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Previous issue date: 2004 / A composição isotópica de mármores do Complexo São Caetano (CSC),
municípios de Flores e Afogados da Ingazeira, Pernambuco, foi usada para se
estimar a idade de deposição das seqüências carbonáticas originais (protolito dos
mármores) e para se investigar mudanças na composição global da água do mar
durante sua deposição. Após comparar-se a curva de variação secular de isótopos
de C e Sr para estas sucessões carbonáticas com curvas para seqüências de
carbonatos sedimentares bem conhecidas a nível mundial, uma idade Meso-
Neoproterozóica (1,1-0,97 Ga) é proposta para a deposição dos carbonatos do
CSC.
Três diferentes estágios isotópicos (I, II, III) foram definidos e correlacionados
com eventos globais que teriam afetado a composição da água do mar durante a
transição Meso-Neoproterozóico (1,1-0,97Ga.). Um estagio inicial (I), com valores
moderadamente altos de δ13C (~ +3,7 PDB) que refletem um aumento no seqüestro
e soterramento do carbono orgânico, associado a um extensivo crescimento crustal
ocorrido no auge do ciclo orogênico Grenvilliano. O estagio isotópico II, apresenta
valores mais variareis de δ13C, entre -2 e +3 PDB, interpretados como devido ao
aumento no aporte de CO2 rico em 12C associado a um evento de riftamento global
há 1,05 Ga e ao seqüestro de matéria orgânica rica em 12C através de subdução e
formação de arcos magmáticos a nivel global há ~1,0 Ga respectivamente. O estagio
isotópico III, com valores de δ13C em torno de +3,7 PDB, evidencia uma continua
sedimentação e concomitante soterramento da matéria orgânica, associada `a
aglutinação do supercontinente Rodinia. A quimioestratigrafía de isótopos de Sr,
com valores de 87Sr86Sr ~0,706 caracterizando o estagio isotópico I, valores um
pouco mais variáveis (de 0.706 a 0,707) no estágio isotópico II, e valores em torno
de 0,706 caracterizando o estágio isotópico III, apóiam estas idéias.
Baseados no intervalo de idade de deposição aqui proposto e em relações
geológicas regionais, é possível propor-se que os protólitos sedimentares dos
mármores do CSC ter-se-iam depositado após um evento de riftamento na ZonaTransversal da Província Borborema entre 1.4 e 1.05 Ga. Características litológicas
da parte siliciclástica do CSC indicam, por outro lado, que este ter-se-ia depositado
numa margem continental em ambientes pelágicos. A margem continental, onde
foram depositados os sedimentos do CSC foi estabelecida ao norte do Craton São
Francisco e suas supracrustais Meso-Paleoproterozóicas associadas. A
sedimentação do CSC foi interrompida pela convergência oceânica-continental
(subdução) que levou a formação de arco magmático Cariris Velhos. Comparações
das curvas isotópicas de variação secular do CSC com as propostas em seqüências
sedimentares bem preservadas, indicam que os protolitos dos mármores estudados
teriam-se depositado durante um período de subida do nível do mar.
Por outro lado, levando-se em consideração que a composição isotópica de C
e Sr de carbonatos pode ser alterada por processos pós-deposicionais (e.g
diagênese e metamorfismo), possíveis alterações da assinatura isotópica original
dos carbonatos (mármores) do SCC, foram investigadas por metodologia
multivariada, incluindo: (1) caracterização petrográfica, (2) caracterização dos
elementos (elementos maiores e menores), e (3) determinação da composição
isotópica dos carbonatos e grafitas associados.
Concluiu-se que a alteração da assinatura isotópica de C encontrada em
algumas das amostras estudados esta associada à presença de grafita. Uma difusão
entre CH4 rico em 12C (derivado da grafita) e os carbonatos é proposta como o
mecanismo que afetou a composição isotópica dos carbonatos, causando
diminuições em seus valores de δ13C em ambiente fechado durante o metamorfismo.
Isto é apoiado pela pouca variação dos valores de δ18O e 87Sr/86Sr; como também
pela natureza inalterada dos indicadores de elementos geoquímicos (conteúdos de
Sr com media de 1500 ppm, razões de Mn/Sr de 0.006 até 0.140, e razões de Rb/Sr
entre 0 e 0.005). Este processo ocorreu sob condições de metamorfismo de baixa
pressão e media temperatura, como é apoiado pela paragênese dos mármores
(calcita, quartzo, tremolita, moscovita, diopsidio e granada), as quais indicam
temperaturas na faixa de 500-7000C. O Intervalo de temperatura para o
metamorfismo (514 e 750oC) calculado a partir o termômetro calcita-grafita apóia
esta idéia
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6569 |
Date | January 2004 |
Creators | SILVA, Juan Carlos Tamayo |
Contributors | SIAL, Alcides Nóbrega |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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