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A celebração de eros na literatura: delito, confissão e redenção

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Previous issue date: 2009 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / No nascimento da tragédia, o amorpaixão
foi representado como um conceito
que muito bem combinava com aquele gênero literário. Por isso, a
representação desse fenômeno, no espírito antigo grego, foi construída, de
modo que, somente fosse possível como uma realidade intimamente
relacionada com um destino inexorável. O amorpaixão
era uma experiência
que colocava o homem na condição de erro, portanto, era uma realidade sobre
a qual não se tinha nenhum controle. A autonomia afetiva estava suplantada
por um destino fatídico na expressão do próprio mundo grego a literatura,
evidentemente, nunca abandonou esse modo de representar a paixão; é de se
notar que é uma invenção que sempre se atualiza a concepção da paixão
coroado com dimensão trágica. Eurípides, considerado o mais trágico dos
trágicos, realiza em Hipólito, uma imagem desse eros como instância do
trágico. Fedra, parece em vários momentos, encarnar esse fenômeno, como se
o poeta ático tivesse organizado sua personagem em função de mimetizar esse
conceito. Mas não se pode limitar a invenção de Eros na Literatura somente no
seu sentido doloroso, é preciso reconhecer como o mesmo foi manipulado nas
mãos de outra poeta. Jean Baptiste Racine aproveita do mesmo mito, antes
utilizado por Eurípides, e apresenta a sua invenção dessa experiência. Agora o
delito paixão vai se transfigurando em confissão . Ora, só se confessa
porque subtende que há culpa, portanto culpa e confissão são duas realidades
profundamente interrelacionadas.
Por isso, para o classicista francês, a
invenção do amoreros
é deslocado para o plano da linguagem confissão . A
Fedra raciniana é agora, somente ela, a culpada por inventar essa realidade
os deuses foram sutilmente afastados. Assumindo uma nova perspectiva,
Adélia Prado empreende o esforço estético de investir de sacralidade um
objeto até então profano. O tratamento do amoreros
nas mãos da poetisa vai
se organizando à luz dessa orientação, que coloca paixão e Deus como
experiência que se tocam. Nossos estudos vai procurar justamente
compreender como esse objeto foi inventado por três autores

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7476
Date31 January 2009
CreatorsMontenegro Medeiros, Clederson
ContributorsMárcio Tenório Vieira, Anco
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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