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Efeitos da flexibilização das relações de trabalho na qualidade de vida no trabalho : o caso da região metropolitana de Curitiba

Made available in DSpace on 2009-11-18T19:01:07Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2002 / Intense economic competition and a profound technological revolution have imposed on contemporary companies significant changes in the organization of production. This has lead to the manifestation of a number of contradictions. On the one hand, the importance of worker participation as a decisive factor in the construction of competitive advantage is advanced. One of the main requirements for a successful organisation is the implementation of working models that create new knowledge. This new knowledge then needs to be disseminated widely through the whole organization and rapidly incorporated into new technologies and products. On the other hand, also in the search for higher leveis of competitiveness, flexible practices in work relations have been adopted as a way of cutting costs through the reduction of workers' rights. In Brazil there has been a move to more flexible working practices since 1965, culminating in a BiII before Congress that will alter labour law in favour of negotiation between employers and employees. This will be a move away from the present situation of reliance solely upon legislation. In this context, the objective of this research is to verify the effects of this move towards flexible labour relations on the quality of life within the workplace. It refers specifically to knowledge management and the social needs of workers, Le. workers' benefits both legislated for and extra benefits awarded by the company. Research was carried out as a field study with representatives of Personnel Departments and workers from companies with more than 500 employees in the Metropolitan Area of Curitiba, Paraná. The method used to analyse the data allows for the measurement of qualitative variables. Comparison of workers in orgnazations with flexible practices and other workers with more restrictive practices has also been carried out. The data, collected through questionnaires, revealed that there is a tendency for companies to pre-empt future legislation by implementing more flexible practices today. The effects of these practices have lead to workers with flexible work contracts being disadvantaged in terms of education within the organization and also in the satisfaction of their social needs. In the comparative analysis between the two categories it has been possible to identify four significant differences. The first is in the participation in the production processo In addition to this, access to training was more difficult in organizations with more flexible practices. Thirdly, leveis of benefits, both statutory and negotiated, varied. Finally, in companies with greater flexibility a lower satisfaction with the workplace environment was expressed. The findings allow the conclusion to be drawn that companies that pursue higher competitive leveis to improve economic and production development, while at the same time discounting workplace quality of life issues, are inherently mistaken. / A acirrada competição econômica e a profunda revolução tecnológica impõem às organizações contemporâneas mudanças significativas na organização da produção. Nesse contexto configuram-se algumas contradições. Por um lado exalta-se a importância da participação do trabalhador como fator decisivo na construção de vantagens competitivas, uma vez que o sucesso da organização tem como um dos principais requisitos a implantação de modelos de funcionamento que contemplem atividades geradoras de conhecimento novo, disseminem-no amplamente a toda organização e, rapidamente, incorporem-no a novas tecnologias e produtos. Por outro lado, também na busca de maiores graus de competitividade, práticas de flexibilização das relações de trabalho vêm sendo adotadas como forma de diminuição dos custos de produção, através da redução das formas de proteção da relação de trabalho. No Brasil, a ação flexibilizante já vem ocorrendo desde 1965 e encontra-se hoje em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei 5483/2001 que, alterando o art. 618 da Consolidação das Leis do Trabalho, pretende a prevalência do negociado sobre o legislado. Neste sentido, o objetivo da pesquisa é verificar os efeitos da flexibilização das relações de trabalho na qualidade de vida no trabalho, no que se refere, especificamente, à gestão do conhecimento e às necessidades sociais do trabalhador quanto aos seus benefícios diretos e espontâneos. Configura-se como um estudo de campo com foco nas organizações, a partir dos representantes da área de gestão de pessoas e nos trabalhadores das indústrias, com mais de quinhentos funcionários, instaladas na Região Metropolitana de Curitiba. O método utilizado para tratamento dos dados possibilita mensuração de variáveis qualitativas e o estabelecimento da comparabilidade entre os trabalhadores sujeitos às práticas de flexibilização e os demais trabalhadores. Os dados coletados por meio de questionários revelaram que a flexibilização das relações de trabalho faz parte integrante do novo perfil das organizações e que há hoje uma tendência de implemento com a abertura legal. Os efeitos causados por essa ação sobre a qualidade de vida no trabalho revelam-se predatórios, na medida em que os trabalhadores com contratos de trabalho flexibilizados encontram-se em posição de desvantagem no acesso à aprendizagem dentro das organizações e, também, na satisfação de suas necessidades sociais. Na análise comparativa entre as duas categorias de trabalhadores, foi possível verificar diferenças significativas no que diz respeito aos indicadores de participação no processo produtivo através da freqüência média de soluções apresentadas e incorporadas, da participação nos processos de aquisição do conhecimento, no acesso a benefícios diretos e espontâneos e na satisfação com o ambiente de trabalho. Essas constatações permitem concluir que as organizações, quando na busca de maior competitividade, incorrem em equívocos à medida em que desconsideram a qualidade de vida no trabalho, especificamente no que diz respeito à gestão do conhecimento e à satisfação das necessidades sociais como fatores maximizantes do desenvolvimento econômico e de incremento da produção.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/3837
Date January 2002
CreatorsRocha, Maria Cristina de Souza
ContributorsVieira, Paulo Reis, Valle, Rogério de Aragão Bastos do, Escolas::EBAPE, Tenório, Fernando Guilherme
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional do FGV, instname:Fundação Getulio Vargas, instacron:FGV
RightsTodo cuidado foi dispensado para respeitar os direitos autorais deste trabalho. Entretanto, caso esta obra aqui depositada seja protegida por direitos autorais externos a esta instituição, contamos com a compreensão do autor e solicitamos que o mesmo faça contato através do Fale Conosco para que possamos tomar as providências cabíveis., info:eu-repo/semantics/openAccess

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