Contribuir para decifração de problemáticas concernentes à noção de exclusão social no campo da saúde mental, a partir do estudo de moradias para egressos de hospitais psiquiátricos. Os dados são provenientes de diário de campo e depoimentos gravados durante pesquisa em três cidades paulistas. A noção de exclusão social é problematizada em razão de sua nomeação freqüente em discursos e propostas políticas. Segregação espacial e exclusão urbanística são temas abordados, considerando-se como eixo central de discussão os \'sentidos do morar\'. No cotidiano de práticas em Saúde Mental, exclusão associa-se a banimento do convívio social e se amplia para questões sociais discutidas nos âmbitos definidores de políticas. Porém esta ampliação não traz diferença significativa às formulações políticas para além dos sentidos usuais da questão da diferença. Os sentidos do morar, expressos em grupos populacionais diversos e, singularmente, pelos sujeitos, encaminharam a discussão para problematização de políticas e práticas. Estas, quando desconsideram a diversidade de experiências, tendem à reprodução da lógica manicomial que propõem superar, mesmo a partir de propostas nomeadas como \'inclusivas\'. O trânsito entre egressos do manicômio e moradores da cidade, entre áreas do conhecimento e diversidade das práticas, apresenta-se como uma das possibilidades de ruptura com o circulo vicioso que rearticula práticas e discursos tradicionais da psiquiatria. A indagação sobre \'modos de viver\' possibilita recuperar parte da história dos costumes que se perderam com o processo de urbanização; leva-nos a situar questões emergentes no campo da saúde mental junto ao contexto dos problemas das cidades no mundo contemporâneo / The aim of the present work is to contribute to the understanding of problems related to the notion of social exclusion in the mental health field, based on the study of the living places for people egressed from psychiatric hospitals. Data were collected from recorded conversations and registered in field diary during the research in three cities in the state of São Paulo. The notion of social exclusion is approached as it is frequently mentioned in political discourses and proposals. Spatial segregation and urban exclusion are focused, considering the \'meanings of living\' as the central aspect. In everyday practices in Mental Health exclusion is associated to being banned from the social life and it is amplified to social problems in the spheres which define policies but they bring no important difference for policies formulation beyond the usual meanings of the question. The meanings of living, expressed in different populational groups and singularly by each person, guided the discussion to the question of policies and practices. Such practices, when the diversity of experiences is not taken into account, tend to reproduce the manicomial reasoning that they are supposed to overcome, even if they are based on the so called inclusive proposals. The transit among people egressed from the psychiatric hospitals and people living in the city, among knowledge areas and diversity of practices is presented as a possibility of interrupting the vicious circle whichrearticulates the traditional practices and discourse in psychiatry. The understanding of \'ways of living\' allows us to recover part of the story of habits which were lost in the urbanization process and instigates us to consider emergent questions in the field of mental health in the context of problems of the cities in the contemporary world
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-01072019-170653 |
Date | 26 August 2002 |
Creators | Scarcelli, Ianni Regia |
Contributors | Fernandes, Maria Inês Assumpção |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0021 seconds