Tratar de ciganos à luz do discurso de não-ciganos pede discussões sobre estigmatização e dos termos a ela associados. Esse caminho produzirá, como demonstramos na tese, a contribuição para a compreensão do (des)prestígio social de uma comunidade isolada. Historicamente, por séculos, a estigmatização negativa arraiga o preconceito que ecoa no imaginário social do não-cigano ao referir o cigano. Esse quadro ainda é constatado no século XXI, e ainda ocorre manifestando os mesmos traços peculiares observados em pesquisas das áreas de Antropologia, Sociologia e Educação as quais tomam como objeto de discussão esse povo, de cultura tão hermética. Esse isolamento dos ciganos, hipotetizamos, é observável no discurso do não-cigano por meio de informações localizadas em diversos pontos de uma sentença ou de um texto. Para lidar com esse fenômeno, recorremos às teorias givonianas (1990), em especial o princípio da iconicidade e seus subprincípios, quais sejam: de ordenação linear, de integração e de quantidade, os quais, ao se entrelaçarem, revelam a complexidade cognitiva. O reconhecimento desses ecos históricos por meios de vários tipos de documentos recolhidos de arquivos históricos e redes sociais. Ao final dessa análise, estabelecemos um contraponto com a opinião de paulistanos por meio de um questionário aleatoriamente distribuído a indivíduos de vários estratos sociais. A ideia era a de verificar se a estigmatização continuava ecoando nos discursos atuais. Concluída essa etapa da pesquisa, pudemos referendar que, a despeito do desenvolvimento humano (na concepção de Maturana e Varela, 2011), a estigmatização e o preconceito continuam andando de mãos quando o tópico é cigano. / To treat Roma (gypsy) by the sense of the non-Roma (non-gypsy) speech prompts some discussions about stigmatization and terms associated with it. This way will produce, as demonstrated in the thesis, the contribution to the (un) social prestige understanding of an isolated community. Historically, for centuries, the negative stigma rooted prejudice that echoes the social imaginary of the non-gypsies when referring to the gypsy in their discourse. This picture is still found in the 21st. century, and it is still manifesting the same peculiar traits observed in researches in the Anthropology, Sociology and Educational areas which take as their subject of discussion these people, in its so hermetic culture. It is hypothesized that this isolation of the Roma (gypsy) is observable in the discourse of non-gypsy through information located in various parts of a sentence or of a text. To deal with this phenomenon, we use the givonian theories (1990), in particular the principle of iconicity and its subprinciples, namely: linear ordination, integration and quantity, which, when intertwined, reveal the cognitive complexity. The recognition of these historical echoes by means of various documents types collected from historical archives and social networks. At the end of this analysis, we established a counterpoint to the opinion of São Paulo inhabitants (paulistanos) through a questionnaire randomly distributed to individuals from various social strata. The idea is to verify if the stigma was still echoing in today\'s speeches. On this research stage completion, we could endorse that, in spite of human development (conception of Maturana and Varela, 2011), stigmatization and prejudice continue progressing when the theme is gypsy people.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-25102016-135228 |
Date | 01 August 2016 |
Creators | Spaziani, Lidia |
Contributors | Hernandes, Maria Célia Pereira Lima |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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