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Estudo comparativo do fenômeno de nasalização em línguas da família Tupi-Guaraní (Tronco Tupi)

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Previous issue date: 2018-04-26 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho objetiva descrever os padrões do fenômeno de nasalização em línguas indígenas da família Tupí-Guaraní, tronco Tupí. Foram analisadas 27 línguas que compõem esta família: Mbyá, Kaiowá, Guaraní-Paraguaio, Guaraní-Antigo, Nhandewa, Tapieté (Ramo I); Sirionó (Ramo II); Nheengatú, Tupinambá (Ramo III), Tembé, Parakanã, Suruí-Tocantins, Avá-Canoeiro, Tapirapé (Ramo IV); Anambé, Araweté, Asuriní do Xingu (Ramo V); Kayabi, Apiaká, Tenharím, Uru-Eu-Uau-Uau (Ramo VI), Kamayurá (Ramo VII), Guajá, Ka'apor, Zo'e, Emerillon e Wayampi, (Ramo VIII). Para averiguação do processo de nasalidade em línguas Tupí-Guaraní utilizamos como pressuposto teórico principal a abordagem tipológica de Walker (1998) para verificar e compreender, a partir de uma hierarquia tipológica de harmonia nasal, segmentos que podem se comportar tanto como gatilhos ou alvos do espalhamento nasal. O estudo também utiliza as considerações de Ohala (1981, 1993) e Cohn (1990, 1993) para examinar o processo de nasalização como efeito fonético e não fonológico. Em relação aos segmentos que são gatilhos, ou seja, aqueles iniciam o processo de nasalidade, foram vistos que consoante nasal (N) e vogal nasal (Ṽ) são fontes de nasalidade predominantes em quase todas as línguas. Contudo, em Suruí-Tocantins, Parakanã, Tembé e Apiaká (Ramo IV e VI), apenas foi verificada nasalidade sendo desencadeada por N, já em Sirionó (Ramo II) e Tapirapé (Ramo IV) a nasalidade é condicionada apenas por Ṽ. Para os segmentos alvos, as línguas foram classificadas em quatro tipos diferentes, conforme a escala implicacional de harmonia nasal de Walker. A língua Sirionó (Ramo II), e as línguas dos Ramos IV e VI tendem a ter vogais sendo predominantemente nasalizadas (tipo 1), enquanto Tupinambá, Nheengatú, Anambé, Araweté e Asuriní do Xingu, Ka'apor and Zo'e (Ramos III, IV e VIII) têm vogais + glides sofrendo a nasalização (tipo 2). A língua Kamayurá pertencente ao Ramo VII exibe vogais + glides + líquidas sendo afetadas pelo processo de nasalidade; o mesmo ocorre com a língua Guajá (Ramo VIII). As línguas do Ramo I (com exceção de Tapieté), Wayampi e Emerillon (Ramo VIII) exibem o tipo (5), em que todos os segmentos são afetados pela harmonia nasal. O estudo também examinou segmentos que são bloqueadores do processo de nasalidade. As línguas que apresentam segmentos bloqueadores (especialmente as obstruintes surdas) são: Tapieté (Ramo I); Tupinambá, Nheengatú (Ramo III); Avá-Canoeiro (Ramo IV); Anambé, Araweté e Asuriní do Xingu (Ramo V); Kayabi, Apiaká (Ramo VI); Kamayurá (Ramo VII); Guajá, Ka'apor e Zo'e (Ramo VIII). Já as outras línguas apresentam obstruintes surdas sendo transparentes ao processo de nasalidade. A direcionalidade do espalhamento é predominantemente regressiva, embora possa ter também o espalhamento progressivo ou bidirecional, esses dois últimos são bastante frequentes em processos morfofonológicos. O domínio da nasalidade é dois tipos: Local, quando é N e a palavra quando é Ṽ. Em suma, o trabalhou compreende-se em diversas etapas que auxiliaram na averiguação do fenômeno de nasalização nas línguas Tupí-Guaraní. A abordagem apresentada neste estudo é tipológica, uma vez que utiliza de métodos translinguísticos para verificar, entre as línguas investigadas, padrões semelhantes e diferentes relacionados ao tema em questão. Assim, a pesquisa realizada nessa dissertação buscou ampliar cada vez mais informações importantes sobre o processo de nasalização nessas línguas. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para análises futuras referentes à tipologia fonológica em línguas indígenas brasileiras. / This work aims to describe the patterns of nasalization phenomena in indigenous languages of Tupí-Guaraní subgroup of the Tupian family: Mbyá, Kaiowá, Paraguayan Guaraní, Old-Guaraní, Nhandewa, Tapieté (Branch I); Sirionó (Branch II); Nheengatú, Tupinambá (Branch III), Tembé, Parakanã, Suruí-Tocantins, Avá-Canoeiro, Tapirapé (Branch IV); Anambé, Araweté, Asuriní of the Xingu (Branch V); Kayabi, Apiaká, Tenharím, Uru-Eu-Uau-Uau (Branch VI), Kamayurá (Branch VII) and Guajá, Ka'apor, Zo'e, Wayampi and Emerillon (Branch VIII). To investigate the nasalization processes in Tupí-Guaraní languages, we adopt the typological approach by Walker (1998) to verify and comprehend, from the typological hierarchy of nasal harmony, segments that can be triggers and targets of nasal spreading. The study also uses the considerations of Ohala (1981, 1993) and Cohn (1990, 1993) to examine nasalization processes as a phonetic effect and not as a phonological process. With regard to the segments that are the triggers, i.e, those that begin the nasalization process, we see that nasal consonants (N) and nasal vowels (Ṽ) are the sources of nasality predominant in almost all languages. However, in Suruí-Tocantins, Parakanã, Tembé, and Apiaká (Branch IV and VI), only nasalization triggered for N was found. In Sirionó (Branch II) and Tapirapé (Branch IV), the nasalization is triggered only by Ṽ. For the targets segments, the languages were classified into four different types according to the implicational scale of walker’s nasal harmony. The language Sirionó (Branch II), and the languages of the branches IV and VI tend to have vowels being predominantly nasalized (Type 1), while the languages Tupinambá, Nheengatú, Anambé, Araweté, Asuriní of the Xingu, Ka'apor and Zo'e (branches III, V and VIII) have vowels + glides undergo nasalization (Type 2). The Kamayurá language belonging to branch VII has vowels + glides + liquids being affected by the nasalization process, and the same occurs with the Guajá language (Branch VIII). The languages of Branch I (with exception of Tapieté), Wayampi and Emerillon (Branch VIII) exhibit the type 5, in which all the segments are affects by nasal harmony. The study also examined segments that are blockers of the nasalization process. The languages that present blocker segments (especially the voiceless obstruents) are: Tapieté (Branch I), Tupinambá, Nheengatú (Branch III), Avá-Canoeiro (Branch IV), Anambé, Araweté, Asuriní of the Xingu (Branch V), Kayabi, Apiaká (Branch VI), Kamayurá (Branch VII), Guajá, Ka'apor and Zo'e (Branch VIII). Already the other languages present voiceless obstruents being transparent to the nasalization process. The directionality of spreading is predominantly regressive, although it may have also progressive or bidirectional spreading; these two last are quite often in morphological process. The domain of nasalization is two types: local, when is N and the word when is Ṽ. In summary, the work follows several steps that help in the investigation of nasalization phenomena in the Tupí-Guaraní languages. The approach in this study is typological since it uses crosslinguistic methods to check, among the languages investigated, similarities and differences in patterns related to the subject in question. Thus, the research carried out in this dissertation seeks to provide important information about nasalization processes in these languages. We expect that this research may promote future analyses regarding the phonological typology of the indigenous languages of Brazil.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/9834
Date26 April 2018
CreatorsMIRANDA, Camille Cardoso
ContributorsPICANÇO, Gessiane Lobato
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Letras, UFPA, Brasil, Instituto de Letras e Comunicação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Source1 CD-ROM, reponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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