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Câncer bucal : uma questão de educação em saúde?

O Programa Saúde da Família (PSF) é uma estratégia para a organização da atenção básica, que tem por objetivo a implementação da Vigilância à Saúde por meio de um conjunto de ações individuais e coletivas voltadas para a promoção, prevenção e tratamento dos agravos à saúde. No entanto, o programa está deixando a desejar, porque, na área da saúde bucal, a ênfase do trabalho está sendo direcionada muito mais para a recuperação dos danos causados pelas doenças bucais do que para a aplicação de métodos de prevenção e/ou repasse de informações para o autocuidado e manutenção da saúde. O presente estudo buscou, através de um estudo de caso, caracterizar duas situações. A primeira insinua que há uma realidade pouco estudada que interpela ao profissional da saúde e, principalmente, às unidades de saúde que buscam através de uma política pública dar conta das demandas históricas da(s) comunidade(s) em situação de fragilidade de vulnerabilidade social; a segunda diz respeito a uma doença – o câncer bucal –, que, no imaginário social, vem carregada de desinformação, pré-conceitos, despreparo, desconhecimento e desimportância dada ao ensino de segmentos da população em situação de vulnerabilidade e fragilidade social. Ao identificar (i) quais os fatores que levam os indivíduos acometidos pelo câncer bucal a demorar para procurar a ajuda (tanto do ponto de vista dos usuários acometidos pelo câncer de boca, quanto dos profissionais da atenção primária); (ii) apresentar para os gestores a(s) dificuldade(s) que o(s) paciente(s) diagnosticado(s) com câncer bucal, em acompanhamento e/ou tratamento, encontram, destacando importância da educação em saúde tanto dos usuários, quanto dos profissionais de saúde, a fim de que a saúde bucal também seja relevante para o quadro de saúde geral do indivíduo e (iii) identificar as práticas em saúde, a fim de tornar o diagnóstico precoce do câncer bucal comum nas Unidades de Saúde da Família e facilitar o acesso ao serviço de prevenção do câncer bucal. Essas práticas devem considerar os aspectos relativos ao conhecimento e às práticas em saúde bucal, a fim de viabilizar o processo de capacitação da população e promover a responsabilização coletiva e a promoção da saúde em todos os níveis da sociedade. Os espaços de atuação na saúde pública precisam ser pensados como "comunidades de aprendizagem profissional", com grupos de ensino informal sobre cuidados básicos com a higiene bucal a partir da investigação compartilhada, da evidência informada, das soluções locais, da responsabilidade conjunta, da aprendizagem contínua e das práticas que permitam ser direcionadas a alguma coisa que corporifique a inventividade e as políticas de saúde mais abrangentes. / Family‟s Health Program (PSF) is a strategy for the organization of basic care, which has as its goal the implementation of Health Supervision by means of a set of individual and collective actions aimed at the promotion, prevention and treatment of health problems. Meanwhile, the program is leaving a lot to be desired, because, in oral health area, the emphasis of the work is being directed to the recovery of the damages caused by oral diseases than to the application of prevention methods and/or transfer of information to the self-care and maintenance of health. The present study sought, through a case study, to characterize two situations. The first insinuates that there is a little studied reality which challenges the health professional and, mainly, the health units which aim, through a public politics, to give account of historical demands of the communities in a situation of social fragility and vulnerability; the second concerns a disease – the oral cancer – which, in social imaginary, comes carried of misinformation, pre-concepts, unpreparedness, unfamiliarity and unimportance given to the teaching of population in situation of social vulnerability and fragility. By identifying (i) which factors lead the individuals with oral cancer to delay in searching for help (both from the point of view of oral cancer victims and the primary care professionals), (ii) presenting to the managers the difficulties that the patients diagnosed with oral cancer, in monitoring and/or treatment find, highlighting the importance of health education both users, as well as healthcare professionals, in order to oral health is relevant for the general health picture of the individual and (iii) identify health practices, in order to make the diagnosis early of oral cancer usual in a healthcare center e facilitate access to the prevention service of oral cancer. These practices must consider the aspects relating to oral health knowledge and practices, in order to make feasible the process of people training and to promote collective accountability and health promotion in all society levels. The spaces of public health acting need to be thought as “communities of professional learning”, with groups of informal teaching about basic cares with oral hygiene through the shared investigation, the informed evidence, the local solutions, the joint responsibility, the continuous learning and the practices that allow it to be directed to something that embody the inventiveness and the more embracing health politics.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/158198
Date January 2017
CreatorsMarchese, Juliana Alberti
ContributorsAlbuquerque, Paulo Peixoto de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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