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Fuga e assimilação em Plotino: questões de ética e metafísica nas Enéadas / Fugue and assimilation in Plotinus: questions of ethics and metaphysics in the Ennead

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Previous issue date: 2013-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / No Teeteto (176 b), Platão disse que, já que os males residem “aqui” e rondam
necessariamente essa região perecível, e já que desejamos fugir dos males, é preciso “fugir daqui”.
Essa fuga, segundo ele, consiste em assemelhar-se a deus. Plotino, em sua exegese do texto
platônico, retoma literalmente essa afirmação e a incorpora em sua filosofia. Sua interpretação e
concepção filosófica desse aspecto ético da tradição platônica parece corresponder a certa “chave”
para compreender e penetrar o percurso da conversão (epistrophé) da alma, de sua dispersão na
multiplicidade (ou “queda” nos vícios e males) à sua Assimilação e unificação com o princípio que,
por ser fonte de máxima unidade, plenitude, conhecimento e felicidade da alma é, por isso, sua
verdadeira meta e seu mais profundo “objeto” de amor e desejo. Portanto, é preciso fugir dos
males, em um movimento de conversão e Assimilação a deus (homoíosis theôi), que, em Plotino,
corresponde a um retorno e a uma entrada no mais profundo e íntimo de si mesmo. Entretanto,
seguindo de perto Platão, se os males residem aqui, para fugir dos males é preciso “fugir daqui”.
Ora, perguntamo-nos: o que, em Plotino, significa realmente essa Fuga? É bastante conhecida certa
interpretação contemporânea que entende a moral platônica como uma forma de fuga e negação do
corpo, do mundo e dos sentidos. Alguns filósofos, assim como alguns historiadores da filosofia,
também parecem ter entendido literalmente essa expressão retomada por Plotino. Entretanto, a
despeito dessa interpretação e do debate com seus defensores, desejamos apenas compreender esse
aspecto da filosofia plotiniana principalmente a partir de seu próprio texto: afinal, trata-se de uma
proposta de evasão e de negação do corpo e do mundo, ou há outra leitura possível? Se,
paralelamente ao tema da Fuga, estudarmos alguns pontos estratégicos para a compreensão mais
ampla do percurso conversivo veremos que paradoxalmente Plotino não apenas valoriza o corpo, o
mundo e a experiência sensível, mas os concebe como meios para a Assimilação ao inteligível. Por
conseguinte, se fugir daqui consiste em assemelhar-se a deus, essa Assimilação é a finalidade
última dessa Fuga. De modo que Fuga e Assimilação aparecem como conceitos interdependentes.
Todavia, qual é a natureza dessa Assimilação (homoíosis)? Trata-se apenas de imitar e tornar-se
semelhante ao divino, ou esse termo guarda, em Plotino, ainda um sentido mais ousado e mais
profundo? Segundo nossa interpretação, a assemelhação como imitação e aproximação ao divino,
por meio das virtudes e da dialética, é uma etapa ainda propedêutica da Assimilação propriamente
dita. E é essa passagem de um nível discursivo e propedêutico – de imitação e preparação – para a
“visão” e a “experiência” imediata do divino – como “unificação”, “contato” e “união extática” e
“mística” – que completa o itinerário filosófico da conversão da alma, condensado em sua
interpretação desses dois conceitos complementares e convergentes. / In his Theaetetus (176 b), Plato stated that as evils lie “here” and necessarily prowl this
perishable region, and as we aspire escaping from these evils, “escaping from here” is a must.
According to him, this escape is based upon resembling god-like. Plotinus, upon his exegesis on the
platonic text, literally resumes this assertion and incorporates this into his philosophy. His
interpretation and philosophical conception of this Platonic tradition ethical feature seem to
correspond to a certain "key" to understanding and penetrating the soul conversion route
(epistrophé), its dispersion into the multiplicity (or "fall" into the addictions and evils) into the
assimilation and unification along with the principle which, for being a source of maximum unity,
wholeness, knowledge and happiness of the soul is, therefore, its true goal and innermost "object"
of love and desire. Therefore, we must shun evils, in a movement of conversion and assimilation to
godhood (homoíosis theôi), which in Plotinus corresponds to a return and an ingress into a deeper
and more intimate self. However, closely following Plato, if the evils reside here, to escape from
these evils we need to "run away from here". Now we ask ourselves: what in Plotinus does this
escape really mean? Well known is certain contemporary interpretation which understands the
Platonic moral as a form of escape and abnegation of the body, the world and the senses. Some
philosophers, as well as some philosophy historians, seem to have understood literally this
expression taken up by Plotinus. Though, in spite of this interpretation and debate with its
supporters, we just want to understand this aspect of Plotinian philosophy from its own text: after
all, it is a proposal of evasion and abnegation of the body and the world or is there another possible
reading of the text? In addition to the theme of the Fugue, if we study some strategic points to
acquire a broader comprehension of the conversion course we will behold that paradoxically
Plotinus not only values the body, the world and the sense experience, but also conceives them as
ways to assimilate the intelligible. Therefore, if escaping from here consists in resembling god, this
assimilation is the ultimate purposal of this Fugue. So that Fugue and Assimilation come to light as
interdependent concepts. However, what is this assimilation nature (homoíosis)? It is just to imitate
and become god-like or does that term retain in Plotinus a bolder and deeper sense yet? According
to our interpretation, the resemblance as imitation and approximation to the divine through the
virtues and dialectics ways is yet a propaedeutical stage of that proper assimilation itself. And it is
this passage from a discursive and introductory level – of imitation and preparation – to the
"vision" and immediate "experience" of the divine – as "unification", "contact" and "ecstatic and
mystical union" – that supplements the soul conversion philosophical itinerary condensed in the
interpretation of these two complementary and convergent concepts.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unifesp.br:11600/39306
Date11 1900
CreatorsGomes, Rafael Vieira [UNIFESP]
ContributorsUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Marsola, Maurício Pagotto [UNIFESP]
PublisherUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format217 f.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIFESP, instname:Universidade Federal de São Paulo, instacron:UNIFESP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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