nÃo hà / Essa pesquisa se propÃe a elucidar o paradigma do estado de exceÃÃo, bem como a sua relaÃÃo com a vida humana, dentro da obra do pensador italiano Giorgio Agamben. Percorremos o caminho traÃado pelo autor nas trÃs primeiras obras da sÃrie Homo sacer, onde denuncia o processo de apropriaÃÃo da vida posta em prÃtica atravÃs das mais sofisticadas tÃcnicas polÃticas e desvela como a vida biolÃgica està no centro dos cÃlculos do poder. Inicialmente ilustraremos as influencias filosÃficas de Michel Foucault, e sua perspectiva biopolÃtica em confronto com a anÃlise do autor italiano. De forma diversa de Foucault, Agamben, se propÃe a analisar o estatuto do poder soberano em relaÃÃo à norma jurÃdica, procurando estabelecer suas contradiÃÃes e questionar os limites da estrutura jurÃdico-polÃtica originÃria do Ocidente, sob uma Ãtica que busca reconhecer a inserÃÃo da vida humana nessa esfera. O autor italiano atravÃs das reflexÃes do jurista alemÃo Carl Schmitt, revela o paradoxo da soberania e a relaÃÃo oculta existente entre norma e anomia. Posteriormente, buscamos esclarecer o carÃter paradigmÃtico do estado de exceÃÃo. Em um intermitente diÃlogo entre Schmitt e o filÃsofo alemÃo Walter Benjamin fica patente a relaÃÃo existente entre violÃncia e a exceÃÃo soberana. Utilizando-se da locuÃÃo âintima solidariedadeâ Agamben reconhece pontos de ligaÃÃo entre as prÃticas de exceÃÃo dos regimes totalitÃrias do sÃculo XX, o nazismo e o fascismo, e os mÃtodos utilizados nos regimes democrÃticos contemporÃneos. A partir da tese benjaminiana, compreende como o estado de exceÃÃo nÃo à apenas uma experiÃncia isolada na histÃria humana, mas à entÃo concebida como uma tÃcnica de governo, cada vez mais utilizada, como uma prÃtica nÃo declarada de muitos governos. A noÃÃo de seguranÃa tomou conta do Estado, transformando-se em uma prerrogativa utilizada por muitos governos democrÃticos para operarem sem limites prÃticas de exceÃÃo. De forma conclusiva, o trabalho se adentra na perspectiva apresentada pelo autor sobre a stasis, na experiÃncia clÃssica e na modernidade. O paradigma da stasis à deste modo singular para compreender a relaÃÃo de politizaÃÃo da vida, que acompanha a despolitizaÃÃo da cidadania, bem como a estrutura de exceÃÃo implÃcita na ordem moderna. A guerra civil à uma prÃtica estatal, como uma estrutura anÃloga ao estado de natureza, mas que persiste dentro da cidade. Para Agamben, a forma que a guerra civil assume durante o estado de exceÃÃo à de indiscernibilidade, entre estado de natureza e estado de direito, deste modo a vida enquanto tal à posta na base do poder soberano.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:11420 |
Date | 20 July 2016 |
Creators | Erika Gomes Peixoto |
Contributors | OdÃlio Alves Aguiar |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Filosofia, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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