Return to search

Diabo e fluoxetina = formas de gestão da diferença / Devil and fluoxetine : forms of difference's management

Orientador: Amnéris Ângela Maroni / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-19T12:52:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Cortes_Mariana_D.pdf: 3064892 bytes, checksum: 3df315959963911974d722d76885472f (MD5)
Previous issue date: 2012 / Resumo: Quando a diferença surge como problema? Quando o diferente torna-se objeto de intervenção? Qual foi a primeira agência que se ocupou com a diferença como questão a ser administrada? A religião monoteísta e o Estado-nação apresentam modelos análogos no combate à diferença? Essas são questões que motivam a presente tese. Na primeira parte do trabalho, analisa-se a gestão moderna da diferença, condensada em três modalidades de guerra: a guerra contra os estranhos (Zygmunt Bauman), a guerra contra os anormais (Michel Foucault), a guerra contra os homini sacri (Giorgio Agamben). No drama das três guerras, desvela-se a íntima solidariedade entre liberalismo e racismo, democracia e totalitarismo. Eugenia, genocídio, biopolítica, assimilação, disciplina compuseram as estratégias modernas da batalha contra a diferença. Elas permanecem sendo as formas de administração da diferença na sociedade contemporânea? Para responder a pergunta, a pesquisa toma dois grupos como objeto de estudo: 1) pregadores-itinerantes evangélicos, que vivem do expediente de vender suas histórias de vida violentas e despedaçadas no mercado religioso de pregações; 2) sujeitos oriundos do universo social do campesinato que foram diagnosticados, segundo as premissas da nova psiquiatria biológica, com depressão. O sofrimento como mercadoria, no primeiro caso, o sofrimento como vergonha, no segundo, revela duas modalidades emergentes de gestão da diferença. Em ambas, os indivíduos não devem mais passar por procedimentos de conversão, reforma, domesticação. Na nova forma de "governamentalidade" (Foucault, 2008), o plano de construção de uma sociedade transparente, una e límpida dá lugar a um jogo, em que os indivíduos não devem mais ser reformados, expurgando-lhes sua odiosa diferença, mas geridos, conduzidos na estranha e tautológica arte de se tornar apenas aquilo que são. Na sociedade contemporânea, os indivíduos não são obrigados a se desvencilhar dos incômodos signos de sua diferença. Ao contrário, se vêem condenados à suas diferenças, como um destino inescapável / Abstract: When has difference become a problem? When has the different become an object of intervention? Which was the first institution to take charge of the issue of difference? Do monotheistic religion and Nation-state present analogous models of combat against difference? These questions guide this thesis. In the first part, the analysis focuses in the modern administration of difference, based on three types of war: the war against the strangers (Zygmunt Bauman), the war against the abnormal (Michel Foucault), the war against the homini sacri (Giorgio Agamben). From the drama of these three wars, it's possible to recognize the intimate solidarity between liberalism and racism, democracy and totalitarianism. Eugenics, genocide, assimilation, biopolitics and discipline made up the modern strategies to combat difference. Are they still the forms of difference's administration in the contemporary society? Aiming to answer this question, this thesis takes as objects of study two social groups: 1) itinerant protestant preachers who transform their torn and violent biographies into a way of earning their living on the religious market of preaching; 2) Individuals originated from the peasantry who have been diagnosed as depressed ones. Suffering as a commodity, in the first case, suffering as shame, in the second case, reveal two new modalities of difference's management. In both cases, the individuals are not subordinate to procedures of conversion, reform and domestication. In the new form of "governability" (Foucault, 2008), the plan of construction of a transparent, unified, limpid society is replaced by a game, in which the individuals do not have to be reformed or purged of their hateful difference, but administrated and leaded to a strange and tautological art of being what they already are. In our contemporary society, the individuals are no longer obligated to get rid of the irritant signs of their difference. On the contrary, they are doomed to their differences as an inescapable destine / Doutorado / Ciencias Sociais / Doutor em Ciências Sociais

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/280146
Date19 August 2018
CreatorsCôrtes, Mariana, 1980-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Maroni, Amneris Angela, 1951-, Kofes, Suely, Lopeato, Christina da Silva Roquette, Seixas, Jacy Alves de, Rizek, Cibele Saliba
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format384 p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.002 seconds