O diabetes mellitus é uma doença crônica não transmissível que impõe à pessoa mudanças comportamentais para o cuidado e controle da doença, as quais podem ser influenciadas pelo conhecimento, pelas crenças, atitudes, habilidades, pela motivação e pelo apoio social. Mediante esse contexto, o presente estudo objetivou avaliar os resultados de intervenções educativas, a longo prazo, a partir dos resultados de um ensaio clínico que o antecedeu, denominado estudo clínico primário. Trata-se de um estudo quantitativo, longitudinal, de base populacional e desenvolvido em ambulatório de diabetes de um hospital de nível de atenção terciária, em uma população de 116 pessoas com diabetes mellitus tipo 2, no período de janeiro a novembro de 2015. As intervenções educativas abordaram informações sobre a doença e atividades de autocuidado necessárias para o tratamento, por meio de ferramentas visuais e interativas, fundamentadas na Teoria Social Cognitiva, cujo conceito-chave é a crença pessoal sobre a capacidade de executar determinadas tarefas (autoeficácia). No estudo clínico primário, todos os sujeitos participaram das intervenções educativas, e o grupo intervenção se diferenciou pelas intervenções oferecidas ao familiar, por meio de ligações telefônicas, de modo a promover o diálogo sobre os cuidados com a doença. Destaca-se que o familiar foi indicado pelo paciente, como apoio social para o cuidado à doença. A amostra foi caracterizada pelas variáveis sociodemográficas e hábitos de vida, e, nas análises de interesse, incluíram-se variáveis clínicas, o controle glicêmico, as atividades de autocuidado, o conhecimento da doença e a autoeficácia. Os tempos do estudo foram: basal (T0), final das intervenções (T12) e 24 meses após a finalização (T36). O controle glicêmico foi avaliado a cada seis meses (T0, T6, T12, T18, T24, T30 e T36). A comparação entre os grupos controle e intervenção foi por meio do teste de regressão linear de efeitos mistos e ANOVA para medidas repetidas. Os resultados não mostraram diferença entre os grupos (p>0,05) para as variáveis estudadas (pressão arterial, circunferência abdominal, índice de massa corporal, hemoglobina glicada, glicemia plasmática de jejum, atividades de autocuidado, conhecimento sobre a doença e autoeficácia). No entanto, ao comparar os tempos, observaram-se a redução da pressão arterial e da hemoglobina glicada (p<0,05) e o aumento do índice de massa corporal e da circunferência abdominal (p<0,05), em ambos os grupos. Os escores médios do conhecimento e das atividades de autocuidado aumentaram imediatamente após as intervenções (p<0,05) e diminuíram dois anos após, em ambos os grupos do estudo. A análise descritiva mostrou que o escore médio da autoeficácia se manteve no grupo intervenção e se reduziu no controle, após dois anos, ao término das intervenções. Os resultados indicaram que o modelo de intervenções, que incluiu o apoio social familiar, não mostrou diferença entre os grupos no decorrer do tempo, e, mediante análise descritiva, houve melhora da autoeficácia que se manteve após dois anos, no grupo intervenção. As intervenções educativas grupais se apresentaram efetivas na melhora do controle glicêmico e da pressão arterial, dois anos após as intervenções, e para as variáveis conhecimento sobre a doença e atividades de autocuidado, os resultados sugerem a necessidade de reforços educativos, no decorrer do tempo / Diabetes mellitus is a non-communicable chronic disease that requires the person behavioral changes for the care and control of the disease, which may be influenced by knowledge, beliefs, attitudes, skills, motivation and social support. By this context, this study aimed to evaluate the results of educational interventions in the long term, from the results of a clinical trial that preceded it, called primary clinical trial. This is a quantitative study, longitudinal, population-based, developed in a diabetes clinic of a terciaty care attention level hospital, in a population of 116 people with type 2 diabetes mellitus, in the period from January to November 2015. The educational interventions discussed information about the disease and self-care activities necessary for the treatment, by means of visual and interactive tools, based on Social Cognitive Theory, whose key concept is the personal belief about the ability to perform certain tasks (self-efficacy). In the primary clinical trial all subjects participated in the educational interventions, and the intervention group were differentiated by the interventions offered to the family through phone calls, promoting dialogue about the care of the disease. Highlights that the relative was indicated by the patient, such as social support to care for the disease. The sample was characterized by the variables sociodemographic and lifestyle habits, and about analysis of interest, were included clinical, glycemic control, self-care activities, knowledge of the disease, and self-efficacy. The study times were: baseline (T0), the end of interventions (T12) and 24 months after completion (T36). Glycemic control was evaluated every six months (T0, T6, T12, T18, T24, T30 and T36). The comparison between the control and intervention groups was through the linear regression mixed effects and ANOVA for repeated measures. The results showed no difference between groups (p> 0.05) for the variables that were studied (blood pressure, waist circumference, body mass index, glycated hemoglobin, fasting plasma glucose, self-care activities, knowledge about the disease and self-efficacy). However, when comparing the times, it was possible to observe reduction in blood pressure and reduction of the glycated hemoglobin (p <0.05), increased body mass index and waist circumference (p <0.05) in both groups. The mean scores of knowledge and self-care activities increased immediately after the interventions (p <0.05) and decreased two years later in both groups of the study. The descriptive analysis showed that the average self-efficacy score remained in the intervention group, and reduced in control, after two years at the end of the interventions. The results showed that the model of interventions, which included the family social support, showed no difference between groups over time, and through descriptive analysis, there was improvement of the self-efficacy, which remained after two years in the intervention group. The group educational interventions shown to be effective in improving glycemic control and blood pressure two years after the intervention, and for the variables knowledge about the disease and self-care activities, the results suggest the need for educational reinforcements over time
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-25012017-100727 |
Date | 16 September 2016 |
Creators | Gomides, Danielle dos Santos |
Contributors | Pace, Ana Emilia |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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