Return to search

O português da escravidão :

L'histoire linguistique du Brésil s'est toujours caractérisée par les contacts et les mélanges linguistiques, par des situations de plurilinguisme et de répression des langues minoritaires. L'existence de ces situations se doit à la présence, sur un même territoire, d'individus d'origines différentes, locuteurs de langues différentes, qui ont composé la société brésilienne au cours de son histoire. Le principal objectif de ce travail est de montrer le caractère essentiel de l'esclavage colonial dans la formation sociale, idéologique et linguistique du Brésil. Partant de la conviction que l'organisation du travail dans la société et la lutte des classes sont déterminantes dans le développement du langage, et que le monde des idées est un reflet des relations sociales et de production, nous tentons de mettre en évidence la manière dont se produisaient les dynamiques linguistico-langagières des travailleurs asservis, afin de comprendre comment ces dynamiques ont contribué à l'histoire sociolinguistique du portugais brésilien. Les terribles conditions de vie que les travailleurs asservis ont connues au Brésil, l'impossibilité pour eux de former des familles stables, leur faible espérance de vie constituent, entre autres, des facteurs qui, selon nous, ont contribué à la non-existence de langues africaines au Brésil. Les sphères sociales et de travail dans lesquelles les captifs vivaient ont également déterminé leur communication verbale et, en fonction de l'espace social dans lequel ils étaient insérés, leur proximité de la langue portugaise pouvait être plus ou moins étroite, permettant que leurs parlers aux nuances africaines influencent la langue de leurs contremaîtres et maîtres, jusqu'à ce que se forme le portugais populaire tel qu'il est parlé aujourd'hui au Brésil. Bien qu'elles n'aient pas survécu, l'influence de ces langues africaines est toujours sentie dans le lexique, la morphosyntaxe et l'accent brésiliens. Cependant, malgré la contribution fondamentale des africains asservis et de leurs descendants à la construction de la nation brésilienne comme un tout, leur histoire continue d'être niée et la race noire d'être objet de discrimination. / A história linguística do Brasil sempre foi marcada por contatos linguísticos, mesclas linguísticas, situações de plurilinguismo e repressão às línguas minoritárias. O que tornou essas situações possíveis foi a existência, em um mesmo espaço, de indivíduos de diferentes origens, falantes de diversas línguas, que compuseram a sociedade brasileira ao longo de toda a sua história. O principal objetivo deste trabalho é mostrar o caráter fundamental da escravidão para a formação social, ideológica e linguística do Brasil. Acreditando que a organização do trabalho na sociedade e a luta de classes são determinantes para o desenvolvimento da linguagem e que o mundo das ideias é reflexo das relações sociais e de produção, buscamos evidenciar de que maneira se davam as dinâmicas linguístico/linguageiras dos trabalhadores escravizados, demonstrando como essas dinâmicas contribuíram para história sociolinguística do português brasileiro. A dura vida que os escravizados no Brasil levavam, a impossibilidade de formarem famílias, sua baixa expectativa de vida, dentre outros fatores, certamente contribuíram para a não-existência de línguas africanas no Brasil. As esferas de trabalho e espaços sociais nos quais os cativos conviviam determinavam sua comunicação verbal, e dependendo do espaço social no qual se inseriam, sua proximidade com a língua portuguesa poderia ser mais ou menos estreita, permitindo que sua fala de nuances africanas influenciasse a línguagem dos senhores, até formar o português popular falado hoje no Brasil. Ainda que essas línguas africanas não tenham sobrevivido, suas contribuições podem ser sentidas no léxico, na morfossintaxe e na pronúncia do português brasileiro. Apesar de o africano escravizado no Brasil e seus descendentes terem contribuído para a construção do país como um todo, sua história ainda é negada e a raça negra discriminada.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/180931
Date January 2018
CreatorsMeleu, Suélen Martins
ContributorsCarboni, Florence
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0083 seconds