Return to search

Camilo Pessanha no contexto da sinologia do seu tempo: idiossincrasias / Camilo Pessanha in the contexto of sinology of his time: idiosyncrasies

O presente trabalho se propõe a analisar algumas concepções sobre o Oriente, correntes na primeira metade do século XX, que interferiram diretamente na escrita de Camilo Pessanha (1867-1926) sobre a vida chinesa. Morador de Macau por cerca de 26 anos, escreveu alguns poucos textos em prosa que tematizam a cultura e os costumes da China, além de ter tido contato com sinólogos de destaque. Os pareceres de Pessanha sobre o Oriente, bem como o de outros atores importantes, são relevantes na medida em que revelam influências do orientalismo, do exotismo e da sinologia, de maneira a reproduzir ou desafiar certos aspectos da lógica do discurso colonial instaurado em Portugal e aplicado em Macau. Num primeiro momento, o trabalho pretende refletir sobre a atuação de Camilo Pessanha como estudioso da cultura chinesa, prática na qual é confrontado com o seu contemporâneo e colega de trabalho Silva Mendes (1867-1931), também professor no Liceu de Macau. O discurso autorizado europeu que parte da ideia de domìnio sobre povos ditos inferiores seduziu a intelectualidade ocidental, e teve forte repercussão em grande parte dos pareceres de Camilo Pessanha sobre a cultura chinesa. Mostraremos, além dessa vertente, o cotejo que alguns estudiosos da vida do poeta empreendem em relação a uma suposta aproximação com a estética do exotismo. Desenhado este panorama, propomos um esboço do que seria uma nova visão portuguesa sobre Macau, ao cotejarmos o seu passado colonial, explicitado na prática administrativa portuguesa por autores como Oliveira Martins, com as novas possibilidades de compreensão da idiossincrasia macaense, esboçadas a partir de algumas iniciativas de autores como Camilo Pessanha e Silva Mendes. / This study aims at analyzing some conceptions regarding the East, present in the first half of the 20th century, which interfered directly on Camilo Pessanhas (1867-1926) writing about Chinese life. As a resident of Macao for twenty-six years, he wrote a few prose texts about Chinese life and culture, besides being in touch with some very important sinologists such as Silva Mendes (1867-1931) and José Vicente Jorge. Pessanhas remarks on the East, as well as those of other writers, are relevant for they portrait influences from Orientalism, exoticism and sinology in order to reproduce or challenge certain aspects related to the logic of the colonial discourse established in Portugal and applied in Macao. At first, this paper intends to reflect upon Camilo Pessanhas action as a student of Chinese culture, in which he is confronted by his fellow and co-worker Silva Mendes (who was also a teacher at Macaos Lyceum) as well as his pupil Luís Gonzaga Gomes (1907-1976). The European authorized discourse which derives from the idea of dominance of the so-called inferior peoples seduced the Western intellectuality and had a major impact on many of Pessanhas assessments on Chinese culture. Besides this dimension, we will also analyze a possible connection with exoticism, believed to be true by some researchers who studied the poets life. Having set the scene, we propose an outline of what would be a new Portuguese view on Macao, when comparing its colonial past, clarified in the Portuguese administrative practice by authors such as Oliveira Martins, with new possibilities for understanding Macaos idiosyncrasy, derived from some initiatives of writers like Camilo Pessanha and Silva Mendes.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-13012016-133230
Date29 September 2015
CreatorsSerafim, Fernando Ulisses Mendonça
ContributorsSimas, Monica Muniz de Souza
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

Page generated in 0.0026 seconds