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Fundamentos da produção e consumo de frutos em populações naturais de Euterpe edulis Martius

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T08:31:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1
298225.pdf: 2637581 bytes, checksum: ff79257340457b09ea150e7b8f1e1e0b (MD5) / Este trabalho teve como objetivo estudar a produção de frutos de Euterpe edulis e o consumo dos mesmos pela fauna em populações naturais da espécie, visando a manutenção da dinâmica da regeneração natural e das interações com a fauna. Ficou evidenciada a importância de E. edulis como fonte de alimento, pois seus frutos podem estar disponíveis em 10 meses do ano. O número médio de inflorescências produzidos por matriz foi de 2,21, destas: 1,55 chegaram a fase de flor feminina; 1,30 chegaram a fase de fruto imaturo e somente 0,98 amadureceram. Neste contexto, 55,7% das inflorescências "abortaram" até a fase de fruto maduro. À medida que as matrizes crescem em diâmetro, aumentam o número de inflorescências e infrutescências emitidas/planta, bem como, com o número de frutos maduros formados por infrutescência. Os estudos sobre a regeneração foram conduzidos em diferentes estádios sucessionais, tendo como foco: os efeitos da densidade de plântulas e a distância da matriz mais próxima e a relação entre a evolução do número de plântulas e matrizes. Os resultados obtidos, confirmam a hipótese de Janzen, indicando que, com o aumento da densidade e da proximidade das matrizes, ocorrem reduções das taxas de desenvolvimento e aumento das taxas de mortalidade. Tanto no estádio secundário inicial (SI), como no estádio secundário avançado (SA), os efeitos ocasionados pela densidade seguem o mesmo modelo. Porém, no estádio mais inicial as taxas de crescimento e mortalidade são maiores e menores, respectivamente. A estabilização no número de plântulas e matrizes ao longo do tempo é sugerida pelos diferentes modelos matemáticos empregados. Em média, estádios secundários avançados tendem a apresentar proporções de plântulas nas classes I, II e III, próximas a 82, 14 e 4%, respectivamente. O incremento de E. edulis segue o modelo de uma curva polinomial de quinto grau, variável quanto à intensidade entre diferentes populações. Durante o amadurecimento das infrutescências, foi observada uma redução média de 52% na quantidade de frutos. Dos frutos que chegaram à fase madura, 70% mantiveram sementes em condições de germinar. A dispersão, descontando-se os propágulos destruídos, totalizou 41% (30% tiveram como origem ações da fauna sobre as infrutescências e 11% ocorreram no solo). A fauna que se alimenta nas infrutescências, utilizou 76,5% dos frutos; dos restantes: 3,7% racharam ou secaram e 19,8% chegaram ao solo intactos. Os estudos da fauna que se alimenta no solo, revelaram que os frutos maduros são os mais procurados, pois somente 8% não foram utilizados, ou seja, apenas 1,81% do total de frutos produzidos; além disso, são a origem de 98% do despolpamento e de 86% da dispersão que ocorre no solo da floresta. De todos os aspectos estudados, o mais crítico para o manejo, envolve as interações com a fauna, pois existem dentro da floresta mecanismos complexos de competição e equilíbrio entre as espécies, além de fatores ambientais decisivos nos processos de reprodução e controle populacional, os quais ainda são pouco conhecidos. E. edulis está sujeito a estes processos e a dinâmica ecológica que envolve a produção, consumo e predação de seus frutos, sementes e plântulas são uma evidência clara de sua conectividade com o restante da comunidade florestal. Neste sentido, a regulamentação da coleta de frutos, deve preocupar-se com a quantidade de frutos a ser extraída, com o número de matrizes e sobretudo, com a época em que a espécie manejada frutifica. Sugere-se também, que o número de matrizes a serem mantidas por hectare, em planos de manejo sustentado visando a produção de palmito, seja revisto, pois a manutenção de 50 matrizes, como definem as legislações, apresenta fortes evidências de ser insuficiente para a manutenção da fauna. A construção de políticas públicas que definam melhor áreas de manejo e preservação tornam-se necessárias.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/96070
Date January 2011
CreatorsSilva, Juliano Zago da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Reis, Mauricio Sedrez dos
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format262 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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