Qual é o lugar da escrita no ensino da filosofia no Ensino Médio? Partindo desta pergunta e sob a perspectiva da cultura e da linguagem, defende-se a tese de que uma das formas viáveis da filosofia poder contribuir para a formação do jovem contemporâneo brasileiro é realizar essa atividade intelectual com ênfase na idéia do desdobramento leitura-escrita, concebendo esta última como produtora e estruturadora de pensamento. Trata-se de uma reflexão sobre a escrita filosófica, viabilizada pela leitura de quem intenciona a escrita e não pela leitura para saber, isto é, para acumular ou reproduzir conhecimento. Desde seu momento inaugural, com Platão, a tradição filosófica reserva à escrita um segundo plano, geralmente como registro ou atividade auxiliar para avaliação do aprendizado através da leitura ou do diálogo. Nos contextos de crise, é vista por alguns com desconfiança; por outros, como privilégio reservado a poucos. O que se constata, é que a escrita é uma das atividades essenciais do filosofar e possui caráter formador que precisa ser valorizado. Raros são os pensadores que não escreveram e, além do mais, vive-se num contexto em que a escrita, num sentido geral, é onipresente. A escrita filosófica, no nível da formação média, pode ser um contraponto às várias modalidades de produções disponíveis, caracterizadas pela velocidade e superficialidade. Sua consistência, tempo e modo de elaboração servem como resistência ao descartável. Sua finalidade é produzir sentido, nesse jogo de linguagem que é a filosofia. / What is the place of writing in the teaching of Philosophy in high school? Setting forth from this question, analyzed under the perspective of culture and language, herein is defended the idea that one of the viable ways by which Philosophy can contribute to the formation of the contemporary Brazilian youth is through the accomplishment of this intellectual activity with emphasis on the unfolding of the reading-writing idea, conceiving the last as the producer and organizer of thought. It is a reflection about the philosophical writing, made feasible through the reading by whom the writing is intended and not through the reading to learn, i.e., to accumulate or reproduce knowledge. From its debut, with Plato, the philosophical tradition spares to writing a second plan, usually as a registry or activity to assist the evaluation of the learning through the reading or the dialogue. In the context of crisis, it is viewed with suspicion by some; by others, as a privilege reserved for few. What is seen is that writing is one of the essential activities of philosophizing and it has a moulding character which must be appreciated. Rare are the thinkers who have not written and, besides it, it is set in a context in which the writing, in a general sense, is omnipresent. The philosophical writing, at high school formation level, can be a counterpoint to the various modes of production available, categorized by speed and shallowness. Its consistency, time and mode of elaboration serve as resistance to the disposable. Its aim is to produce meaning, in this language game which is called Philosophy.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02092009-141851 |
Date | 25 May 2009 |
Creators | Barros, Marcelo Donizete de |
Contributors | Gottschalk, Cristiane Maria Cornelia |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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