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Fluxo de consciência : variações no teatro contemporâneo / Fluxo de consciência: variações no teatro contemporâneo

O presente trabalho, "Fluxo de Consciência: percurso e articulações no teatro contemporâneo", se propõe ao estudo do fluxo de consciência como proposta estética pertinente ao teatro. Parte-se de sua definição na psicologia, a partir de William James, e de sua concepção pela teoria literária, no estudo produzido por Robert Humphrey, para, posteriormente, identificar seu uso no teatro. Por meio da articulação de seu percurso na dramaturgia, em relação às formas produzidas na literatura, examina-se o tratamento específico dado ao fluxo de pensamento no teatro, com base nas teorias de Peter Szondi, Anatol Rosenfeld e Anne Ubersfeld. A abordagem de sua manifestação efetivamente teatral se completa com o exame da situação singular que a encenação produz junto ao público, fundamentado nos trabalhos de Jean-François Lyotard, Linda Hutcheon, Hans-Thies Lehmann e Maurice Merleau-Ponty, e com a análise do espetáculo "Ânsia", da 3 de Sangue Companhia de Teatro, com direção de Rubens Rusche, fundamentada pela teoria dos vetores de Patrice Pavis. O trabalho defende uma modificação na constituição do fluxo de pensamento ao longo dos anos. Primeiramente centrado na psicologia de personagens, ao tornar-se parte da produção cultural contemporânea, ele se contamina com os pressupostos pósmodernos e sua existência se manifesta cada vez mais descentralizada. Com a consideração de um sujeito vulnerável, diante das múltiplas influências na "era pósindustrial", constituído no processo de interação com o mundo, o "eu" é visto sob a perspectiva da relatividade de sua determinação definitiva. Assim, a personagem também se torna ser instável, questionada em sua validade enquanto ser uno, passando a ser trabalhada através de fragmentos abertos à múltipla significação. Atualmente, verifica-se sua apresentação em elementos dispersos, que solicitam à recepção a conexão em meio à dispersão. A personagem é uma encruzilhada de discursos e o fluxo perde seu lugar central. O fluxo de consciência, como proposta teatral, se estabelece para além de características formais e alcança sua constituição como processo na totalidade da experiência estética. Retoma um tipo de existência que se aproxima de seu objeto original - os processos mentais e cerebrais - e se define em variabilidade avessa a qualquer tentativa de determinação definitiva. Encontram-se diversos tratamentos relacionados ao fluxo, que não se excluem nem se subordinam. Diante dessas diversas manifestações, verifica-se sua adaptabilidade a toda nova exigência, quando se estabelece sob novos moldes. / The current work, named "Stream of Consciousness: history and changes in Contemporary Theater", aims at studying the stream of consciousness as an aesthetic proposal relevant to Theater. Initially, we present the definition tailored by William James, in psychology, and by Robert Humphrey, in literary theory, to later identify its use in Theater. Based on the theories of Peter Szondi, Anatol Rosenfeld e Anne Ubersfeld, we analyze the specific treatment given to the stream of consciousness in Theater, throughout its changes in the history of Drama, compared to its characteristics in Literature. Its theatrical manifestation is demonstrated in a particular reaction the performance causes in the audience, based on the works of Jean-François Lyotard, Linda Hutcheon, Hans-Thies Lehmann e Maurice Merleau-Ponty. Besides, we analyze the show "Ânsia", by 3 de Sangue theater group, directed by Rubens Rusche and based on the vector theory by Patrice Pavis. The present work defends a change in the constitution of the stream of consciousness along the years. First centered in the psychology of the character, when it becomes part of the contemporary cultural production, it blends with the post-modern assumptions, and its existence becomes more and more decentralized. Regarding a vulnerable subject, who is conceived in the process of interaction with the world, before the multiple influences in the "post-industrial" age, the "self" is seen under the perspective of the relativity of its definitive determination. Thus, the character also becomes an unstable being, questioned in its validity as an entire and complete being, and works by fragments that allow many different meanings. Nowadays, we verify the presentation of the character in scattered elements, that ask the audience the connection among dispersal. The character is a crossroad of speeches, and the stream no longer has its critical role. The stream of consciousness, as a theatrical proposal, is beyond formal characteristics, and reaches its constitution as a process in the aesthetic experience. It recalls a kind of experience that approaches its original object - brain and mind processes - and is defined in variability against any kind of definitive determination. There are many treatments related to the stream; they do not exclude and are not subordinated to one another. Before all those manifestations, we verify that it can adapt to any new demand when is established under new patterns.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/17683
Date January 2009
CreatorsOliveira, Ângela Francisca Almeida de
ContributorsMassa, Clovis Dias
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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