Return to search

A educação de alunos surdos no Brasil do final da década de 1970 a 2005: análise dos documentos referenciadores

Esta dissertação procura analisar as proposições de ensino na educação de alunos
surdos no Brasil. Para fins desta análise foram selecionadas, publicações do MEC (1979,
1997, 2002) onde se apresenta propostas curriculares e orientações metodológicas destinadas
a alunos com surdez. O problema que nos moveu, foi compreender se havia uma proposta de
ensino de Língua portuguesa aos surdos, já que esta é apontada por especialista como uma
questão problemática, delineou-se uma hipótese de partida. Se há uma proposta de ensino de
Língua Portuguesa, ela não estaria definida como proposta pedagógica, mas, sim, como
proposta conceitual de interpretação de que língua o aluno surdo tem, ou de que língua deve
aprender. Retomamos o pensamento educacional brasileiro sobre o ensino dos surdos,
identificando em tais documentos nuances das propostas oralista, comunicação total e
bilíngüe. Na análise das proposições de ensino tomamos como ponto de reflexão o significado
da surdez, constatamos que a mesma se modifica no decorrer dos anos, assim como a
concepção de linguagem que segue de certa maneira o proposto pela educação geral, da língua
como código para língua como atividade discursiva e constituidora da identidade dos
indivíduos. Consideramos que destacado está o estudo dos aportes lingüísticos, pelas
concepções de linguagem e da necessidade de uma língua para que ocorra o processo de
aprendizagem; a língua que se deve ensinar e em que momento, fundamentalmente,
encontrava-se como discussão privilegiada nos documentos. A cultura acadêmica também foi
abordada, delimitamos alguns eixos de análise como: a) conceito de escola e suas funções; b)
conceito de aluno e seus processos de aprendizagem; c) Professor e outros agentes, os papéis
e suas práticas; d) conteúdo e proposição de seu ensino aprendizagem. Os mesmos são
destinados à escola, portanto predispõem as funções e comportamentos de seus agentes, e a
organização do sistema educativo. Mas seus agentes, de formas distintas, interpretam e
implementam tais orientações. Assim, tais documentos não são absorvidos e transmitidos
passivamente, mas a escola como um espaço de promoção do ensino de habilidades
necessárias para o desenvolvimento do aluno faz uma seleção da cultura e desta propõe
experiências aos mesmos. Constatou-se, porém, que tanto as práticas pedagógicas, quanto a
habilitação desses agentes não são claras. Concluiu-se ainda, que a linguagem pôde ser
tomada como função da educação, quanto marca constitutiva nas proposições didáticas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/190866
Date January 2005
CreatorsALBRES, Neiva de Aquino
PublisherUFMS
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0049 seconds