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Formação, concepções estéticas e práticas de consumo cultural dos professores que lecionam arte em escolas públicas de Juazeiro/BA e Petrolina/PE

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Previous issue date: 2016-06-30 / Esta investigação, desenvolvida na Linha de Pesquisa ‘Identidades Coletivas e
Representações Sociais’, do Programa de Pós-graduação em Sociologia, da Universidade
Federal de Pernambuco/UFPE, na modalidade DINTER, fundamentou-se na Sociologia
Reflexiva (BOURDIEU, 2001), em seu aspecto racional e relacional (VANDENBERGHE,
2010), por meio de uma abordagem qualitativa (DENZIN e LINCOLN, 2006). O objetivo
principal foi de investigar a relação entre formação, concepções estéticas e práticas culturais
dos professores que lecionam Arte nas escolas públicas de duas cidades localizadas no
submédio do rio São Francisco, Petrolina/PE e Juazeiro/BA. Para produzir os dados,
utilizamos quatro instrumentos, a saber: entrevistas semiestruturadas realizadas com 28
professores de escolas públicas municipais e estaduais; diário de campo; Jogo das
Preferências e análise documental dos livros didáticos utilizados por esses professores e as
orientações curriculares, estaduais e municipais. Os dados foram produzidos entre outubro de
2015 e fevereiro de 2016 e submetidos à Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1988). O
referencial teórico ancorou-se nos conceitos bourdieusianos de campo, habitus e,
especialmente, disposição estética, que consideramos como uma importante ferramenta
analítica para se compreender o problema do capital cultural dos professores que lecionam
Arte. Vimos que a posse ou não dessa disposição expressa nas práticas de consumo cultural
dos professores nos forneceu subsídios para identificar quais as concepções de arte estão
sendo legitimadas por esses profissionais. Os dados analisados mostraram que a maior parte
dos professores que lecionam Arte nos municípios investigados não tem formação
especializada nem disposição estética constatada a partir do predomínio do gosto popular em
suas preferências estéticas. Essa situação difere daqueles que têm formação especializada ou
participam efetivamente da produção cultural das cidades, seja em dança ou teatro, e que
demonstraram mais propriedade e familiaridade com a cultura legítima. Assim, no contexto
analisado, o ensino de Arte se pauta no reconhecimento sem o conhecimento da arte legítima,
pois a maioria dos professores, devido aos processos sociais de aquisição da cultura, seja por
meio de herança familiar ou da que é adquirida na escola, não tiveram a oportunidade de
aprender os códigos que compõem o campo artístico e acabam promovendo a manutenção de
modelos canônicos de arte que obstruem o acesso ao conhecimento artístico, sobretudo, de
vanguarda, nas escolas e fora dela. Apesar de o contexto parecer desanimador, por causa das
desigualdades culturais postas pela realidade educacional brasileira, um sopro de esperança
ecoa, quando constatamos que alguns professores buscam por formação e se engajam nas
produções e nas políticas culturais locais, além de verificar a importância das experiências
culturais na aquisição de uma competência estética desses profissionais. Concluímos que
pensar em que consiste o capital cultural dos professores que lecionam Arte é inexorável às
políticas de formação docente, uma vez que são eles os responsáveis por mediar a experiência
estética de seus alunos e alunas como também fomentar ao aumento do consumo cultural.
Com base nessas análises, evidenciou-se a necessidade de ampliar espaços de formação e
diálogos entre as instituições de formação superior e as Secretarias Municipais e Estaduais de
Educação para que possamos promover mudanças qualitativas na formação inicial e
continuada dos professores da Educação Básica. / Cette recherche, développée sur la ligne de recherche «Identités collectives et représentations
sociales» du programme d’études supérieures en Sociologie, de l’Université Fédérale de
Pernambuco / UFPE en mode DINTER, a étée basée sur la Sociologie Réflexive (Bourdieu,
2001), dans un aspect rationnel et relationnel (VANDENBERGHE, 2010), à travers d’une
approche qualitative (DENZIN et LINCOLN, 2006). L'objectif principal était d'étudier la
relation entre la formation, les conceptions esthétiques et les pratiques culturelles des
profésseurs qui enseignent l'art dans les écoles publiques de deux villes situées dans le sousmilieu
du fleuve São Francisco, Petrolina/PE et Juazeiro/BA. Pour générer les données, nous
avons utilisé trois instruments, à savoir: des entretiens semi-structurés avec 28 profésseurs des
écoles publiques municipales et de l’état; le journal de terrain et l’analyse documentaire des
manuels utilisés par les profésseurs et des lignes directrices du programme de l'état et de la
municipalité. Les données ont été produites entre Octobre 2015 et Février 2016 et soumis à
l'analyse du contenu proposé par Bardin (1988). Le cadre théorique ancré aux concepts
bourdieusiens de champ, habitus et, en particulier, de la disposition esthétique, que nous
considérons comme un outil analytique important pour comprendre le problème du capital
culturelle des profésseurs qui enseignent l'art. Nous avons vu que la possession ou non de
cette disposition exprimée dans les pratiques de consommation culturelle des enseignants
nous fourni des subventions pour identifier quelles conceptions d'art sont légitimés par ces
professionnels. Les données analysées ont montré que la plupart des professeurs qui
enseignent l'art dans les municipalités étudiées ne possèdent pas une formation spécialisée ni
une disposition esthétique, constatée a partir de la prédominance du goût populaire dans leurs
préférences esthétiques. Cette situation diffère de ceux qui ont reçu une formation spécialisée
ou qui participent efficacement à la production culturelle des villes, que ce soit dans la danse
ou le théâtre, et qui ont montré une plus grande appropriation et familiarité avec la culture
légitime. Ainsi, dans le contexte analysé, l'éducation artistique est guidée dans la
reconnaissance sans la connaissance de l'art légitime, puisque la plupart des enseignants, en
raison des processus sociaux d'acquisition de la culture, que ce soit à travers le patrimoine de
la famille ou de ce qui est acquis à l'école, n’ont pas eu la possibilité d'apprendre les codes qui
composent le domaine artistique et finissent par promouvoir le maintien des modèles
canoniques de l'art qui bloquent l'accès à la connaissance artistique, principalement d'avantgarde,
dans les écoles et au-delà. Bien que le contexte semble décourageant, en raison des
inégalités culturelles posées par la réalité éducative brésilienne, un souffle d'espoir résonne
lorsque nous avons constaté que certains enseignants cherchent une formation et participent à
la production et dans les politiques culturelles locales. Nous concluons que penser à quoi
consiste le capital culturelle des profésseurs qui enseignent l'art est inexorable aux politiques
de formation des enseignants, car ils sont responsables pour la médiation de l'expérience
esthétique de leurs élèves. Basé sur ces analyses, il est évident la nécessité d'élargir les
espaces de formation et le dialogue entre les établissements d'enseignement supérieur et les
services d'éducation municipaux et de l'État afin que nous puissions promouvoir des
changements qualitatifs dans la formation initiale et continue des enseignants d'éducation de
base.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/18488
Date30 June 2016
CreatorsGONDIM, Janedalva Pontes
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/6936205242822504, ROCHA, Maria Eduarda da Mota
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Sociologia, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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