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Associação entre exposição materna à poluição na cidade de São Paulo e desfechos da gestação / Effects of maternal exposure to air pollution on birth outcomes

Introdução: A poluição atmosférica é proveniente de complexas interações que envolvem emissões de poluentes atmosféricos e que sabidamente causam consequências negativas para a saúde humana. De acordo com alguns estudos, a exposição à poluição, durante a gestação, pode causar baixo peso ao nascimento e prematuridade. Contudo, não há ainda consenso sobre os períodos de maior susceptibilidade para a exposição à poluição, e quais seriam os seus efeitos nos desfechos do gestação e na determinação do sexo do recém-nascido (RN). Objetivos: Com a finalidade de investigar o impacto da poluição na gestação e, consequentemente, no RN, os objetivos deste projeto são avaliar a influência da exposição à poluição, antes da concepção, na determinação do sexo do RN, e, durante a gestação, nos desfechos do parto e na curva de crescimento da circunferência cefálica (CC) entre o terceiro trimestre e o parto. Métodos: Um estudo prospectivo com 371 gestantes, intitulado ProcriAR, foi realizado na cidade de São Paulo. Os poluentes dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3) foram medidos durante cada trimestre da gestação por meio da utilização de amostradores passivos individuais (APIs). Simultaneamente, foi realizada a análise dos poluentes NO2 e material particulado com tamanho menor que 10 Micro m (MP10) medidos pela estação fixa de ar de Taboão da Serra da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), localizada na zona oeste de São Paulo e a mais próxima da residência das gestantes do projeto. Os desfechos avaliados foram: idade gestacional, peso, comprimento e medida da CC do RN; sexo do RN e crescimento do polo cefálico entre o terceiro trimestre e o parto. Quando a variável desfecho era contínua, foi realizada análise linear multivariada, controle de idade gestacional, sexo do RN, idade materna no momento da concepção, índice de massa corporal (IMC), paridade, tabagismo, consumo de álcool, cor, nível de escolaridade completado, estado civil, índice de pulsatilidade (IP) da artéria umbilical no terceiro trimestre, e via de parto para a variável CC. Resultados: Não foram observadas associações entre a exposição ao NO2 e O3, avaliados em cada trimestre da gestação, e a idade gestacional, o peso, o comprimento, a CC ao nascer e o crescimento do polo cefálico fetal entre o terceiro trimestre e o parto. A exposição ao NO2 e MP10 no ano prévio à concepção influenciou na chance de ser do sexo feminino, ou seja, para cada aumento de 1 unidade do poluente do NO2, constatou-se um aumento de 10% na chance de ser do sexo feminino (Razão de chances (RC) = 1,100; intervalo de confiança (IC) de 95% = 1,040, 1,164; p = 0,001). Em relação ao MP10, para cada aumento de 1 unidade desse poluente, observou-se um aumento de 18 % na chance de ser do sexo feminino (RC = 1,176; IC de 95% = 1,054, 1,311; p = 0,004). Conclusão: Nossos resultados sugerem que, no ambiente de São Paulo, a exposição à poluição no ano prévio à concepção esteve associada à determinação do sexo do RN / Background: Ambient pollution may lead to adverse obstetric outcomes, such as premature birth and low birth weight. Objectives: To determine the influence of maternal air pollution exposure on sex ratio, on birth outcomes and on the growth curve of cephalic pole between the third trimester and the birth. Methods: ProcriAR, a prospective cohort study of 371 pregnant women, was conducted in the city of São Paulo. Nitrogen dioxide (NO2) and ozone (O3) were measured during each trimester using passive personal monitors. At the same time, NO2 and particulate matter lower than 10 Micro m (PM10) were measured by a fixed station. We evaluated the gestational age, birth weight, birth lenght, head circumference, newborn sex and the growth curve of cephalic pole between the third trimester and the birth. When the outcome variable was continuous, multivariate analysis was performed, controlling for gestational age, newborn sex, maternal age at conception, body mass index, parity, smoking, alcohol consumption, race, highest education level completed, marital status, umbilical artery pulsatility values at third trimester and type of delivery for the outcome head circumference. We used multiple logistic regression models to evaluate the association of being female based on a quantitative increase in pollutant concentration, controlling for maternal age at conception, parity and smoking. Results: Elevated exposure to pollutants NO2 and PM10 were associated with increased odds of being female. Each unit increase of NO2 exposure increased the odds of being female by 10% (odds ratio (OR) = 1,100, 95% confidence interval (CI) = 1,040, 1,164; p = 0,001) and each unit increase of PM10 increased by 18% (OR = 1,176, 95% CI 1,054, 1,311, p = 0,004). Conclusion: In São Paulo, maternal exposure to pollutants prior to conception was significantly associated with the odds of being female

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-26082019-082306
Date12 June 2019
CreatorsCarvalho, Mariana Azevedo
ContributorsAndrade, Lisandra Stein Bernardes Ciampi de, Benachi, Alexandra
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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