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Previous issue date: 2017-05-29 / This research presents aspects of the history of the teaching profession through the school and
professionalization trajectory of fifteen Afro-Brazilian teachers who were admitted to Santa Catarina
public teaching between 1950 and 1970. We have searched in their memory, in different regions and
cities of the state of Santa Catarina, to understand how they interpret the government policy carried out in
this state in those years, when an expansion of education takes place, in this state, gaining strength in the
second half of the twentieth century. The memories of the teachers help to compose, through their reports,
this process, and to reveal contributions of what might have, in some way, influenced them in their
trajectory in education, encompassing both schooling and professionalization. We intend, therefore, to
follow the investigative paths that lead to the understanding of the legitimized discourses on the
expansion of education in Santa Catarina and the consequent State initiatives and/or public policies
concerning the schooling, training and admission of teachers to the public teaching of the state. To write
this text, we drew on the in its socio-cultural aspect and oral history, through the narratives of life,
schooling and professionalization of the teachers, aiming to give visibility to the narrated episodes and to
attribute meanings to them, analyzing them in their contexts. We consider here that memory should not be
seen only in the field of subjectivity, since the experiences take place in a historical-cultural context. It is
from this place that the subject manifests itself. It is possible to affirm that the teaching staff was a
fundamental element in the project of expansion of education, which was boosted in the middle of the
twentieth century, articulated to the governmental plan of modernization of the country, which was filled
with social, economic and political ideals and hopes. If, on the one hand, there is a State project that
establishes the main lines for training and admission, it is necessary to recognize though that each teacher
lived the experience of schooling, professionalization and work in a particular way. We seek to construct
from particular aspects a narrative articulated to the context that helps to compose the broad, rich and
plural depiction of the history of the teaching profession, and history of black education in the state of
Santa Catarina, considering the universe of Afro-Brazilian teachers. By analyzing the objectives that we
proposed in this research, we can talk, based on the interviews, of the new needs that they revealed to the
country, for they were the protagonists of a time that education could not ignore. It was a period of
transition, of intense manifestations concerning the direction of the educational system. The many debates
carried out showed the predominance of an elitist, Eurocentric training that was following a pedagogical
model focused on the profile of the middle-class student, characterized by not welcoming and even
expelling children of popular classes from the school, especially Afro-Brazilian and Indigenous children.
It was a period marked by the silencing of ethnicity/race, in which the oppression of the political regime,
under the dogma of racial democracy, excludes from the public debate this topic, establishing the nonexistence
of racial discrimination, which explains the absence of measures to ensure equality in this area.
Even if the teachers saw professionalization as a meritocratic and technical process, given the admission
through civil service examination, they were subject to a policy that would determine winners and losers. / Esta pesquisa apresenta aspectos da história da profissão docente através da trajetória escolar e de
profissionalização de quinze professoras afrodescendentes que ingressaram no magistério público
catarinense entre 1950 e 1970. Fomos buscar em sua memória, em diferentes regiões e cidades do estado
de Santa Catarina, como elas interpretam a política de governo operada neste estado no arco de tempo
escolhido. O período, definido em base à expansão do ensino que, neste estado, ganha força na segunda
metade deste século. As memórias das professoras ajudam a recompor, por meio de seus relatos, este
processo e a descortinar contribuições do que possa ter, de algum modo, influído em sua trajetória de
educação, compreendendo o período de escolarização e profissionalização. Pretendemos, pois, percorrer
os caminhos investigativos acerca dos discursos legitimados sobre a expansão do ensino em Santa
Catarina e as consequentes iniciativas e/ou políticas públicas de Estado quanto a escolarização, formação
e ingresso de professores para o magistério público estadual. Para escrever este texto, nos valemos dos
recursos da história em seu aspecto sociocultural e da história oral, através das narrativas de vida,
escolarização e profissionalização das professoras, para dar visibilidade aos episódios narrados e atribuirlhes
significados, analisando-os de modo contextualizado. Consideramos, aqui, que a memória não pode
ser vista somente no campo da subjetividade, já que as experiências se situam num contexto históricosócio-
cultural. É deste lugar que o sujeito se manifesta. É possível afirmar que o professorado foi
elemento fundamental no projeto de expansão do ensino, que ganha força em meados do século XX,
articulado ao plano governamental de modernização do País, eivado de ideais e de esperanças sociais,
econômicas e políticas. Se, por um lado, há um projeto estatal que estabelece grandes linhas para a
formação e o ingresso, é necessário reconhecer que cada um viveu a experiência de escolarização,
profissionalização e atuação de modo também particular. A partir de aspectos particulares é que
procuramos construir uma narrativa articulada ao contexto que ajuda a compor o amplo, rico e plural
quadro da história da profissão docente e história da educação do negro no estado de Santa Catarina, a
partir do universo de professoras afrodescendentes. Analisando os objetivos que nos propusemos nesta
pesquisa, podemos falar, com base nas entrevistas, das novas necessidades que revelaram ao País, pois
protagonizaram uma época que a educação não podia ignorar. Era um período de transição, de intensas
manifestações a respeito dos rumos do sistema educacional. Os muitos debates travados mostraram o
predomínio de uma formação elitista, eurocêntrica, que seguia um modelo pedagógico voltado ao perfil
do aluno da classe média, caracterizada por não atender, e até mesmo, expulsar as crianças das classes
populares da escola, sobretudo as afrodescendentes e indígenas. Foi um período marcado pelo
silenciamento das questões de etnia/raça, em que a opressão do regime político, sob o dogma da
democracia racial, exclui do debate público este tema, considerando a não existência de discriminação
racial, o que explica a ausência de medidas para assegurar a igualdade neste segmento. Ainda que as
professoras vissem a profissionalização como um processo meritocrático e técnico, haja vista o ingresso por concurso público, estavam sujeitas a uma política que determinava vencedores e perdedores.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.udesc.br #179.97.105.11:handle/2420 |
Date | 29 May 2017 |
Creators | Clemêncio, Maria Aparecida |
Contributors | Silva, Vera Lúcia Gaspar da |
Publisher | Universidade do Estado de Santa Catarina, Doutorado, UDESC, Brasil, UDESC::FAED |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UDESC, instname:Universidade do Estado de Santa Catarina, instacron:UDESC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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