEGF -460C/T polymorphism between the hyperglycemic placentas (IB X IIB), but not compared to control group. Statistical differences in the genotypic and allelic frequencies of C of VEGF -634G/C were detected 8 in hyperglycemic groups in general in comparison to controls. There were no significant differences in allelic or genotype frequencies among the evaluated groups. Taken together our findings suggest that the placental response to hyperglycemic disturbs may be correlated to the presence of both -460C/T and -636C/G polymorphism of the VEGF gene. However, no direct functional correlation was detected between these VEGF polymorphisms and the intense angiogenesis seen in placentas of mild hyperglycemiaassociated gestation.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-02102009-171220 |
Date | 25 June 2009 |
Creators | Erica Giovana Barreiro |
Contributors | Estela Maris Andrade Forell Bevilacqua, Glaucia Maria Machado Santelli, Evelyn Traina |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ciências (Biologia Celular e Tecidual), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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