Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar o desempenho eleitoral e político dos radialistas que se elegeram deputado estadual no Paraná entre 1986 a 2006. Sabe-se que os locutores de rádio ganharam espaço na política nacional após a Ditadura Militar e, desde então, o cenário observado favorece a eleição desses comunicadores. Independente do partido político a que pertencem, eles conseguem expressivo número de votos. Atribui-se o sucesso nas urnas à popularidade que a presença diária no rádio oferece, a qual suscita uma relação de confiabilidade entre radialista/ouvinte. O reconhecimento desses locutores frente à população desperta em líderes partidários o interesse em convidá-los para concorrer a cargos representativos, desta forma, o comunicador serve como isca para alcançar votos para outros candidatos da mesma legenda. Nosso universo de estudo é a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), no período de 1986 a 2006, ou seja, após a reabertura democrática. A pesquisa justifica-se pelo: (i) constante número de deputados estaduais que são radialistas em todas as legislaturas estudadas; (ii) o alto índice de reeleição desses deputados; e (iii) número elevado de votos que esses locutores recebem. Frente ao observado partimos da hipótese que o radialista constrói no convívio diário com os ouvintes capital social suficiente para se eleger e atribuímos o fato dele conseguir ou não a reeleição à conversão deste capital social em capital político, necessário para permanência no campo. A metodologia combina pesquisa quantitativa e qualitativa. No primeiro caso foi feita uma análise de tendência de votos em radialistas a fim de detectar a presença, o número de votos e a taxa de reeleição; no segundo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete radialistas, estes divididos em três categorias: (i) radialistas que se reelegeram todas às vezes que concorreram; (ii) radialistas que tentaram mas, em algum momento da carreira, não conseguiram a reeleição; (iii) radialistas que não se reelegem porque não se candidatam. A análise dos dados revela que existe, além do alto índice de reeleição, significativa rotatividade de radialistas na Assembleia paranaense. No período estudado, 26 locutores foram eleitos, e destes 12 apenas uma vez. As entrevistas mostram que a não eleição para o cargo de deputado estadual não significa necessariamente a exclusão do campo político, pois os radialistas podem permanecer no mesmo em cargos não eletivos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/26138 |
Date | 16 September 2011 |
Creators | Angeli, Larissa Martini |
Contributors | Cervi, Emerson Urizzi, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em Ciência Política |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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